sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
+D = Democracia em Movimento (Blog): [Opinião +D] Porque têm os portugueses baixos níve...
+D = Democracia em Movimento (Blog): [Opinião +D] Porque têm os portugueses baixos níve...: Não escapa à observação de quem que deite um olhar minimamente atento à realidade portuguesa que os portugueses têm baixos níveis de partic...
sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
Saída sem Saída ?
São cada vez mais as vozes que se juntam à voz do economista João Ferreira do Amaral. A saída do euro apresenta-se cada dia como mais inevitável para os ditos países da periferia. O português médio começam a compreender o que significa estar dentro da moeda única, sentindo na pele o significado do desemprego, a inércia das medidas que tardam e (quase nunca) funcionam, o significado do sentido de "centro de decisão comum", o significado de "interesses dos mais fortes", o significado de "não há almoços grátis"... À esquerda do PS, já surgem no BE, contra a linha oficial, vozes dissonantes que apontam o caminho da saída como a única alternativa que permitirá a Portugal renascer com um ritmo próprio, não dependente de terceiros, com todas as vantagens que a soberania e flexibilidade da moeda própria permitem. Há alternativas para "um afastamento monetário" e a discussão é útil, mas o equilíbrio das forças não é fácil.
25 de Maio de 2014 aproxima-se, e é inevitável e saudável relançar a discussão sobre as consequências e os benefícios da moeda única. Sobretudo pensar o euro à luz do que nós cidadãos sentimos nas nossas vidas para o melhor e para o pior e, acima de tudo, ponderar sobre o que dela podemos esperar. Em Maio temos uma nova oportunidade de decidir sobre o nosso futuro comum, dentro da Europa, dentro da moeda única. É o tempo de iniciar uma discussão prática e acessível a todos. É o tempo das forças no terreno apresentarem as suas propostas, é o tempo de novas forças sociais emergirem de movimentos genuinos que representem uma nova vontade de actuar, é o tempo de nós cidadãos agirmos em benefício do bem comum.
Só estamos à altura das nossas exigências se agirmos agora, caso contrário é tempo de nos subordinarmos, resignados(?)!
Só estamos à altura das nossas exigências se agirmos agora, caso contrário é tempo de nos subordinarmos, resignados(?)!
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
pop neoliberal
Gosto que este Henrique Raposo assuma esta posição, o paladino de uma direita radical que preferia que tivesse sido um cacique a "comandar" o 25 de Novembro no lugar de Ramalho Eanes. Hoje teríamos, um presidente, um governo e um tribunal constitucional!... vejam (só) a desgraça que era!
Não aconteceu.
Sou um admirador de Sá Carneiro nos seus ideais da social democracia. Nunca lhe apreciei a linha, redutora, de uma concentração de todos os poderes, que quase resultou na sua única marca. Acredito que o combate político e a diversidade de oponentes, na cena, é sempre preferível a um Estado monolítico de ideias e de ideais.
Este é o enfant terrible da pop neoliberal, farta-se de "cagar postas de pescada", tipo Nuno Rogeiro d'outros tempos. Não percebe e também não está interessado em perceber, qual foi a vivência do Portugal de 74 a 85. Mas não será a sua indiferença perante tudo o que desconhece ou tudo o que não vivenciou que vai retirar a esses momentos únicos, o seu ideal revolucionário, o seu carácter ideológico de pendor romântico e anárquico. A experiência do desconhecido e o medo do imprevisível, assustam os que usam a informação para limitar a mundividência à leitura do aparo da sua caneta e ao registo datado, zombando, com arrogância e despeito, das linguagens que abrem os novos caminhos e as novas alternativas. Ler tudo à luz da velocidade das redes sociais de que hoje dispomos e imaginar que as transformações se operavam in illo tempore de uma semana para a outra (à boa maneira do "jogo" do tipo Moreira de Sá, com tese e tudo) é de um profundo pedantismo.
Não Riquinho, as transformações operaram-se com com paixão, com substância e com combate. Mudavam-se as mentalidades, com as ideias, não era com a força da fome e da miséria, como o Riquinho advoga e com que rejubila.
Ah! isto tudo para (lhe) dizer que, ao contrário do menino, penso que "Eanes (não) fez sempre a vida negra aos políticos que pretendiam normalizar o regime", Eanes, foi parte da normalização.
terça-feira, 12 de novembro de 2013
O Bode Expiatório
Francisco Barroso
Está tudo do
avesso. O mundo está ao contrário e, mesmo sem conhecermos as causas profundas,
todos temos essa intuição, essa perceção. A evolução moral, como a pessoal, é
lenta e tem por vezes recuos significativos. Em termos coletivos estamos num
desses períodos seguramente.
É de todos
conhecido o facto de nas sociedades primitivas o valor ou a importância residir
no coletivo. Era o grupo que era importante, não o indivíduo, a sobrevivência
da tribo ou grupo dependia disso. A pessoa, nesses tempos, não tinha qualquer
valor além do grupo ou da comunidade em que estava inserida. Aliás, quando as
coisas corriam mal, o grupo para apaziguar a ira das divindades, que naqueles
tempos eram tão cruéis quanto os homens, pois que criados à sua imagem e
semelhança, não tinham qualquer pudor em sacrificar-lhe um dos seus.
Se recuarem à
mitologia grega, que é já uma coisa recente, lembrarão que Homero e Hesíodo
atribuíram aos deuses, tudo aquilo que entre os homens é repreensível e sem
decoro: roubo, adultério e enganos recíprocos. E porventura em território mais
conhecido (a Bíblia) lembrarão que no tempo da Páscoa os judeus se dirigiam a
Jerusalém para no Templo oferecer sacrifícios a Iavé. Uma das cerimónias
consistia em largar no deserto um bode para o qual o Sumo-Sacerdote migrara os
pecados do povo com a função de ali os expiar: o bode expiatório.
É fácil de ver
que os tempos não têm sido fáceis, mas tem havido evolução, e como ensina o
filósofo José António Marina: o uso
racional da inteligência, que se materializa na procura de evidências
partilhadas, intersubjetivas, que se empenha numa corroboração incessante
daquilo que pensa, mediante a critica, o debate, a prova, melhorou a nossa
convivência, libertando-nos da tirania da força e instaurando a orbe da
dignidade humana.
O surgimento da
ética como possibilidade que a inteligência tem de quebrar a lógica do mundo,
que é a lei da selva, o reforço do direito com a consagração dos direitos de
personalidade, do principio da igualdade, que permitiu o surgimento dos regimes
democráticos, que assentam no princípio da responsabilidade pessoal e nos
levaram a um patamar civilizacional que pensámos indestrutível…todavia e de
repente: ai, ai, ai, que isto assim não pode ser…parece que está tudo a ruir!!!
O que nos está a
acontecer é um terramoto moral. O capitalismo, com os seus fetiches hedonistas,
levou-nos a níveis de consumismo e individualismo insustentáveis, com dinheiro
fácil, muito dinheiro, para termos tudo do bom e do melhor. Pensávamos que só
assim merecíamos a aceitação do outro. Sacrificámos tantas coisas para ter mais
dinheiro. Um emprego não chegava, arranjavam-se dois. Era preciso trocar de
carro, uma casa maior, uma outra casa de férias… acabámos por nos vender por um
prato de lentilhas, tal como Esaú vendeu a sua primogenitura e, no entanto,
vivemos hoje tempos de amargura.
E os políticos
que no plano simbólico e institucional representam o bonus pater família coletivo,
que
deviam garantir a justiça, a equidade e o equilíbrio entraram eles próprios
em desvario total. Para manter o poder ou para o alcançar tudo se tornou
válido. Sustentam a ação num discurso totalmente esquizofrénico, um discurso de
feirantes, a vender ilusões quando na oposição e mal alcançam o poder, um
discurso inverso, que sustentam com a alta responsabilidade de estadistas,
permitindo-se subverter os mais elementares princípios da confiança e da boa fé.
Como é que um
conjunto de cidadãos que se propõem governar um país o leva a uma situação de ruína,
por dividas colossais que se vão acumulando ano após ano? Por ação, porque para
ganhar eleições gastam rios de dinheiro em obras de fachada, muitas quase inúteis
só para pagar favores às grandes empresas que os sustentam. Por omissão, por
deixarem a banca em roda livre a criar uma riqueza virtual até onde ela própria
achou possível.
Foi a alta
finança que com a sua ganância infinita e os Estados com a sua inoperância que
causaram este terramoto a que deram o pomposo nome de divida soberana, de que
não há responsáveis. Os responsáveis não são os banqueiros que fraudulentamente
nos enganaram a todos nem os órgãos do Estado que tinham o dever de os supervisionar
e não o fizeram. Os responsáveis somos nós. Todos nós que temos que a pagar, filhos
e netos…
Ora, é este o
aspeto mais relevante do problema. É que apesar da Constituição, de imensas
leis em vigor e de tribunais instalados, o meio encontrado como o mais adequado
foi o da subversão do princípio de responsabilidade individual. Sendo de grande
melindre incomodar os sábios políticos (que raramente têm dúvidas e nunca se
enganam) e os poderosos, ataca-se quem poucos ou nenhuns meios tem de defesa,
através da conversão (perversão) da responsabilidade individual em
responsabilidade coletiva.
Como já se
percebeu, o direito já de pouco nos vale. O país está atulhado de leis. Nunca
houve tantas como agora e como é que nos sentimos? Como um bode expiatório,
inelutavelmente condenados.
O que é que precisamos?
De uma moral e de uma ética forte, em que seja natural o respeito pelo outro. Em
que o outro seja olhado não como uma mera possibilidade de nosso enriquecimento
material, mas antes como possibilidade do nosso crescimento pessoal e interior.
Nós não viemos ao mundo ser ricos ou pobres, nós viemos ao mundo, antes de tudo
para ser felizes…e esquecemo-lo tantas vezes.
O homem é um ser
cheio de possibilidades, mas tão frágil, inseguro e tão perdido nas suas
ambições. Afinal de nos servem a Constituição, os códigos, os contratos se não
se houver respeito, se não houver palavra?
Numa situação de
desamparo como esta deixo-vos com salmo 22 de David: Não te afastes de mim, pois a angústia está perto, e não há quem ajude.
Essa é que é essa…
sábado, 2 de novembro de 2013
Gasómetro - Um Museu Mineiro
Cascais,
30 de Outubro de 2013
Ainda estou a digerir
um turbilhão de emoções do passado sábado - 26 de Outubro - na Barroca Grande.
Pensei que era exagero meu e deixei passar mais uns dias para perceber se o que
ali senti tem o selo que lhe confere a marca das coisas que valem a pena reter.
E, para o caso, as marcas estão exactamente com a mesma intensidade.
Tinha comigo (como
companheiros de viagem) três genuinos seres urbanos que já “viram tudo”, que já
“foram a todo o lado” e a quem eu tinha contado a história de um menino que
nasceu e cresceu numa região mineira, um homem que ama muito a sua terra e as
suas gentes. Para os poder cativar mais, fui-lhes falando da riqueza económica
da região, da fabulosa e da trágica história do Couto Mineiro e dos seus principais
heróis – os Mineiros. Falei-lhes do sucesso, do declínio e da actual relativa
estabilidade dessa micro sociedade. Contudo, não era suficiente. Para abordar
ou para discutir este assunto não era necessária uma deslocação tão grande
(Cascais - Barroca Grande, viagem directa, com muito enjoo à mistura!).
Juntei-lhe o desafio de verem esta história ao vivo e entusiasmei-os ao longo
da viagem com a minha emoção. Tudo montado, o meu plano não podia falhar!
Chegados à Barroca
Grande, depois de bem confortados, recuperados com um excelente almoço à boa
moda beirã, fomos caminhando até ao Museu. Quando a porta do gasómetro, onde
está instalado o Museu Mineiro, se abriu, senti-me em casa e tão seguro como um
pássaro se sente no seu ninho.
As descrições que
fizera aos meus companheiros de viagem estavam tão precisas que me arrepiava ao
subir cada degrau da escada e descobria cada recanto do interior do gasómetro
e, sobretudo, quando confirmava que o meu imaginário e que as minhas descrições
pertenciam ali e coincidiam com as do nosso anfitrião. Claro que já tinha
visto, embora de uma forma difusa, o ambiente do seu interior através das redes
sociais. Imaginar o funcionamento de um gasómetro, para um garoto que sempre
gostou de brincar com carbureto e de inalar os seus gases, também não era a
parte mais difícil. Levava a certeza que ali havia vida, havia vidas, havia
alegria, havia sofrimento, havia solidariedade, havia amizade, há muito
trabalho e há, fundamentalmente, muito amor. Afinal, há aquilo de que se fazem
as coisas que valem (mesmo) a pena!
Indescritível.
Já no exterior, o António
voltou a insistir, “(…) tu já tinhas visitado o museu?”, e desta vez com a
Rosa, outra companheira, a secundar… “já! já... até sabias onde estavam as
pedras!”. Desisti, por uma boa razão! Afinal eu nunca o tinha visto, mas
(re)vivi cada recanto do gasómetro, personalizei cada documento, personalizei
cada objecto, e situei cada personagem em cada história que eles contam.
Redescobri um outro olhar sobre uma parte significativa da minha vida e sobre o
significado dos locais, das coisas e das pessoas que por ela passam e que
ficam. Fiquei mais eu, porque me situei melhor e fiquei, sobretudo, mais
tranquilo comigo.
Mas, o mais importante
que aqui quero testemunhar, é dizer que cumpri o objectivo a que me propus com
a viagem e com as expectativas dos que me acompanharam. Tudo foi superado e
surpreendente. Não vos consigo explicar de onde (me) vieram estas certezas
antes da visita… mas também há coisas que não se explicam!
Afinal as nossa raízes
falam e ficamos mais fortes e seguros quando sentimos onde pertencemos. Foi uma
tarde de emoções, de muita comoção, foi uma tarde de muito espanto e de muita
surpresa, de conhecimento, de curiosidades, de companheirismo e… de novos fãs!
Foi fantástico!
Bem hajas, José Luís
Campos, pelo teu trabalho.
p.s. É um orgulho visitar a Barroca
Grande e verificar o desenvolvimento de um trabalho sistemático de recolha, de
preservação e de organização da história viva do Couto Mineiro. Impressiona
todos os que aí vivem, viveram ou cresceram e, como eu pude testemunhar,
surpreende e rende, até, os mais cépticos que nos visitam pela primeira vez.
Votos de muita força para continuares com o trabalho que inicias-te. É
merecedor de todo o nosso apoio e, sobretudo, de todo o nosso respeito e gratidão.
Não adiem mais a vossa
visita!
sábado, 21 de setembro de 2013
O belo é simples. É!
Fiquei impressionado ao ver estas imagens, a força e a harmonia numa sinfonia perfeita. Não nos é difícil imaginar a força do mar projectada numa onda! Coisa diferente, é imaginarmos um ser frágil que se aproveita da fúria de um gigante para voar na projecção da sua máxima força, tornando esse conflito num momento de harmonia que só as imagens vos explicarão. Força!
Um bailado nas ondas do cabelo de um gigante.
Um bailado nas ondas do cabelo de um gigante.
terça-feira, 10 de setembro de 2013
O Voto: virar o mundo de pernas para o ar
Mudar tudo e de uma vez, é a maior tentação e o maior desejo de quem promete fazer!
A desilusão é o sentimento mais comum de quem espera este resultado fabuloso.
Perguntar pela primeira medida, pelo primeiro passo, pelo primeiro comportamento e assim sucessivamente, permite ter objectivos mais modestos, mas exequíveis. Permite ter pequenas vitórias e permite relativizar, mais facilmente, possíveis insucessos.
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