sábado, 26 de novembro de 2011

Escolhas de merda!...


Não é meu hábito ser tão directo, confesso que sou "redondo" de mais, na forma de dizer. Mas foi o título que me veio à cabeça e não lhe resisti. Ainda pensei, será que me saltou a tampa?... mas não, estava no sítio! Olhei à volta e... "tudo na mesma"!

Um país cheio de gastos, impossíveis de estagnar, independentemente dos permanentes garrotes. Deitado numa maca, no corredor de um hospital, cheio de médicos e paramédicos ao seu redor, cada um com seu choque terapeutico, à vez, para aplicar, em agonia, a um doente que devia estar numa cirurgia dirigida e organizada por chefe de equipa competente.

Mas não, continua no corredor do hospital, triado até à medula. Até já houve mudanças de turno. Mas foi só para dar continuidade à agonia, sustentando o enfermo preso à vida por mais garrotes, que vão sendo colocados à mercê das rupturas que vão surgindo e provocando novas hemorragias, não evitando as transfusões de sangue, que escasseia cada vez mais nos bancos nacionais de dadores, tendo que se recorrer a bancos de sangue de outros países.

É este o país moribundo que temos, que conhecemos faz umas dezenas de anos, entregue a equipas de médicos de merda, que não têm feito mais do que dar suporte avançado de vida ao enfermo, cobrando horas e mais horas extraordinárias e mais pareceres a colégios de especialistas, que mais não fazem que o troar de um coro sem maestro, tal é dissonância de vozes que o compõe.

Face a este estado, perguntaram à família do doente qual era a melhor equipa, qual preferiam? A família respondeu que gostaria de ouvir as partes que se propunham tratar o doente, para melhor decidirem. E não foi fácil tomar uma decisão, tal era o coro de soluções, de promessas, dum lado e do outro. Reunido o concelho familiar lá se decidiram por uma das equipas duma forma mais ou menos consensual, mas justa!

Mãos há obra, o doente, agora está bem entregue!

Nem saíram do corredor, foi mais do mesmo, garrote, atrás de garrote. Agora mais apertados, pois as hemorragias, não estagnam. A equipa que parecia dinâmica, fresca, radiante de esperança e realista, vira, ainda no corredor, para uma postura derrotista, medrosa, cobarde, dando o dito por não dito...

Reunida a família o diagnóstico foi consensual, se uma equipa não prestava, a outra não parece sair disso!

Duas equipas de merda... e agora?

1 comentário:

Unknown disse...

Inteiramente de acordo! Escolhas de merda.