segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Neva na minha Aldeia

(...a todos os que foram garotos na minha aldeia)
Foto do Xico Genro - O Retratista!

Leve, leve,
Fria,
Silenciosa,
Dança e cai,
Esvoaça caprichosa,
E cai.

De olhos no céu,
A rodopiar, a rodopiar...
Cortam a brisa gélida,
Com a boca a fumegar,
Floco a floco,
Os garotos,
Parecem mastigar.

Tontos,
Cabeças no ar,
Rodopiam, rodopiam,
Na loucura daquele flutuar.

Iguais a si próprios,
Indiferentes às diferenças,
Os garotos da minha aldeia,
Sabem brincar.
Com o que cai do céu,
Com uma "canoca" e um guiador,
Imitando bandos de bicicletas,
Que correm loucas,
Entre gente que ralha,
Por ruas, eiras,
Travessas e veredeas,
Com pressa de chegar,
A lado nenhum.
Só a brincar.

Leve, leve,
Cai, cai,
Silenciosa,
E derrete.

sábado, 11 de setembro de 2010

Um bom exemplo para a "proclamada" PISCINA! (DISCUSSÃO) - V

NA FONTITA CLARO!
Depois das cheias e das obras de requalificação... onde estamos?
... Os donativos, sem decisões não valem nada!
A boa intenção dos pioneiros está a desvanecer... porquê?
Cabe às forças "vivas" uma palavra de orientação, um passo para o início da discussão (...se é que aqui cabe alguma discussão?). Fausto, isto é para ti!

No video abaixo fica claro que a construção de um equipamento de raiz não é a única alternativa, aproveitar os recursos pode traduzir-se numa mais valia!

Podem sempre utilizar-se os recursos naturais e recuperar zonas aprazíveis. Para isso não basta a sensibilidade, há que ser objectivo e perceber da viabilidade dos locais: eu, falo sempre da "minha querida Fontita"!... Mas a curva da Eira das Casas também aparenta condições magnificas! E, existem outros locais tão magnificos!!!!
(Há que considerar a (1) zona envolvente, a (2) àrea disponível - pública e privada - o (3) caudal de água, a (4) exposição solar - máximo número horas de sol - as (5) acessibilidades...)
Venham daí essas ideias e que se nomeie um júri, de que deverão fazer parte a Junta de Freguesia e os beneméritos (até à data... aqueles que avançaram!).
obs...
 o Xavier pode ser um bom consultor!
Porque esperamos?


Fausto Baptista disse: (I)


victor, antes de mais aconselho te a visitar S.Jorge com tempo e a inteirares te da realidade actual, talvez te seja benéfico para nao cires em erros nos comentarios que fazes.
Depois, também dizer te que os que aé agora contribuiram sabem o que se esta a passar e sabem o que esta Junta de freguesia pretende e sabem que "a proclamada piscina" nao esta esquecida.
Também aproveito para te dizer acolho todas as opinioes, venham de onde vierem, mas que haja algum senso na forma como as fazem, porque por vezes da se a entender que por aqui nao se faz nada nem ha quem faça e quando se faz alguma coisa é porque alguem nos pica ou nos obriga a fazer.
Mais uma vez digo que aceito todas as opinioes, mas que sejam credíveis, porque falar da Fontita ou da curva da Eira das Casas para se fazer uma praia fluvial, so demonstra falta de conhecimento da Freguesia.
um abraço



Vítor Baptista disse: (II)

Caro Fausto!
Em primeiro lugar, deixa-me dizer-te que a tua resposta é um sinal muito positivo de interesse, independentemente do conteúdo.

Sabes, que a força das discussões depende do interesse que se cria à volta delas, daí a que a palavra "proclamada" tenha sido escolhida para significar que este tema foi "publicamente anunciado". Este é um facto que não deve gerar polemicas!

O reparo que fazes à minha pouca assiduidade na Nossa Terra é outro facto de que me penitencio e do qual sou quem sai mais prejudicado sentimentalmente.

Já aos erros que atribuis, eu prefiro chamar-lhes "detonadores" da discussão para que o tema deixe de estar na esfera dos que até agora contribuíram e passe para um plano de desenvolvimento real, ao qual todos se sintam ligados, com donativos, com ideias ou com o seu know how. É também um facto de que foi este o objectivo que presidiu ao arranque do projecto, numa intervenção pública, com o lema "TODOS JUNTOS SEREMOS CAPAZES!"?

É de esperar, ao invés do que agora sucedeu, que os locais por mim adicionados (fruto das minhas memórias e dos meus sentimentalismos - reconheço), suscitem OUTRAS ALTERNATIVAS e que sejam conhecidos os critérios objectivos que vão permitir uma escolha, clara e transparente, que todos entendam. Também adicionei no meu artigo alguns critérios que considero essenciais, em número de 5. Pergunto, estes critérios são credíveis e susceptíveis de ser aperfeiçoados?

Quanto ao vídeo que apresento (a título de exemplo) e que serviu de "mote" para este artigo, deixa clara a minha posição face a uma solução que aproveite os recursos naturais que temos. Este é um tema que já teve alguns desenvolvimentos em fóruns do cebola.net mas... por aí ficou! Sem esta discussão é possível desenvolver o projecto ou captar o interesse de todos?

Acredito que um caminho ou um projecto, quando se traça, tem uma meta (objectivo) e que esse meta só se alcança quando se começam a dar os primeiros passos (etapas). É, pois, passo a passo que as coisas se constroem. Neste projecto, foi dado o primeiro passo, outros se lhe seguem. É importante traçar as próximas etapas?

Foi com este sentimento que publiquei o meu comentário e que tu, agora, me dás oportunidade de esclarecer e de reforçar.
Obrigado!
Vitor


Fausto Baptista disse: (III)


Boa noite Victor
para quem me conhece bem, adoro o debete de ideias e o frente a frente, mas para se debater e alimentar qualquer discusao mesmo que o que se pretenda é trazer para a praça publica determinado assunto, este(s) so pode(m) ter continuidade se teem fundamento credivel, nao é lançar uma uma "picada" para o ar e esperar que a seguir o debate tenha seguimento, comigo nao, porque ate ou se discute e debate com seriedade ou vale mais esperar por novos episodios se os houver:
quando falas em critérios so te digo que o 1 criterio a ter em conta antes de qualquer investimento, é saber se o que vamos precisar mais nesse projeto existe, e neste caso concreto o mais importante é a agua e ela nao existe e como tal devia ser o 1 e nao o 4 criterio.
tambem te digo que nao sou adepto de alimentar comentarios fora do local certo para o fazerem em relaçao a actividade da junta e agora mais que nunca teras essa oportunidade de o fazer no dia 25 deste mes. ate la um abraço
Fausto Baptista



Vitor Baptista disse: (IV)


Caro Fausto!

Confesso que agora fiquei confuso!... A Piscina, ou a represa é ou não um Projecto credível? Falar disso é "picar"?

Se, repentinamente, perdeu interesse é a primeira vez que é tornado público. Não tinha conhecimento! Assim concordo contigo, para quê discutir?

Um abraço!









constantino disse... (V)






Palavra de honra, Victor. Para que se mete você em assuntos que não são da competência de estranhos? Palavra de honra que não esperava isso de si! Eles, os autarcas só se interessam por botos. Vale mais a opinião de um promitente botante do que a opinião, mais que credível, de um filho da Terra, da qual já deu provas provadas de que a ama muito, sobretudo à romântica fontita. Pois bem, você fala de uma piscina, e, indirectamente, chama a atenção de que, com a demora e as incertezas, se poderão perder irrevogavelmente ofertas e promessas de ofertas para esse fim. Já o ilustre autarca nem nisso repara e, em vez disso, refere unicamente uma praia fluvial. Mas o Victor falou em praia fluvial para a fontita? Ou somente de uma piscina?
Já agora, ilustre autarca, porque não consta um talo de cebola nos links do blog da freguesia? Tem alguma coisa contra este filho da terra? Já diversas vezes manifestei a minha estranheza no local próprio do referido blog e ... nada! Porque será?
Constantino
Um talo de Cebola

domingo, 30 de maio de 2010

SONETO

Em memória de Aurélio Cunha Bengala

Surge Janeiro frio e pardacento,
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São Bento
E o Decreto da fome é publicado.

Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.

E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão,

Também faz o pequeno sacrifício
De trinta contos só! por seu ofício
Receber, a bem dele... e da nação.

José Régio - 1969

terça-feira, 4 de maio de 2010

Viagem no Tempo!

Viajar no tempo nem sempre é coisa fácil, sobretudo quando o objecto dessa viagem são as nossas próprias memórias. Caminhar por uma memória prospera e desaguar numa realidade decadente, traz-nos angustia e esperança em proporções desiguais... incomodidade conformista. 
Mas... o tempo é inexorável, deixando as suas marcas, a nu, no espaço que nos percorre e envolve.

sábado, 10 de abril de 2010

Ardo!



Decidi...
Deitar fogo a isto,
Comecei por mim.
Ardo já...
...já ardia?

O fogo,
Que me consome,
E arde "sem se ver",
Imobiliza-me,
Tolda-me o olhar,
Consome a carne.

Não paro de pensar.
Ardo em mim.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Indisciplina nas escolas (vista por Fernando Savater*)

Especialistas reunidos em Espanha


Aumento da violência nas escolas reflecte crise de autoridade familiar

Especialistas em educação reunidos na cidade espanhola de Valência defenderam hoje que o aumento da violência escolar deve-se, em parte, a uma crise de autoridade familiar, pelo facto de os pais renunciarem a impor disciplina aos filhos, remetendo essa responsabilidade para os professores.
Os participantes no encontro 'Família e Escola: um espaço de convivência', dedicado a analisar a importância da família como agente educativo, consideram que é necessário evitar que todo o peso da autoridade sobre os menores recaia nas escolas.

'As crianças não encontram em casa a figura de autoridade', que é um elemento fundamental para o seu crescimento, disse o filósofo Fernando Savater.

'As famílias não são o que eram antes e hoje o único meio com que muitas crianças contactam é a televisão, que está sempre em casa', sublinhou.

Para Savater, os pais continuam 'a não querer assumir qualquer autoridade', preferindo que o pouco tempo que passam com os filhos 'seja alegre' e sem conflitos e empurrando o papel de disciplinador quase exclusivamente para os professores.

No entanto, e quando os professores tentam exercer esse papel disciplinador, 'são os próprios pais e mães que não exerceram essa autoridade sobre os filhos que tentam exercê-la sobre os professores, confrontando-os', acusa..

'O abandono da sua responsabilidade retira aos pais a possibilidade de protestar e exigir depois. Quem não começa por tentar defender a harmonia no seu ambiente, não tem razão para depois se ir queixar', sublinha.

Há professores que são 'vítimas nas mãos dos alunos'.

Savater acusa igualmente as famílias de pensarem que 'ao pagar uma escola' deixa de ser necessário impor responsabilidade, alertando para a situação de muitos professores que estão 'psicologicamente esgotados' e que se transformam 'em autênticas vítimas nas mãos dos alunos'.

A liberdade, afirma, 'exige uma componente de disciplina' que obriga a que os docentes não estejam desamparados e sem apoio, nomeadamente das famílias e da sociedade.

'A boa educação é cara, mas a má educação é muito mais cara', afirma, recomendando aos pais que transmitam aos seus filhos a importância da escola e a importância que é receber uma educação, 'uma oportunidade e um privilégio'.

'Em algum momento das suas vidas, as crianças vão confrontar-se com a disciplina', frisa Fernando Savater.

Em conversa com jornalistas, o filósofo explicou que é essencial perceber que as crianças não são hoje mais violentas ou mais indisciplinadas do que antes; o problema é que 'têm menos respeito pela autoridade dos mais velhos'.

'Deixaram de ver os adultos como fontes de experiência e de ensinamento para os passarem a ver como uma fonte de incómodo. Isso leva-os à rebeldia', afirmou.

Daí que, mais do que reformas dos códigos legislativos ou das normas em vigor, é essencial envolver toda a sociedade, admitindo Savater que 'mais vale dar uma palmada, no momento certo' do que permitir as situações que depois se criam.

Como alternativa à palmada, o filósofo recomenda a supressão de privilégios e o alargamento dos deveres.

Gostou? Então divulgue...


*Fernando Savater, Pedagogo e Filósofo

segunda-feira, 29 de março de 2010

O Mar sempre o Mar!

A minha avó do Rodeio, nas tardes pachorrentas de verão, contava-me histórias e feitos, sentados ao balcão, à sombra da latada. A minha história preferida sempre foi a das gaivotas, que em determinados dias chegavam ao Picoto e, apontava com o seu dedo, elevando o braço quase até ao infinito, que eu seguia com os olhos, o cimo da montanha. Depois de me explicar de onde vinham as gaivotas, falava a palavra mágica, que sempre me deixou deslumbrado, MAR!

Não sei se alguma vez uma gaivota chegou ao Picoto, tão pouco me importa esse facto, que servia para acalmar as minhas traquinices. Ou se é possível, em dias claros, vislumbrar o mar do alto dessa montanha, como a minha avó também me contava, o que importa para mim é o que ficou até aos dias de hoje e me consome de saudade quando o vejo (agora) todos os dias. Vejo, é uma palavra vazia, devia ter dito, quando o contemplo, porque faz parte de mim, tal como a Serra do Picoto, o MAR!

quinta-feira, 18 de março de 2010

Declarações sobre a Justiça em Portugal!

Marinho Pinto, Bastonário da Ordem dos Advogados, é uma figura odiada por muitos, amada por poucos. Independente do nosso lugar "na bancada", devemos "dar-lhe ouvido" para que a nossa posição seja mais sustentada.

Vale a pena ouvi-lo num tom "desinflamado", que não lhe é muito habitual!

sábado, 20 de fevereiro de 2010

MANIFESTO PRÓ-SOCRÁTICO

Não resisti, depois da leitura, em divulgar este manifesto do Poeta bohémio e Miguelista!

O tom é crítico,  mas elegante, "com compostura", o que torna este poema ainda mais interessante. É como se fosse o ressurgimento contemporâneo de Almada Negreiros e do Grupo do Orpheu! Uma D*E*L*I*C*I*A...

(Aprenda quem quiser! Para dizer mal, não é necessário ofender!)

A palavra ao Poeta:
por Roberto Ceolin
Poeta bohémio e Miguelista


MANIFESTO PRÓ-SOCRÁTICO

Viva o Sócrates! Viva, sim!

Ao contrário do que dizem e escrevem muitos por aí, o Sócrates é boa pessoa!
isso vê-se logo porque o Sócrates está sempre a sorrir!
o Sócrates é um homem à moda antiga!
não há cá disparates nem parvoíces com o Sócrates!
o Sócrates nunca mente e quando a verdade não está do seu lado, é porque a verdade está errada!
amanhã o Abrantes já põe a verdade no seu sítio!

o Sócrates é um homem de virtudes!
o Sócrates é bom pai!
o Sócrates leva os filhos a safaris em África enquanto os portugueses ficam em casa a apertar o cinto!
o Sócrates vai de férias aos Alpes e volta de muletas!
digam os turistas do Algarve, os bons-vivants, a Lili Caneças e o Castelo Branco

Viva o Sócrates! Viva, sim!


o Sócrates quer o bem de todos os portugueses!
o Sócrates luta pelos interesses dos portugueses, na Europa, na Venezuela, em São Bento, no Largo do Rato, na Portugal Telecom, em todo o lado!
o Sócrates é o novo Vasco da Gama!
o Sócrates é como o pai da nação!
se fizessem um teste ao Sócrates descobririam que ele tem o mesmo DNA que o D. Afonso Henriques!

o Sócrates dá-nos de comer!
O Sócrates consegue-nos dinheiros lá de fora!
com o Sócrates no poder, os portugueses vão poder ir para o trabalho todos os dias de TGV e receber as suas ajudas semanais da Caritas e do Banco Contra a Fome entregues de avião!
enquanto ainda existe, diga a uma só voz toda esta Nação Lusitana

Viva o Sócrates! Viva, sim!


O Sócrates apoia as artes!
O Sócrates gosta de teatro!
o actor preferido do Sócrates é o Diogo!
(Que sorte a do Diogo!)
mas o Sócrates também assiste televisão!
o Sócrates é fã do serviço público de televisão!
o Sócrates defende o pluralismo informativo!
o Sócrates até cascou no Santana por causa do Marcelo!
o Sócrates já vê a TVI à sexta-feira!
o Sócrates esteve quase para ouvir a Rádio Renascença, o Cavaco é que não deixou!
o Sócrates quer ver a SIC!
deixem o Sócrates ver a SIC!

Abaixo o Crespo! Abaixo, sim!
Abaixo o Medina! Abaixo, sim
!


Os níveis de cultura literária estão altos como nunca em Portugal porque o Sócrates gosta de literatura!
o livro favorito do Sócrates é o “País das Maravilhas”, mas sem a Alice que essa não está lá a fazer nada!
a personagem favorita do Sócrates e a Rainha de Copas com aquela sua mania de mandar cortar cabeças!
a autora favorita do Sócrates é a Isabel Alçada!
o primeiro governo do Sócrates foi “Uma Aventura fora do Parlamento”!
dentro do parlamento não deixam o Sócrates governar!
deixem o Sócrates governar!

Abaixo a Oposição! Abaixo, sim!


o Sócrates gosta das criancinhas!
o Sócrates dá computadores às criancinhas!
com o Sócrates a escola é muito mais divertida e não é preciso perder tempo com trivialidades que o acordo já aí vem!
com o Magalhães sob as carteiras a ensinar os gaiatos, os professores já têm tempo para serem avaliados e até para virem a Lisboa aos magotes visitar o Sócrates ao sábado!
o Sócrates acredita nas oportunidades!
o Sócrates quer uma nação armada de diplomas na mão!
dizem os pessimistas que p’raì andam que o Sócrates fecha universidades quando o Sócrates nos seus dias de estudante até ao domingo fazia exames!
o Sócrates até em inglês escreve!

God save Socrates! God save him!


dizem os bota-abaixistas que não há liberdade de expressão em Portugal quando o Sócrates gosta tanto dos jornalistas que lhes telefona sempre que pode!
o Sócrates quer os jornalistas todos a trabalhar para ele!
o Sócrates faz tudo pelos jornalistas!
com o Sócrates nenhum jornalista jamais se encontraria nas longas filas dos centros de emprego!
o Sócrates gosta tanto da Manuela Moura que a quis operar para a tornar Cristã!
digam os jornalistas, os apresentadores de televisão, os directores de informação entre outros e outros e outros ainda

Viva o Sócrates! Viva, sim!

No nosso país os trabalhadores não querem fazer nada; não param de se queixar e qualquer coisinha é logo é motivo para greves e manifestações. O Sócrates, pelo contrário, é multifacetado e nunca falta ao trabalho!
o Sócrates é licenciado!
o Sócrates é bacharel!
o Sócrates é engenheiro!
o Sócrates desenha casas!
o Sócrates licencia parques!
o Sócrates faz reformas!
o Sócrates tira-nos da crise!
o Sócrates mete-nos outra vez na crise!
o Sócrates vai!
o Sócrates vem!
o Sócrates fica!
o Sócrates quer ficar!
deixem o Sócrates ficar!

o Sócrates até oferece o Magalhães ao Rei de Espanha e o Rei de Espanha não manda calar o Sócrates!
o Sócrates é Sócrates!
digam as nações ibéricas e sul-americanas conduzidas pela batuta do camarada Chávez:

Que se quede Sócrates! Se quede, sí!


Palatino das liberdades individuais, do direito às conversas privadas, à igualdade entre todos os cidadãos e, de acordo com os princípios base da sociedade democrática e republicana, contra todo e qualquer tipo de descriminação, o Sócrates defende as minorias!
o Sócrates defende os gays!
o Sócrates defende as lésbicas!
o Sócrates quer casar os gays!
o Sócrates quer divorciar os héteros, já que ninguém tem culpa!
o Sócrates ainda não deixa os gays adoptarem mas pelo menos já deixa abortar as mulheres!
depois de o Sócrates lhes ter recompensado pelo seu silêncio
diga o ILGA –esses ingratos!– em falsete

Viva o Sócrates! Viva, viva!


as nossas matronas nacionais todas de preto e de bigode podem querer os seus homens feios e a cheirar a cavalo, mas o Sócrates é bonito!
o Sócrates é lindo!
o Sócrates é perfumado!
o Sócrates é charmoso!
as mulheres deliram com o Sócrates!
os homens bem vestidos deliram com o Sócrates nos corredores dos teatros nos intervalos da Ópera!
os socialistas deliram com o Sócrates!
os professores deliram com o Sócrates!
os enfermeiros deliram com o Sócrates!
o Sócrates é o delírio de sindicalistas, comunistas, bloquistas, anarquistas, e demais istas que andem por aí!
o Sócrates veste Armani!
o Sócrates tem o armário cheio !
digam os costureiros e desenhadores de moda em bicos de pés

Vivá o Socratés! Vivá, vivá!


Profundamente preocupado com a degradação dos valores morais da sociedade portuguesa contemporânea, com a desagregação da família e a perda dos bons costumes e das tradições nacionais, o Sócrates é católico!
o Sócrates tem esperança!
o Sócrates acredita na vinda do Messias!
o Sócrates espera a vinda do Messias!
o Sócrates é o Messias!
o Sócrates cala a Ferreira Leite com citações do Vaticano II!
o Sócrates e o Costa querem ver os gays todos vestidos de branco enfrente à imagem do Sant’ António!
o Sócrates consulta-se com o Arcebispo de Lisboa para o informar de que também se casam os gays!
o Sócrates ouve a Conferência Episcopal!
comece o Arcebispo Primaz os seus pontificais dizendo de braços abertos enfrente ao altar-mor

Socrates vobiscum! Vivat, vivat!

quantos não se atropelam uns aos outros para chegar ao topo e uma vez lá esquecem-se dos amigos e já não conhecem ninguém?
o Sócrates não é assim!
o Sócrates rodeia-se de amigos, e telefona-lhes com frequência!
os amigos do Sócrates são felizes, porque o conhecem de longa data, e estão sempre bem, e fazem bons negócios, e são nomeados para bons cargos!
o Sócrates é fiel!
os amigos do Sócrates nem precisam de frequentar a Loja!

o Sócrates é alegre!
o Sócrates é folião!
o Sócrates quer saber como correram as férias do Louçã!
o Sócrates almoça nos hotéis de Lisboa com os amigos onde fala alto com a boca cheia de polvo e engasga-se com os tentáculos!
os amigos do Sócrates dizem em frente às câmaras de televisão

Viva o Sócrates! Viva, sim!


perante os ataques que começam a cair de toda a parte contra o Sócrates, deve esta nação portuguesa substituir os cãezinhos lulus, os gatinhos da avó, os periquitos das gaiolas e os inúteis peixes vermelhos que passam o dia às voltas nos aquários a fazer borbulhas por animais de estimação que sirvam para alguma coisa. Sejam pois substituídos por polvos amestrados que possam aplaudir o Sócrates com oito braços de uma só vez enquanto fazem o pino.
polvos deficientes com menos de oito braços são I·N·A·C·E·I·T·Á·V·E·I·S!

batam palmas todos esses tentáculos

VIVA o Sócrates! VIVA, sim!
Roberto Ceolin

domingo, 14 de fevereiro de 2010

A Nova Classe Emergente – Prostituto Cívico


"Comandar não significa dominar, mas cumprir um dever"
Séneca


(Terá cerca de 2 000 anos esta frase, mas a modernidade do seu sentido parece intemporal!
Também, segundo relatos credíveis, Séneca, deu cumprimento exemplar ao principio que proferiu, independente da sua riqueza pessoal, prestando um exemplo raro de Ética e de cidadania ao compatibilizar a dedicação ao serviço da “coisa pública”  com a esfera privada.)

Comandar não significa dominar

Somos contemporâneos de sucessivos episódios fáceis de identificar em todos os quadrantes do arco do poder, actual ou mais recente, onde as tentativas de dominar se sobrepõe a todas as medidas que conduzem a uma efectiva alteração do estado a que as coisas chegaram. Quem chega ao poder,  através de legítimos propósitos eleitorais sufragados, monta de imediato um perímetro blindado de onde emanam, não as soluções que se esperam para os problemas que atravessamos, mas uma espécie de teia que tudo varre, num expurgo generalizado ou limpeza selectiva, onde os critérios não se pautam pela competência ou pelo cumprimento dos objectivos específicos que nortearam a sua legitimação, mas por uma política de nomeações, onde predominam os perfis individuais facilmente manipuláveis, dispostos a perder  a honra a qualquer preço – uma espécie de prostituição cívica da pior espécie!
O resultado é o assalto voraz aos diferentes níveis das estruturas do Estado pelas máquinas partidárias, que rapidamente ficam fora de controlo, em vagas sucessivas e “subterrâneas” de onde emergem ansiosos de protagonismo um tipo de indivíduos, investidos de um pseudo-poder e de um conhecimento a-prori que os capacita para tudo e que tudo lhes permite na luta pelas suas pretensões individuais.
Isto torna-se perigoso e resulta muitas vezes em planos que escapam às próprias cúpulas, normalmente, nos fins de ciclo, foi assim com o cavaquismos, com o guterrismo, com o barrosismo, com o socratismo e, agora?... nem sei que nome lhe dar! Mas, se este assalto consentido for bem sucedido, significa o passaporte para outros patamares, cada vez mais próximos do topo da pirâmide. Arriscar, torna-se a única saída para passar do anonimato dos jantares da carne assada à ribalta interna!
Significa isto, que temos que ter em consideração a existência de dois tipos de poder no actual regime democrático. O poder interno subterrâneo, construído à imagem e semelhança de cada indivíduo que integra a “máquina” e que é altamente corrosivo e des-construtivo no plano social porque acentua as injustiças e os favorecimentos. E, o poder real, legalmente investido, com origem na “máquina” e controlado por esta. É permissivo face às investidas das estruturas partidárias ao aparelho de Estado em diferentes planos sociais e económicos. É facilitador e, muitas vezes, financiador ou fiador das actividades partidárias. É neste plano, pseudo-consentido, que se recrutam os correligionários, totalmente fiéis sem pensamento próprio, mas dispostos a executar qualquer tipo de plano ou “trabalho sujo”, sem escrúpulos e a troco de um lugar cada vez mais próximo do topo. É desta forma que acumulam um capital de confiança que será a sua moeda de troca, o seu passaporte, para um lugar que no futuro alimentará os seus interesses privados – a prostituição cívica visível na promiscuidade gerada por uma teia de interesses que se passa debaixo dos nossos olhos.
Uma característica destes grupos, é a sua progressiva sensação de domínio, de controlo social sobre tudo e sobre todos, com consecutivos atropelos, barbaridades e também com os maiores disparates e infantilidades!
Entendido assim, o regime dominante nas décadas que se seguiram à Revolução de Abril  é uma autocracia, legitimado por uma capa de democracia partidária controlada por aparelhos partidários vazios de cidadania e impregnados de lóbis a quem interessa dominar, controlar e viabilizar os princípios sociais e económicos que permitem movimentar, por ciclos, enormes montantes de fundos públicos para o sector privado, sobretudo para o sector financeiro, em detrimento do interesse público e através da espoliação dos contribuintes numa espiral incessante de impostos. 
Um líder que emerge dentro deste quadro passa, rapidamente, de um democrata a um autocrata, suportado por um regime que o legítima democraticamente, mas cuja resposta deixa de ser o seu caderno eleitoral, o seu discurso pré-eleitoral que todos ouviram e registaram e que se tornou base do seu voto, para ser uma resposta aos fiadores, que esperam, ávidos, o seu quinhão milionário, transformando o poder real numa quimera de legislatura em legislatura, como o povo diz, para inglês ver!  Um líder aprisionado, que transforma um Regime Democrático num regime aprisionado!

Cumprir um dever

É esse o papel do líder, fazer cumprir o poder real, transformando-o em decisão, em justiça e em progresso, honrando os compromissos pré-eleitorais, as promessas e o mandato democrático para que foi investido. Imune a pressões e interesses privados, orientado por um principio intemporal, Comandar (...) para cumprir um Dever! Defendendo o Regime Democrático dos ataques mais vilipendiosos de interesses privados instalados e sem escrúpulos, que giram na sua esfera.
É ingénuo pensar que isto é possível?
Se a tua resposta for positiva, cuidado! És um (potencial) prostituto cívico.... 

Vítor Baptista – Cascais

Fev. 2010

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Um rasgo de irreverência! De Liberdade?

Talvez os dois... a actualidade das palavras de Almada Negreiros e a possibilidade de as lerem e, ao mesmo tempo, de as ouvirem, ditas, pelo saudoso Mário Viegas é um momento único, que vale a pena (re)viver até ao fim.

Ora leiam e oiçam, clicando aqui!