domingo, 23 de dezembro de 2012

Até quando estamos dispostos a renunciar aos nossos direitos e à justiça?

Não restam dúvidas. O governo português (PSD/CDS), a oposição da área do poder (PS) e a oposição instalada (PCP, PEV e BE) trabalham a tope nas agendas próprias, alheados do estado real do país e das consequências da suas atitudes e das suas posições totalmente autistas.

A irredutibilidade de uns e dos outros é a única certeza e é a única estratégia com que podemos contar para enfrentar a grave crise com que nos debatemos. Uns dizem que o povo é o culpado porque vive acima das suas possibilidades e que, a partir de agora, temos que ser uns pobres desgraçados, do tipo Isabel Jonet (e... Fernando Ulrich) - pobrezinhos mas ordeiros. Os outros, clamam que não paguemos e que se lixem os credores, porque o povo é soberano. É assim que, dia após dia, debate após debate, os representantes que elegemos, no governo ou na oposição, tratam dos nossos assuntos e decidem das nossas vidas. Empurram para a frente e alternam-se, sem respostas, sem conclusões e sem soluções. Só conversa fiada de um lado e do outro.

Falhanço após falhanço, o governo actual e os que o antecederam contam e contaram com a brandura social e com a ausência de propostas credíveis de uma oposição responsável e preparada para fazer a diferença com um programa robusto, exigente e ajustado ao tempo. Todos os governos caíram de maduros mas, só depois de terem assaltado politicamente todas as instâncias do aparelho de estado e depois de terem saqueado os cofres das finanças públicas num esbulhe consentido e inimaginável de contratos, trapaças, subvenções... Hoje percebemos, pelas piores razões, o volume do roubo que nos foi feito por todos os partidos da área do poder e consentido pela irresponsabilidade das oposições irredutíveis. Essa percepção é, tão só, a medida dos sacrifício que hoje exigem a trabalhadores e a  empresários em Portugal. Cada um de nós, sabe quanto é... e, o dinheiro, que nos roubaram, sumiu-se do país e não foi parar ao bolso dos trabalhadores nem dos empresários sérios e que pagam os seus impostos. Ao contrário do que Ulriche's, Gaspare's, Coelho's, Jonet's, Borges e outros "especialistas"  e comentadores nos querem fazer acreditar!

Este é o resultado do preço do nosso alheamento, da nossa desresponsabilização e da nossa falta de participação cívica. Os actuais partidos acumularam um capital de poder inversamente proporcional à cidadania participativa e há lógica da representatividade. Ou seja, quanto menor é a participação dos cidadãos, maior é o espaço  de acção que permite a voracidade das máquinas partidárias, disciplinadas e hierarquizadas, sem excepção. Se de um lado assistimos a guerras fratricidas pelo poder (PSD/CDS/PS), do outro, estranhamente, somos espectadores das transmissões de poder oligárquicas (PCP/PEV/BE). A consequência deste establishment é a de perpetuar um regime sem prioridades económicas nem financeiras, sem prioridades sociais, sem prioridades culturais, sem prioridades ambientais, sem um pingo de moral, sem uma réstia de ética e sem gente de carácter que ponha o interesse de Portugal acima dos seus próprios interesses. É um país sem Estado real e sem Justiça!

Uns, olham para os cidadãos como um autêntico alvo a abater e encontram no suor do seu trabalho uma fonte de receitas justificada pela irresponsabilidade do povo (gastador) português sonegando-lhe os direitos adquiridos e a dignidade. Os outros, olham para os cidadão como vítimas inevitáveis de uma chacina que alimenta a razão e os argumentos da sua luta, perpetuada no populismo verbal, tipicamente parlamentar, de um status quo de aparente combate sem nenhum resultado prático.

Perante as denúncias concretas a que todos assistimos, exige-se que ao nível nacional, os representantes eleitos pelo povo tomem medidas extraordinárias. Os deputados da Assembleia da República foram eleitos e investidos pelo poder do povo, não foram eleitos pelos partidos, nem pelos interesses que prioritariamente representam. Exige-se proatividade, exigem-se iniciativas legislativas, exigem.se medidas urgentes e extraordinárias no tempo e no quadro do poder que lhes confiámos. Por outro lado, o poder judicial, tem que responder perante o povo sobre o que se está a passar na investigação e no julgamento de tantos processos que se arrastam e prescrevem. Os Juízes e o Ministério Público, têm que assumir, a partir da sua independência, a condução inequívoca das rédeas da Justiça sem preconceitos e sem rodeios. A justiça tem que responder à pergunta "porque é que Portugal é um dos países europeus onde a corrupção é o meio de influência mais utilizado e porque é que não existem corruptos? E, se a Justiça não tem meios, o poder legislativo tem que os encontrar e já! Não há desculpa para a situação inqualificável e vergonhosa que passa impune diante dos nossos olhos! O maior custo para Portugal é continuar tudo como antes.

É justo exigirmos os nossos impostos de volta e é justo obrigar quem nos roubou a devolver o que não lhe pertence, é justo que lhes sejam confiscados e arrestados os bens para os quais não trabalharam. A máquina fiscal e os bancos é assim que agem perante os cidadãos, quando não cumprem com as suas responsabilidades. Tiram-lhes a casa, os bens... sem dó nem piedade. Temos que ter pena de quem?... de quem nos roubou, daqueles que são os verdadeiros responsáveis pela penúria a que chegamos.

Só não vê quem não quer! E... "o mais cego é aquele que não quer ver!".

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