terça-feira, 3 de junho de 2008

José Júnior, um erro de "Casting"? O que muitos de nós já disseram acerca deste caso!

Como já vos tinha dito, retomei este tema, através de uma discussão, na “Barbearia do Abílio”, que mantive com os amigos presentes, alguns deles forças vivas da nossa aldeia.

É um levantamento exaustivo de textos, comentários, posições e intenções. Hoje, tudo continua na mesma! Se tiverem paciência para relerem o que, na altura escreveram, verão isso mesmo! Até o site, da CMC, que deu origem a isto tudo, continua com o mesmo texto! A mim não me incomoda, porque relata um facto verdadeiro... mas já outros não dirão (diziam) o mesmo.

Está claro, que neste ponto, vou socorrer-me de todos os emails, públicos, acerca deste assunto. Estas citações constam dos conteúdos dos emails que circularam e que todos os que têm acesso à “velhinha” Mailinglist podem verificar.

Todos têm o direito de (re)situar as suas opiniões , refutando qualquer sentido que se lhe possa atribuir fora do seu contexto original ou intenção, embora se tratem de citações. Sejamos claros!

Nota muito importante: Para que possamos ler este tópico com alguma ordem, optei por colocar as citações, autores e datas, do mais próximo para o mais distante, falando do tempo, é claro:

1. Sérgio Brás escreveu em 14 de Outubro de 2005

“Com algumas informações que me têm chegado tem-me assaltado a história que o José Saramago escreveu num dos seus livros a propósito da nossa aldeia. Talvez ele tenha visto coisas que nunca nenhum de nós quis ver.”

2. António Reis escreveu em 10 de Fevereiro de 2005

Numa missiva que enviou à CMC e onde introduziu a corajosa História de António Castanheira:
“Um texto que nos demonstra bem a importância da Panasqueira para a freguesia de São Jorge da Beira, e que, nomeadamente na última frase nos faz lembrar das usuais cenas das cidades "western" da América. Dos "sallons", dos cowboys, das minas. Uma freguesia onde viveu José Júnior, indivíduo de origem humilde, tal como relembrava Saramago, que ficou para a história como um homem bom, infeliz que sofreu porventura as incompreensões de uma certa sociedade portuguesa na época pouco evoluída.”

3. Matrix escreveu em 17 de Julho de 2003

“Ola a todos, isto esta a ficar interessante ! Já agora um grande obrigado ao A. Reis por ter enviado o dito texto do José Saramago, porque é muito interessante criticar mas sem ver o texto é difícil dar a sua própria opinião ! Quanto a min não encontrei nada de extraordinário, ele fala de uma época que eu não conheci, mas com os meus 22 anos passados em S. Jorge, tenho a certeza que não deve estar muito longe da realidade ! O meu pai também foi mineiro e como muitos também bebia uns copos a mais, e lembro-me muito bem que quando as 20 horas ainda não estava em casa, eu ia busca-lo algumas vezes ao café, e enquanto alguns bebiam a sua custa, outros mandam piadas e riam as gargalhadas ! Eu espero que a mentalidade tenha evoluído durante estes anos... O que o José Saramago relata a propósito do José Junior é uma historia que pelos vistos lhe ficou atravessada na garganta. Se o J. Saramago encontrou mesmo o J. Junior , ou se foi outra pessoa que lhe contou e ele fez o resto, isso eu não sei !”
A. Matias

4. Vítor Carmo Baptista escreveu em 16 de Julho de 2003

“Já vi que se o meu amigo fosse o "dono" da página da CMC, já a tinha "deitado abaixo". Faz muito bem em avançar com o abaixo-assinado! Mas a minha posição é a de que uma verdade ou um facto, não deixam de o ser por causa de mais ou menos uma assinatura. As histórias de boa memória, que por certo são a maioria, não invalidam as outras!... Força, são estas iniciativas que vão contribuir para o desenvolvimento da nossa terra e serão decisivas para que "aprendamos" com a nossa memória. Todos temos recordações boas e más, um povo também! Quando temos um membro ou um órgão do nosso corpo doente, cortamo-lo? Ou tratamo-lo? Para usar a terapia correcta é fundamental saber identificar o mal!”

5. Sérgio Brás escreveu em 16 de Julho de 2003

“Concordo plenamente, com histórias destas nao necessitamos de premios Nobel a escrever sobre a nossa terra. nao sei se ja alguem falou nisto mas podiamos começar uma espécie de baixo assinado electronico e enviar a quem de direito, para a CMC nao digo para colocarem uma hirtoria destas mas pelo menos que a tirem o que lá está pois faz transparecer uma imagem errada das nossas gentes. alguem que tenha geito para a escrita que redija o texto para o tal baixo assinado que eu serei o segundo a assinar.”

6. Vítor C Baptista escreveu em 15 de Julho de 2003

“Momento nobre este! Deixo o poeta falar: (...) «"E agora, José?" Grande, porém é o poder da poesia para que aconteça, como juro que acontece, que esta pergunta simples aja como um tónico, um golpe de espora, e não seja, como poderia ser tentação, o começo da interminável ladainha que é a piedade por nós próprios.» (...) «A vida vai voltar ao princípio. Será possível que a vida volte ao princípio? Será possível que os homens matem José Júnior? Será possível?»”

7. António Reis escreveu em 14 de Julho de 2003

“Caros Amigos. Peço desculpa só agora voltar a dar notícias. Tal como prometi aqui envio o texto que foi publicado em 1972 no Jornal do Fundão, da autoria de José Saramago e que recolhi da revista Especial Jornal do Fundão, com o título "Milhões de palavras - 55 anos", publicada em Janeiro de 2001. Nesta revista consta também o "Romance de António Castanheira", escrito por António Paulouro, em 1965, e que prometo divulgar brevemente. Este romance já tinha sido referenciado pelo Jorge Gregório. Não gosto que alguém na Câmara tenha colocado a história de José Junior na página da Câmara, só porque foi escrita por José Saramago. É necessário conhecer um povo profundamente para se escrever sobre ele. A vida em São Jorge sempre foi de dificuldades.”

8. António Reis escreveu em 14 de Julho de 2003


“Lamento.
Mas não tenho nenhum orgulho que José Saramago tenha estado em São Jorge, principalmente para descrever e dar a imagem que em São Jorge, naquele tempo, eram todos uns arruaceiros.”

9. Vítor C Baptista escreveu em 2 de Julho de 2003

“Ok Maria
Diz ao teu pai para te contar a história que ele conhece, a morte por atropelamento do filho do Júnior, provavelmente devia ter +/- a idade dele. Da esposa, não me lembro bem do que aconteceu, pede ao teu pai para dar mais pormenores. O filho, era de facto, o motivo da sua maior amargura e lembro-me de o ouvir falar muitas vezes dele, sempre com os olhos rasos de lágrimas e com uma foto, que transportava sempre consigo, na mão. (Já não me lembrava destes aspectos se o teu pai não falasse deles.) Agora me recordo das descrições do filho, "o meu Zézito", salvo erro, que morreu atropelado à Ponte, em frente às garagens, ou pela carreira e por um dos camiões dos madeireiros (João, precisa lá estes pormenores!) Vamos em frente, parece que a história se vai compor! E vamos chegar a conclusões interessantes.”

Fausto
Se alguém puder contactar com algum dos Pires (penso não estar errado no nome de família), que são os seus sobrinhos, e se souber do paradeiro de alguns dos seus pertences, fotos ou qualquer objecto especial, podia ser uma ajuda. Lembro-me que a minha avó lhe reuniu os parcos haveres e os entregou a alguém da família, agora a quem não me lembro...

Agora para a Maria:
Gostei muito do teu contacto e peço-te para dares um grande abraço ao teu pai de quem sou primo e amigo.”

10. Maria Baptista “Sweety” escreveu em 2 de Julho de 2003

“O meu pai, o Joao Batista (verjao) gostou muito de ler o que voce escreveu mas diz que falta muita coisa des da morte da mulher a morte do filho,tudo isso levou- o a a vida que tinha. O meu pai esta pronto a ajudar no projecto.
maria Joao
sweety2”

11. Fausto Baptista em resposta a Vítor Baptista em 2 de Julho de 2003

Victor
Vou tentar os elementos que poder do conterraneo José Júnior, estamos muito em cima da festa e apesar de neste momento a minha disponibilidade não ser muita tentarei junto de alguns conterraneos mais idosos recolher tudo o que for possivel. Sobre José Saramago ainda bem que tiveste a iniciativa de dizer o que até agora ninguem tinha dito, "respeitar quem merece ser respeitado e agradecer a quem nos respeita" porque José Saramago ao ír a S.Jorge só pela visita em sua iniciativa própria é por si só uma HONRA para qulquer Sanjorgense que se prese de o ser. Cada povo tem as suas historias e nós temos as nossas e cada um na sua arte escolhe a matéria prima para trabalhar que mais lhe convém. Também no meu entender temos antepassados que fizeram e deixaram história ou obra e outros como o José Júnior ficaram para sempre na memória do povo passando de geração em geração e é nosso dever manter estas coisas vivas nos que vêm a seguir anós. "QUEM TEM VERGONHA DOS SEUS ANTEPASSADOS TEM VERGONHA DE SI PRÓPRIO".

----- Original Message -----
From: "VitorCarmoBaptista"
To:
Sent: Wednesday, July 02, 2003 12:39 AM
Subject: Re: [M L de Cebola] José Júnior

OK Fausto, mãos ao trabalho!
Podemos organizar uma monografia acerca do José Júnior mas para isso necessitamos de recolher o máximo de elementos. Podemos já lançar o desafio. Estamos na altura da festa, há muita gente, e todos os relatos que possamos recolher, dados biográficos, fotos, uma certidão de nascimento, etc. podem ser úteis. Podem enviar os relatos e outros dados para a ML, eu comprometo-me a organizar e disponibilizando com a ajuda do Paulo A Rodrigues (se ele estiver de acordo?) no Grupo Cebola.
Aceitam o desafio?
Não é fácil, até porque somos um povo cheio de preconceitos. Mas um povo que não sabe resolver o seu passado, não é um povo feliz, nem saudável.
B&R
Vitor
________________________________
Aproveito, no entanto, para fazer um comentário acerca do que se disse de José Saramago, personagem por quem não tinha simpatia especial, mas por quem nutri sempre um profundo respeito. Com esta discussão, fiquei-lhe com muito mais respeito e ganhou a minha admiração. Provavelmente irei lê-lo com outros olhos...
Vejamos, foi aqui dito, que o jornalista José Saramago se deslocou pelo país procurando histórias, factos, etc. e que esteve 15 minutos em S. Jorge. Já calcularam o prestígio destes 15 minutos. A atenção e a sensibilidade que representam? A atenção e sensibilidade que é necessário ter para se deslocar a uma das mais de 3000 freguesias portuguesas? Que ainda por cima não lhe permitia continuar a viagem! Tinha que voltar para trás!
Entre tantas coisas que lhe contaram, por todo o país, havia logo de se interessar pela história de um "Zé Ninguém" de S. Jorge da Beira. Não acham que isto não é uma coincidência, antes uma tremenda sensibilidade que só um grande homem pode ter?
Vejam o alcance das suas palavras! Atingem-nos no mais profundo das nossas consciências. Afectam-nos. Não é essa a missão do "discurso" de um jornalista, de um escritor, de um poeta, de um pintor...? Se não, de que hão-de eles falar? Das pombas brancas, das verdes serras e das águas cristalinas do ribeiro...?
Saramago não é um crente, mas Deus "escreve torto por linhas direitas", usou um ateu para imortalizar o "Júnior"! Já repararam que o "Júnior" é o sanjorgence com maior destaque que nós conhecemos, está imortalizado numa das obras de um dos Grandes Mestres da Literatura Mundial – O Prémio Nobel José Saramago.
(Uma das características dos grandes mestres é a de imortalizar "marginais"(*), Cervantes imortalizou D. Quixote, um louco!)
(*)Entenda-se apenas aquele que está na margem, que é discriminado.
Cumprimentos,
Vitor do Carmo Baptista

-----Mensagem original-----
De: fausto [mailto:f.baptista@...]
Enviada: domingo, 29 de Junho de 2003 21:56
Para: cebola_s_jorge@...
Assunto: Re: [M L de Cebola] José Junior

Victor, podes contar comigo para o movimento de solidariedade da memória do José Júnior e segundo informação da junta de freguesia de que vão fazer um levantamento a todas as ruas para colocarem novos numeros nas portas poderia se aproveitar para dar nomes a algumas que não têm e este nome poderia vir a ser um dos escolhidos.
Cumprimentos

12. Adelaide Ramos Vilela escreveu em 27 de Junho 2003
(...)
”Com respeito ao José Junior, já agora também aproveito para agradecer ao Victor as explicações que nos deu, até fiquei arrepiada... Não deve ser a mesma pessoa da qual tenho algumas lembranças. Eu saí de S. Jorge com 11 anos de idade. Gostaria de saber quantos anos teria ele agora.
Fiquem bem
Adelaide”

13. Paulo A Rodrigues escreveu em 27 de Junho de 2003


“Viva!
Caro Vitor...
gostei sim senhor deste teu mail. Faz-me recordar que ainda há pessoas que acreditam em certos valores e não têm medo ou vergonha de os mostar. Felizmente temos alguém da lista que conheceu o ou os Zé(s) Júnior(s) em pessoa. Muito obrigado por este esclarecimento que certamente nos deixou a todos mais elucidados.
E não querendo por esses valores em causa, longe de mim tal ideia, continuo a achar que numa página que poderemos considerar "oficial" de uma localidade, se dê tanto destaque a esse assunto. Pois hoje em dia a situação alterou-se completamente, portanto não mostra, nem se identifica com as pessoas de hoje em dia de Cebola. Eu vejo o José Júnior como alguém da história da aldeia, com o qual ou pelo qual aprendemos algo de importante. E sublinho que de facto ele foi um pessoa e não foi tratada como tal. Temos que aprender com isso.
P A R

14. Jorge Manuel Pereira Gregório escreveu em 27 de Junho


“Olá Malta
Quero agradecer ao Victor os esclarecimentos sobre os factos ocorridos. Afinal sempre há na nossa ML alguém que conhece a história toda. Bastou só começar a desfiar o novelo.
Um abraço
Jorge Gregório”

15. Matrix escreveu em 27 de Junho de 2003


“Pode contar comigo !”

16. Vítor Carmo Baptista escreveu em 27 de Junho de 2003


Já postado neste blogue, neste link:
http://tornadouro.blogspot.com/2008/05/jos-jnior-um-erro-de-casting-cont.html

17. Adelaide Ramos Vilela escreveu em 26 de Junho


“Em relação há história do José Junior, eu lembro-me dele. Era um individo que andava por caminhos sinuosos em S. Jorge porque o estado normal dele era embriagado. Os meninos da aldeia atiravam-lhe pedras e faziam troça dele. Ele também provocava os garotos eu sou testemunha disso. Mas era tudo uma brincadeira nunca se constou que tivesse havido desgraça alguma com o Zé Júnior ou os nossos meninos. Ele até era um rapaz muito querido com toda a gente, excluindo os bêbedos, como ele, que o encharcavam de vinho. Eu tenho esse livro do Saramago em casa e, até hoje, não compreendo porque razão o nosso povo honesto e trabalhador teve que ser penalizado porque que um dia um Jozé Júnior fora a troça dos meninos da aldeia e uma marioneta nas mãos dos bêbedos como ele.
Quanto ao escritor Saramago pôr a inteligência dele ao serviço de uma história destas revela-nos que, para além de ter cometido o erro ao escutar gente errada, tem falta de conhecimento em relação àquelas gentes e à maneira como viviam isoladas naqueles tempos. Depois, histórias destas repetem-se ainda hoje por todo o país, borrachões é o que não falta por lá. Quanto à Câmara da Covilhã também revela falta de gosto nos textos que escolhe para exposição no siteweb. Podeis ter a certeza que um dia o Saramago vai ter que responder aos Sanjorgenses e explicar-se. Paz à alma de José Junior que, se for verdade, já a tirámos do lugar.”

18. Jorge Branco escreveu em 26 de Junho de 2003

“Eeu ja tive a oportunidade de ler esse livro
cumps.
Jorge Branco”

19. “Maria do Vale” escreveu em 25 de Junho

“Também fui espreitar o sítio da Câmara e também não gostei do que li e não gostei pela falta de rigor na informação.
Se puderem leiam o livro e logo verão a diferença.
A notícia do José Júnior nos jornais deveria ter aparecido já depois de 1960 (ano da mudança de nome da nossa terra), porque, no artigo que o Saramago escreveu acerca da notícia e publicada no Jornal do Fundão, diz: ..."Escrevo estas palavras a muitos quilómetros de distância, não sei quem é José Júnior, e teria dificuldade em encontrar no mapa São Jorge da Beira. Mas estes nomes apenas designam casos particulares de um fenómeno geral: o desprezo pelo próximo, quando não o ódio, tão constantes ali como aqui mesmo, em toda a parte, loucura epidémica que prefere as vítimas fáceis."... e numa época de dificuldades económicas quer nacional, quer regional.
Poderemos situar o caso nos anos de 61, 62, 63 ?
Por estes anos houve uma crise muito grande nas Minas da Panasqueira e muita gente a passar dificuldades, do meu imagário infantil fasem parte algumas imagens que não mais esquecerei a lista dos nomes dos despedidos publicados no Mineiro ( Jornal de Papel - Padre Leal), as camionetas de caixa aberta com as mobílias e garotos lá enfiados, era ver qual o que chorava mais.
Pela primeira vez (e única) ter visto os olhos húmidos do meu pai a olhar para mim.( Um Homem não chora e um mineiro muito menos-era esta a educação da altura). Foi uma época de facto muito difícil e não me espanta o que aconteceu.”
(...)
Delfina”

20. Jorge Manuel Pereira Gregório escreveu em 25 Junho de 2003

“Amigo Tó
Ainda bem que foste tu quem lançou o tema a debate, contigo sempre me entendi às mil maravilhas, além do mais, esta história merece ser bem esclarecida, e todos os contributos são poucos para tirarmos isto a limpo.
Não duvido que tenhas lido isso, nem de que essa seja a versão oficial, mas eu acho muito difícil que o Saramago tenha conhecido o José Júnior, mesmo no tempo em que ele era Jornalista, se isso tivesse acontecido teria dado azo a manchete de primeira página, apesar de os tempos serem outros, mas se falares com o Isidro, logo verás se ele não te confirma a história que eu te contei. Quando muito podia ter conhecimento da história antes de falar com o Isidro, coisa que ocorreu em princípios ou meados da década de 80, isso é que já não sei precisar. A história do José Júnior, infelizmente para a nossa memória, foi verdadeira, como muitas outras na nossa terra, acontece que um dia o José Júnior bebeu mais do que a conta (o que também parece que era usual) e pelo caminho encontrou uma malta de miúdos (três ou quatro) que o maltrataram tendo inclusive partido um braço e depois disso fugiram tendo-o deixado caído junto a uma valeta do caminho. A história tal como a ouvi foi esta e possivelmente ocorreu em meados ou nos finais dos anos 60, nessa altura quando se ia para o hospital ia-se para a Barroca Grande ou para a Covilhã, mas não para o hospital do Fundão, já que era Misericórdia era preciso pagar. Se calhar até conheces melhor a história do que eu, mas se não a conheces podes investigar até melhor que eu.
A propósito do Jornal do Fundão, cujo Director e fundador era o Dr. Paulouro. Este homem era um grande admirador de Cebola e das suas gentes, há um texto fantástico sobre a coragem dos homens de Cebola, passada na Mina. Conta ele que houve um dia em que houve um acidente numa chaminé onde morreu um mineiro e outro ficou ferido e só os homens de Cebola os foram lá tirar pois mais ninguém tinha coragem para isso. Subir uma chaminé e descê-la com um colega morto com risco da própria vida não é para qualquer um. Seria interessante encontrar esse texto e colocá-lo no mineirinho ou na nossa página de S. Jorge. Bem por hoje fico por aqui que este texto já vai demasiado longo. Um abraço especial ao amigo Tó Reis.
Cumprimentos
Jorge”

21. António Reis escreveu em 25 de Junho de 2003

“Vitor.
José Junior existiu mesmo.
Um abraço.”

22. Vítor Carmo Baptista escreveu em 24 de Julho de 2003

“Afinal quem é o José Júnior? Estamos a falar de um ser que existiu?
Cumprimentos,
Vitor do Carmo Baptista”

23. Jorge Manuel Pereira Gregório escreveu 24 de Junho

Transcrição do conteúdo do site da CMC, sofre a Freguesia de S. Jorge da Beira que , actualmente se mantém na integra, como poderão verificar:
http://www.cm-covilha.pt/

24. Adelaide Ramos Vilela escreveu em 23 de Junho de 2003

“Olá amigos!
Gostaria de participar-vos que falei no texto do Saramago numa das Rádios Nacionais em Portugal. Mas, não perde pela demora. Desta vez o desafio vai mais longe. O Sr. Saramago vai ter que se haver comigo pois quem ofende o meu povo ofende-me a mim também. Fiquem com atenção à minha próxima ida à televisão. Pretendo enviar-lhe uma mensagem para que esse Senhor se explique em relação à história que escreveu.
Um abraço
Adelaide Vilela”

25. Paulo A Rodrigues escreveu em 23 de Junho de 2003

“Ora viva!
(Obrigado Gregório por teres enviadoo texto , assim fiquei a saber qual é)
Apesar de já conhecer o texto do Seramago eu continuo sem conseguir entrar no site da camara! Mas que se lixe. Sites que escrevem o que lá está, também não merecem que me esforce para os visitar. Além de concordar com o Zé Parente, que um tipo está 15 minutos num sitio e escreve sobre esse sítio, ou é lírico (como me parece que é o caso) ou é jornalista sensasionalista, também quero dizer que PIOR de tudo é num site OFICIAL fazerem referência a uma passagem de meia página de um livro (com o destaque que tem), quando há pelo menos uma obra completa sobre a região! Será porque esse senhor recebeu um Premio Nobel e então fica bem refenciá-lo em tudo quanto é sitio, ou será porque quem fez a página não sabia mais?!
Assim que conseguir entrar na página já procuro lá um endereço de mail, para deixar bem vincado a minha opinião!
Abraços
P A R”

26. José Parente escreveu em 23 de Junho de 2003

"admira-me é como certas pessoas de uma conversa de 15min. escrevem umas páginas de um assunto que só conhecem do ouvir-e-dizer..........se o pessoal que la estava presente contasse que a maioria do ppl de cebola é "gay" ele acreditava e escrevia um livro sobre isso....
JJP"

27. Jorge Manuel Pereira Gregório escreveu 23 de Junho de 2003

“A história não foi bem essa.
O Sr. José Saramago nunca conheceu o nosso conterrâneo José Júnior. O José Saramago foi até à nossa terra, mas não passou da cruz da rua, onde se limitou a conversar um pouco com o Isidro e mais algum pessoal que se costuma encontrar ali na soleira da porta da loja que ele ali tinha. Conversou e ouviu umas histórias que lhe contaram sobre Cebola e resolveu dissertar sobre a discriminação que os fracos sofrem na nossa terra exemplificando com a história do José Júnior. Ao todo não esteve ali mais de um quarto de hora, que a pressa era muita. Tudo isto não ultrapassa a meia página das viagens a Portugal do Saramago a que se juntam duas fotografias.
Um abraço
Jorge Gregório”

28. António Reis escreveu em 23 de Junho de 2003

“Vitor, é esse mesmo.
Não sei se sabem mas o José Saramago, há alguns anos atrás, percorreu o País, tendo escrito um livro, onde aparece uma ou duas páginas dedicadas a São Jorge e à história de José Junior, que ele encontrou internado no Hospital do Fundão. O que escreveu na altura foi uma história que associou a todo um povo (S. Jorge), esquecendo-se de investigar que esta terra tem um passado de trabalho árduo e de solidariedade motivada pelo seu isolamento.
Um abraço.”

29. Vítor Carmo Baptista pede esclarecimento a António Reis em 15 de Junho

“RE: [cebola_s_jorge] Acerca do Final da Pág_site_CMC
Caro António
Referes-te no final, ao comentário acerca do José Júnior?
Cumprimentos,
Vitor do Carmo Baptista”

-----Mensagem original-----
De: António Reis [mailto:asier@...]
Enviada: quinta-feira, 12 de Junho de 2003 23:06
Para: S. Jorge Cebola
Assunto: [cebola_s_jorge] Identificação

“Olá. É bom estar com este grupo.
O meu nome é ANTÓNIO REIS, tenho 36 anos e vivo na Covilhã. São Jorge é o que profundamente nos une. É por isso que não gosto do final da informação relativa à Freguesia de São Jorge da Beira, que está contida na página da Câmara da Covilhã. Percam um pouco de tempo a consultar a mesma e digam da Vossa justiça. Basta irem ao Google e escrever Câmara da Covilhã e procurar Concelho e depois escolher a Freguesia.
Um abraço.”

3 comentários:

Anónimo disse...

Vitor obrigado pela recolha do que foi dito.
Que tal abrir um tópico no fórum para recomeçar a conversa?

Anónimo disse...

interessante... talvez se tivesse sucesso se fosse a Junta a pedir para la por outro texto a descrever cebola... assim não nos aparecem la turistas

Vitor B. disse...

Sérgio, estás à vontade! Mas olha que isto pode tornar~se incómodo!

Xavier,
concordo contigo, o texto já devia ter sido mudado... mas não é isso que altera a questão que aqui se coloca. Volto a repetir a pergunta: - O que será que leva um povo tão hospitaleiro, amável, trabalhador, solidário a ter no seu seio quem cometa tais barbaridades?

Um estudo mais aturado e atento sobre a história, ensina-nos a ser prudentes na análise destes episódios, claro que falo de um nível mais "micro". Eles repetem-se quando o diagnóstico não é efectuado e quando se julga que o tempo "tudo cura"! Quanto menos se espera renascem com outros contornos, fazendo mais vítimas.

Não se pretende uma caça às bruxas, mas antes um consciencialização colectiva dos erros, para que não se repitam. Esse é um objectivo!

Por outro lado, é bom que tenhamos consciência das nossas posições e da necessidade de sermos coerentes com elas!

Um abraço aos dois!
Vitor