quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Estou farto disto tudo !.........


Tiago Mesquita - Expresso.
8:00 Terça feira, 6 de novembro de 2012
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"Estou farto de ver o país sequestrado por corruptos. Farto de ver políticos a mentir. Farto de ver a Constituição ser trespassada. Farto de ver adolescentes saltitantes e acéfalos, de bandeira partidária em punho, a lamberem as botas de meia dúzia de ilusionistas. Farto de oportunistas que, após mil tropelias, acabam a dirigir os destinos do país. Farto de boys que proliferam como sanguessugas e transformam o mérito em pouco mais do que uma palavra. Farto da injustiça social e da precariedade. Farto da Justiça à Dias Loureiro. Farto dos procuradores de pacotilha. Farto de viver num regime falso, numa democracia impositiva. Farto da austeridade. Farto das negociatas à terceiro mundo. Farto das ironias, da voz irritante, dos gráficos e da falta de sensibilidade de Vítor Gaspar. Farto dos episódios inacreditáveis do 'Dr' Relvas, das mentiras de Passos Coelho e da cobardia de Paulo Portas. Farto de me sentir inseguro cada vez que ouço José Seguro. Farto de ter uma espécie de Tutankhamon como Presidente da República. Farto dos disparates do Dr. Mário Soares. Estou farto de ver gente a sofrer sem ter culpa. Farto de ver pessoas perderem o emprego, os bens, a liberdade, a felicidade e muitas vezes a dignidade. Farto de ver tantos a partir sem perspectivas, orientados pelo desespero. Farto de silêncios.


Farto do FMI e da Troika. Farto de sentir o pânico a cada esquina. Farto de ver lojas fecharem a porta pela última vez e empresas a falir. Farto de ver rostos fechados, sufocados pela crise. Farto dos Sócrates, Linos, Varas, Campos e outros a gozarem connosco depois de terem hipotecado o futuro do país. Farto da senhora Merkle. Estou farto de ver gente miserável impor a miséria a milhões. Farto da impunidade. Farto de ver vigaristas, gente sem escrúpulos, triunfar. Farto de banqueiros sem vergonha, co-responsáveis em tudo, a carpirem mágoas nos meios de comunicação social. Farto de ver milhares de pessoas a entregarem as suas casas ao banco. Farto de vergonhas como o BPN e as PPP. Farto de ver um país maltratar os seus filhos e abandoná-los à sua sorte. E, finalmente, estou farto de estar farto e imagino que não devo estar só."


domingo, 23 de dezembro de 2012

Até quando estamos dispostos a renunciar aos nossos direitos e à justiça?

Não restam dúvidas. O governo português (PSD/CDS), a oposição da área do poder (PS) e a oposição instalada (PCP, PEV e BE) trabalham a tope nas agendas próprias, alheados do estado real do país e das consequências da suas atitudes e das suas posições totalmente autistas.

A irredutibilidade de uns e dos outros é a única certeza e é a única estratégia com que podemos contar para enfrentar a grave crise com que nos debatemos. Uns dizem que o povo é o culpado porque vive acima das suas possibilidades e que, a partir de agora, temos que ser uns pobres desgraçados, do tipo Isabel Jonet (e... Fernando Ulrich) - pobrezinhos mas ordeiros. Os outros, clamam que não paguemos e que se lixem os credores, porque o povo é soberano. É assim que, dia após dia, debate após debate, os representantes que elegemos, no governo ou na oposição, tratam dos nossos assuntos e decidem das nossas vidas. Empurram para a frente e alternam-se, sem respostas, sem conclusões e sem soluções. Só conversa fiada de um lado e do outro.

Falhanço após falhanço, o governo actual e os que o antecederam contam e contaram com a brandura social e com a ausência de propostas credíveis de uma oposição responsável e preparada para fazer a diferença com um programa robusto, exigente e ajustado ao tempo. Todos os governos caíram de maduros mas, só depois de terem assaltado politicamente todas as instâncias do aparelho de estado e depois de terem saqueado os cofres das finanças públicas num esbulhe consentido e inimaginável de contratos, trapaças, subvenções... Hoje percebemos, pelas piores razões, o volume do roubo que nos foi feito por todos os partidos da área do poder e consentido pela irresponsabilidade das oposições irredutíveis. Essa percepção é, tão só, a medida dos sacrifício que hoje exigem a trabalhadores e a  empresários em Portugal. Cada um de nós, sabe quanto é... e, o dinheiro, que nos roubaram, sumiu-se do país e não foi parar ao bolso dos trabalhadores nem dos empresários sérios e que pagam os seus impostos. Ao contrário do que Ulriche's, Gaspare's, Coelho's, Jonet's, Borges e outros "especialistas"  e comentadores nos querem fazer acreditar!

Este é o resultado do preço do nosso alheamento, da nossa desresponsabilização e da nossa falta de participação cívica. Os actuais partidos acumularam um capital de poder inversamente proporcional à cidadania participativa e há lógica da representatividade. Ou seja, quanto menor é a participação dos cidadãos, maior é o espaço  de acção que permite a voracidade das máquinas partidárias, disciplinadas e hierarquizadas, sem excepção. Se de um lado assistimos a guerras fratricidas pelo poder (PSD/CDS/PS), do outro, estranhamente, somos espectadores das transmissões de poder oligárquicas (PCP/PEV/BE). A consequência deste establishment é a de perpetuar um regime sem prioridades económicas nem financeiras, sem prioridades sociais, sem prioridades culturais, sem prioridades ambientais, sem um pingo de moral, sem uma réstia de ética e sem gente de carácter que ponha o interesse de Portugal acima dos seus próprios interesses. É um país sem Estado real e sem Justiça!

Uns, olham para os cidadãos como um autêntico alvo a abater e encontram no suor do seu trabalho uma fonte de receitas justificada pela irresponsabilidade do povo (gastador) português sonegando-lhe os direitos adquiridos e a dignidade. Os outros, olham para os cidadão como vítimas inevitáveis de uma chacina que alimenta a razão e os argumentos da sua luta, perpetuada no populismo verbal, tipicamente parlamentar, de um status quo de aparente combate sem nenhum resultado prático.

Perante as denúncias concretas a que todos assistimos, exige-se que ao nível nacional, os representantes eleitos pelo povo tomem medidas extraordinárias. Os deputados da Assembleia da República foram eleitos e investidos pelo poder do povo, não foram eleitos pelos partidos, nem pelos interesses que prioritariamente representam. Exige-se proatividade, exigem-se iniciativas legislativas, exigem.se medidas urgentes e extraordinárias no tempo e no quadro do poder que lhes confiámos. Por outro lado, o poder judicial, tem que responder perante o povo sobre o que se está a passar na investigação e no julgamento de tantos processos que se arrastam e prescrevem. Os Juízes e o Ministério Público, têm que assumir, a partir da sua independência, a condução inequívoca das rédeas da Justiça sem preconceitos e sem rodeios. A justiça tem que responder à pergunta "porque é que Portugal é um dos países europeus onde a corrupção é o meio de influência mais utilizado e porque é que não existem corruptos? E, se a Justiça não tem meios, o poder legislativo tem que os encontrar e já! Não há desculpa para a situação inqualificável e vergonhosa que passa impune diante dos nossos olhos! O maior custo para Portugal é continuar tudo como antes.

É justo exigirmos os nossos impostos de volta e é justo obrigar quem nos roubou a devolver o que não lhe pertence, é justo que lhes sejam confiscados e arrestados os bens para os quais não trabalharam. A máquina fiscal e os bancos é assim que agem perante os cidadãos, quando não cumprem com as suas responsabilidades. Tiram-lhes a casa, os bens... sem dó nem piedade. Temos que ter pena de quem?... de quem nos roubou, daqueles que são os verdadeiros responsáveis pela penúria a que chegamos.

Só não vê quem não quer! E... "o mais cego é aquele que não quer ver!".

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

PePe

Estou a vê-los, todos alinhados, todos compostos, todos galanteiros, irrepreensivelmente penteados e vaidosos. Ocupavam o lugar central do coro, rodeando o orgão electrónico preto que dava um brilho especial à missa do galo, tocado pela Senhora Dona Otília!  Formavam um quadro de orgulho e promissor de uma nova geração mineira. Eu, garoto, sentado no banco lateral do fundo da igreja, ficava embasbacado de olhitos arregalados a ouvi-los cantar.

O Pepe não está na Foto?
É esta a primeira imagem que guardo do Pepe, no meio deles, igual a eles, apenas com uma diferença, usava lenço na lapela, o que lhe dava um toque muito mais distinto. O Pepe, cativou-me de imediato. Deles todos, era o que mais estava à minha altura. Dito por outras palavras, era o que estava mais próximo de mim. Os outros, eram todos do tamanho do meu pai! Estavam fora de questão. E, os dias e os anos foram correndo e o Pepe foi entrando nas nossas vidas de uma forma muito natural, estava onde todos estavam e tinha uma sensibilidade especial para lidar com os garotos, sobretudo com os mais curiosos e com os mais traquinas, fazendo autênticos milagres. Geria as nossas energias como ninguém, tanto organizava uma partida de futebol para nos quebrar os ânimos, como nos lia uma notícia do jornal e orientava a discussão que se seguia. Dava-nos responsabilidades, dava-nos tarefas e sabia premiar. Também sabia dar uns carolos como ninguém. Tinha uns nós dos dedos, rijos como um martelo! O escritório do Pepe era o local dos nossos tempos livres quando já éramos mais crescidos e, com alguma frequência, os nossos pais ligavam para o telefone do Pepe para nos darem um recado. Era oficial e sem formalismos e sabiam onde estávamos!

Foi assim que a minha amizade e a de muitos dos meus companheiros de infância e da juventude se afirmou, cada vez mais, com o nosso Pepe. Todos os que viveram na Barroca Grande se lembram de ver o Pepe rodeado de adolescentes e jovens e dos nossos irmãos, ainda crianças, que tinham por ele o mesmo fascínio que eu descrevi. O Pepe era de facto diferente em tudo e para melhor! E não são palavras de circunstância nem de rodeio acerca da diferença as que me vêm à memória, porque a sua diferença vem da sua e força e da proximidade que estabelecia com todos os que com ele se relacionavam.

Seria injusto da minha parte não lembrar a amizade do Pepe com o "grupo do coro da Senhora Dona Otília". Lembro, desse grupo, o António Serrão e reuno nele o outro lado da ponte que o Pepe estabelecia, tão bem, entre os mais novos e os mais velhos. Quer fosse no adro da igreja depois da missa, quer fosse no clube no dia da matiné, lá estava o Pepe a patrocinar os contactos com os nossos ídolos, do hóquei, do futebol, do conjunto... todos acarinhavam e respeitavam o Pepe e nós sentíamos isso. A D. Sara, esposa do Sr. Pinto, era outra amiga incondicional do Pepe e sua promotora e confidente, tinham uma relação especial e cúmplice. Agora me lembro e relaciono a possível razão desta amizade, o Sr. Ricardo, pai do Pepe, tinha a oficina de correeiro mesmo ao lado da loja da D. Sara!

É assim que lembro o Pepe e, com ele, uma parte muito importante da minha infância e da minha juventude, que inclui muitos dos meus amigos e muitas pessoas mais velhas de quem aprendi a gostar e a respeitar. O Pepe é, e continua a ser, um elo da nossa história de vida e da história da amizade que nos une, por isso, fica connosco.

Está a olhar para nós... desde cima, em grande!

domingo, 16 de setembro de 2012

O POVO respondeu ou não respondeu?




O que sinto neste momento, é uma revolta transversal contra toda a classe política que gere os nossos destinos. A fórmula em que constantemente nos embrulham é simples: obrigam-nos a discutir o passado para dividir e fraccionar, evitando que se discuta o futuro e a forma de evitar os mesmos/seus erros! 

Não discuto a importância de olhar para o passado recente, é fundamental. Não o podemos fazer é, constantemente, à custa das medidas que evitam que estes cenários se repitam, independentemente de quem nos governa.

Passos Coelho foi muito corajoso, quando no início do seu mandato afirmou, que nunca ouviríamos da sua boca a desculpabilização com o passado. Vi aí um rasgo da mudança! Vi aí a diferença e a esperança. E, vi aí um enorme desafio para a reabilitação d’ "a PALAVRA, para que quando ela é proferida possamos acreditar nela!", como ele próprio o verbalizou. Uma monumental desilusão! Um vazio de sentido e de destinatário, porque hoje ninguém acredita que estava a falar para os portugueses que o elegeram.

Não creio que os nossos problemas se resolvam apenas porque apontamos os culpados ou só porque discutirmos quem foi o mais medíocre. Podemos faze-lo, mas não é por isso que o vamos prevenir no futuro.

Aquilo que me preocupa, nesta hora, é como é que podemos ajudar Portugal a moralizar a vida pública, criando um quadro eleitoral e legislativo que funcione, independentemente de quem nos governa. Estas medidas passam, quanto a mim, pela criação dos Círculos Uninominais, pela criminalização do enriquecimento ilícito e pela inversão do ónus da prova para crimes económicos e financeiros (colarinho branco).

A criação dos Círculos Uninominais – permite que cada cidadão vote no seu representante para o parlamento e obriga a que cada candidato elabore o seu programa e o apresente aos seus “vizinhos” se quiser que votem nele. Desta forma, cada candidato é sufragado pelas suas acções em prol das populações que representa e não em prol dos partidos e dos interesses que estes representam. É por isso que ele será premiado se for reeleito ou afastado porque não cumpriu aquilo a que se comprometeu no seu programa. A diferença é simples, as listas partidárias mantêm, ciclo após ciclo, os mesmos incompetentes nos mesmos lugares. Nada muda!

A criminalização do enriquecimento ilícito  - bom, “se eu vender cabritos e não tiver cabras, de algum lado vieram!”, como diz a sabedoria do povo. De onde? Daqui decorre a medida seguinte;

A inversão do ónus da prova para crimes económicos e financeiros (colarinho branco) – a sabedoria popular é suficiente para a entender, “quem não deve, não teme”. Então?... O visado tem que provar onde fui arranjar os "cabritos" depois da justiça o ter declarado arguido! Quando se fala deste assunto, levanta-se logo um "coro de virgens ofendidas" em defesa do direito à privacidade, preocupados com o problema do linchamento na praça pública. Se reparem, estes profetas do direito à privacidade, são os mesmos que, sistematicamente, violam o segredo de justiça, quando essa violação lhes aproveita. São os mesmos que aniquilam adversários através do linchamento na praça pública. Portanto, não esqueçam, "quem não deve, não teme" porque a sabedoria do povo é universal e a destes senhores é pessoal.


Como cidadão sentir-me-ia muito mais protegido, independentemente de quem nos governa, afastando os lobbies e os "malabaristas" do poder e da vida pública. A democracia ficaria muito mais transparente e, com toda a certeza, abríamos o caminho a uma nova geração de políticos (não falo da idade!).


O meu sonho é impossível?

sábado, 1 de setembro de 2012

Gosto? Por onde andas?





Uma citação de Michel Foucault in 'As Palavras e as Coisas', serve para nos ajudar  a reflectir sobre a perversidade dos meios de comunicação e acerca da problematica  da globalização: Exprimindo os seus pensamentos em palavras de que eles não são senhores, alojando-os em formas verbais cujas dimensões históricas lh
es escapam, os homens que crêem que as suas falas lhes obedecem não sabem que se submetem às suas exigências.

Esta passagem ilustra de uma forma clara o contexto dos modelos actuais de comunicação. As  nossas possibilidades de intervenção e de auto-apropriação do mundo através de  chaves massificadas, convencem-nos de que somos detentores de um poder à nossa medida, auto-regulado, mediático e democrático. Olhando em redor, não é difícil de identificar quais os canais onde estas sensações se cruzam e se confrontam, quer através de redes sociais, quer através dos media tradicionais.

É chocante vermos como é que as cenas mais insignificantes - de que é exemplo o caso Ecce Homo de Borja, Espanha - assumem proporções gigantescas e como é que os verdadeiros factos, aqueles que mudam as nossas vidas, passam invisíveis aos olhos da multidão. Assistimos a uma comunicação sem sentidos, onde as vozes se cruzam e não se ouvem e onde, para cada um, chega o eco de um monologo de si próprio. Enquanto isso, os círculos do poder, manobram nos bastidores a informação que nos sufoca e espalham, cirurgicamente, barreiras de fumo que nos criam as sensações individuais de controlo, que só nos aprisionam, que só nos adormecem, que só nos tornam obedientes e egocêntricos, deixando-nos com a ideia de que fizemos tudo o que devíamos. É a própria "consciência" de que, depois disto, esgotámos as alternativas e assumimos uma postura de incapazes, renunciando à exteriorização da indignação, à imaginação e à liberdade de eu, ser único, pensar e agir.

Os estereótipos comportamentais criados artificialmente para servir às necessidades de manipulação colectiva e para limitarem a expressão da liberdade individual, confinam o mundo da minha acção a áreas de aparente liberdade, sem espaço e com desperdicio do tempo. Um exemplo prático onde o espaço e o tempo se desajustam claramente são os casos mediáticos - Freeport, Face Oculta, Submarinos, Portucale, relvas, privatização da RTP (...). Enquanto nos entretemos num mundo virtual a partilhar factos conhecidos a gostar, a comentar, a discutir a mediocridade, na maioria das vezes de forma solitária - pensando que influenciamos os outros; o tempo não perdoa e as decisões surpreendem-nos, provocando, de novo, ondas de indignação que nos fazem regredir a um tempo e a um espaço que já não é o nosso, deixando o caminho livre para as agendas políticas e para os interesses instalados jogarem a sua próxima cartada. Por isso, é que só pensamos nas consequências do nosso voto, depois das eleições. Nos períodos dedicados à reflexão e à construção de uma consciência cívica, empenhada e responsável, discutimos qual foi o actor político mais medíocre em vez de perceber, intervir e questionar os projectos apresentados! Afinal, temos o forum na mão e não o utilizamos... porquê?

A palavra like, ou gosto, vulgarizada no Facebook, é outro exemplo da nossa renúncia à verdadeira linguagem. Deixou de ser uma expressão de sentimentos, viva e re-construida a cada relação, para se tornar num mero símbolo de informação, massificado, que serve para dizer, simultaneamente, que gosto e que não gosto, independentemente do assunto que legenda. Já não somos donos nem dos nossos próprios mundos porque nos auto-subjugamos e porque nos rendemos ao óbvio sem o questionar e sem o des-construir. Auto-limitamos o conhecimento, porque a informação torna a nossa linguagem finita, previsível e controlada.

domingo, 26 de agosto de 2012

a trombeta de um relvas - antónio borges


Só quem nunca assistiu a este circo é que acredita que não há coincidências!
Maquiavel existiu, nasceu no século XV e ainda povoa o século XXI. Os arquitectos maquiavélicos são figuras transversais a todos os actores do palco do poder, iluminado mediaticamente e manipulado por interesses financeiros obscuros, incompetentes e exigentes. 

Um génio? Um visionário? Um peão?
Obscuros? Porque alimentam incessantemente a mediocridade, promovendo a informação em detrimento do conhecimento, criando uma discussão sem fim, de falsos opostos, esmagada pelo passado, que não chega a discutir o presente e não propõe horizontes, adiando continuamente uma ideia clara para Portugal. Ciclo após ciclo!

Incompetentes? Porque os factos falam por si. Estamos perante uma elite falhada em toda a linha que se tornou poderosa à custa do empobrecimento das organizações que lideravam. Para não perdermos o foco, podemos recordar o caso da banca portuguesa, BPN e BCP. Enquanto os seus dirigentes criavam, de um dia para o outro, fortunas pessoais fabulosas, as instituições definhavam de dia para dia, alguns deles posicionaram-se, mesmo, acima das próprias instituições que tutelavam. Tudo isto é possível porque as clientelas políticas alimentam as elites (eternas) do regime, adquirirem e manipulam os media, que criam e que formam uma opinião pública amorfa, resignada e obediente. 
Exigentes, porque pedem para os outros aquilo a que não se obrigam a si próprios. Jardim Gonçalves, o católico, outorgou-se uma tensa vitalícia de 165.000,00€ por mês! António Borges, é um exemplo dessa exigência quando, do alto da sua autoridade, pede a redução do salário dos portuguese. (...) Sem comentários!
O homem de mão? A futura DG do novo canal?
Os interesses e as estratégias que se movem em torno da privatização da RTP, da TAP, dos Estaleiros de Viana (onde já ronda a FERROSTaaL, a dos submarinos - Paulo Portas & Abel Pinheiro, SA)  já não escapam ao olho nú do mais indiferente dos cidadãos. E, a teoria da cabala, para silenciar o grito de revolta, já não cola.
Prestemos atenção aos “anúncios”, ao turbilhão de desmentidos, de contra-informação, de entrevistas cirúrgicas e de cortinas de fumo artificiais que criam factos apenas para esconder a realidade. Nós, os cidadãos anónimos, já estamos fartos e não “papamos” mais “grupos”.
É chegado o momento de vos dizer que, para ser intelectualmente honesto, não basta dizê-lo, é preciso sê-lo!
E eu e tu o que é que temos que fazer?

domingo, 15 de julho de 2012

É Impossível ficar calado!


Depois de ver estas imagens, os sentimentos confundem-se e já não se expressam, sente-se apenas... porque chegamos ao limite da decência, da liberdade, dos direitos e dos deveres. A fronteira esfumou-se, num inferno economicista, numa ditadura de mercados sem sentido, que impõe aos cidadãos o custo dos seus desmandes, sustentada em regimes "democráticos", onde os partidos escolhem os representantes (dos lobbys) que o povo elege!
Triste figura a nossa, que sustentamos o cenário deste video, legitimado pela autoridade do Estado! Nas eleições, cavamos a nossa sepultura... a extrema ironia!



Quem são os representantes escolhidos pelos partidos? 


Carreiristas que nunca souberam o que é trabalho! Muito menos o significado da palavra produção! Criar riqueza, ter responsabilidade social. Tudo lhes cai do céu, endeusados e alienados da realidade, bebados de baboseiras que dizem uns aos outros.
Perigosa cidadã (Madrid, 14 Julho 21012)

Quantas pessoas que votam em partidos, em eleições livres (a suprema ironia do establishement), sabem em quem votam?

Quantos deputados, votam em consciência? Quantos votam por disciplina? ... e existe uma grande diferença!

Quem me explicou o seu programa eleitoral? (...sem ser através dos debates inócuos da TV, que não passam de ataques pessoais sem conteúdo político)

A quem me devo dirigir, se aquilo com que se comprometeram com os cidadãos não está a ser cumprido?

Às máquinas partidárias?... 

No momento do nosso voto acontece o nosso eclipse, enquanto cidadão com direitos efectivos... começam o deveres! Enquanto foi folclore (...já dá licenciaturas) era só direitos, terminado o último estalo do foguete, tratam-nos da saúde!... pobreza de espírito de quem vota num regime destes!

O personalismo é uma marca, é a tua é a minha! A partir dele se constroem as relações, as interacções sociais e a responsabilidade. Quando nos afogam num colectivismo disfarçado de disciplina, mascarado de democracia, onde muitos se dispõem a anular-se em nome de um combate sectário e de interesses instalados, não existe igualdade (diferente de igualitarismo), nem liberdade, nem liberalismo. A expressão individual, a marca única da responsabilidade, dilui-se na nuvem da indiferença esmagada pela toxicidade dos lobbys. Por isso em Portugal, o carácter em política não é um critério, nem é escrutinado. 


Exemplos?... 
Pilantras como: Isaltino, Dias Loureiro e o pai político, Abel Pinheiro, Duarte Lima, José Sócrates, Jorge Coelho e tantos outros... esqueci um que ninguém fala, miguel relvas - o guru da consciência!




quarta-feira, 13 de junho de 2012

A MENTIRA DAS PPP's

Para que não fique esquecido!

Agora senhores políticos, Presidente da República, ex Primeiro Ministro, ex Ministros, ex Secretários de Estado que negociaram os contratos das PPP, processem o Jornalista José Gomes Ferreira. 

Porquê?
Porque ele disse a verdade!... e quem diz a verdade, neste país, é sempre condenado pela Justiça... 

Vamos lá pilantras... é a vossa hora! 

quarta-feira, 2 de maio de 2012

A Torre de Babel

A Torre de Babel





Como vem sendo hábito, o Francisco Barrosa não deixa este texto, cheio de actualidade, sem a subtileza que lhe é reconhecida, pegando em mundos distintos, divinos e mitológicos acrescentou-lhe os ingredientes necessários para nos dar a sua visão acutilante da realidade. A não perder o próximo desenvolvimento.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Dia Internacional do Trabalhador - Uma Ilusão?

Desde que me lembro das comemorações oficiais do Dia do Trabalhador, em Portugal, já lá vão 38 anos (não pertenci à resistência, mas admiro todos os que lutaram pela liberdade), este ano, a data reveste-se de um significado especial. Cada um, à sua maneira, deve deixar impresso, neste dia, a sua marca!

Nunca o 1º de Maio, neste 38 anos, decorreu no meio de tanto desemprego, precariedade, incerteza, ameaças à dignidade do trabalho e dos trabalhadores, no meio de tanta sonegação de direitos do trabalho, em nome de uma necessidade de recuperação que apenas olha por aqueles que mais contribuíram para situação em que a Europa e Portugal, em particular,  se encontram.

Em nome deste caos instalado, em que as medidas se contradizem e os responsáveis se desmentem a cada minuto, desnorteados pela ineficácia das suas medidas, cegos pela poeira que se levanta e lhes turva a vista a cada passo que dão no pantano seco, varrido por ventos de especulação, surgem novas bandeiras, como a da incerteza constante do emprego, o fim do emprego para a vida e outras bacoquices, que uns quantos pseudo-alinhados vão veiculando em nome da precariedade e da mobilidade  que enriquecem o currículo.

Personalizemos o pensamento por uns momentos, aliviemos o nosso pensamento de ruidos e pensemos nas ideias peregrinas do parágrafo anterior... É isto que desejas? Foi desta forma que se formaram grandes empresas, foi desta forma que se atingiu a estabilidade social, é desta forma que os países com desenvolvimento sustentado prosseguem os seus objectivos? Então o que se pretende com esta nova pseudo-mentalidade?.... que afinal não leva a nada, apenas alivia aparentemente, como a manta que não é suficiente para cobrir o corpo e que num movimento contínuo apenas o deixa mais exposto e desesperado.

Manifestação de Chicago 1 Maio de 1866
Nunca como hoje, é necessária a nossa intervenção, cada um como sabe ou pode, contribuido para por a nú a ineficácia do atoleiro onde nos meteram em nome de uma coesão europeia de que cada vez somos mais periféricos, porque cada vez mais endividados como país e cada vez mais desesperados como pessoas, acusadas de irresponsabilidade e entaipadas pelo espectro do desemprego, que nos é acenado a cada dia com mais vigor por gestores de conduta ética duvidosa, movidos por objectivos pouco claros e que procuram fundamentalmente benefícios pessoais a todo o custo e sem olhar a meios. Foi esta geração de gestores, que forjou resultados, que recebeu chorudos bonús e que empobreceu as organizações. Agora, com as empresas totalmente descapitalizadas, procuram o assalto final através de uma maior exploração do trabalho, da redução dos salários e dos direitos, colocando no lugar dos accionistas, que nos bons tempos dividiram os lucros, os trabalhadores, para cobrirem os prejuízos. É isto que nos espera se nada fizermos, se nos limitarmos a ser espectadores passivos de um teatro real, onde todos, activamente ou passivamente são actores.

Nunca como hoje, o 1º de Maio é a realidade que nos une e que fará de todos mais pessoas, resistindo ao papel de marioneta a que nos querem reduzir.

1º de Maio... Sim, não é uma ilusão!

É o primeiro dia, para muitos, de cerrar os punhos e de os levantar na cara dos oportunistas da crise, governantes e gestores vampiros, que esperaram pela "calada da noite, para sugar o sangue da manada".

terça-feira, 17 de abril de 2012

A camionete do Luís Cerejo

A camionete do Luís Cerejo










Faz algum tempo, a "camionete da carreira" animou-nos os serões e fez-nos recuar muitos anos. Hoje apresento-vos um livro de contos, escrito por um beirão, onde todos estes sentimentos se misturam.

Aqui fica, também, a nossa carreira para recordarem:
http://sjorgedabeira.blogspot.pt/2006/08/camioneta-da-carreira-iii.html

terça-feira, 27 de março de 2012

A QUANTOFRENIA

A QUANTOFRENIA

Terei todo o gosto de partilhar o texto de um amigo meu e de muitos que conhecem este sítio, o Francisco Barroso. Tenho a certeza que terão o maior prazer na sua leitura, mas vocês dirão!
Clique aqui!
João José Cochofel - 1988
O homem e o antropos-economico

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Pequeno Almoço em S. Jorge da Beira


Apresentação do Portugal de Lés-a-Lés com forte adesãoversão para impressãoenviar por e-mail
A apresentação do 14º Portugal de Lés-a-Lés decorreu na Expomoto, revelando várias novidades, e contou, desde logo, com uma forte adesão ao evento, com 400 inscritos no certame
14-Fev-2012
Apresentação do Portugal de Lés-a-Lés com forte adesãoA partida de Tavira, a estreia de uma fabulosa e quase desconhecida estrada na Serra da Estrela, a teatral chegada à Covilhã, o almoço em Sabrosa ou o espectáculo final montado em Boticas foram algumas das novidades desvendadas durante a apresentação do 14º Portugal de Lés-a-Lés.
No final da cerimónia, efectuada no dia de abertura da Expomoto, num Auditório do Centro de Exposições da Batalha completamente lotado, foram centenas os aventureiros a formalizar a inscrição para a grande maratona mototurística, agendada para 7 a 9 de Junho.
Confirmando a expectativa gerada ano após ano, com desenho de percurso capaz de surpreender os mais experientes viajantes como os maiores conhecedores das belezas nacionais, a 14ª edição do Portugal de Lés-a-Lés terá um trajecto inovador, com regresso ao interior do país, depois de estreante partida de Tavira. Além dos aplaudidos regressos a Covilhã e a Boticas, com um final de festa em grande e direito a ecrã gigante para assistir ao Portugal-Alemanha, primeiro jogo da selecção nacional no Euro 2012.
Epílogo de uma viagem com início no sotavento algarvio, com muitas novidades desde o primeiro dia, sem o habitual prólogo para mais folgada deslocação até ao Parque de Feiras e Exposições de Tavira (agora que não há lugar ao feriado do Corpo de Deus), onde terão lugar as verificações técnicas e documentais, deixando tempo livre para a descoberta do concelho. Território pleno de motivos de interesse para descobrir a pé ou de moto, incluindo o Pego do Inferno, lagoa com cascata natural, palco para bom período de relaxe antes da grande aventura.
Apresentação do Portugal de Lés-a-Lés com forte adesãoA acção começa cedo, com um madrugador arranque às 6:00 para as primeiras equipas, numa travessia que palmilhará a serra do Caldeirão rumo a um Alentejo escaldante, em dia de milhentas curvas, com paragem para retemperador lanche em Mação. Pausa para recuperar alento, bem importante na demanda da Covilhã, onde, depois de uma primeira abordagem à Serra da Estrela e da passagem pelo centro histórico marcado pela outrora fortíssima indústria têxtil, os concorrentes têm direito à mais teatral das chegadas do Lés-a-Lés. Desafio lançado pela Comissão de Mototurismo da Federação de Motociclismo de Portugal e acolhido com entusiasmo pela Câmara Municipal da Covilhã, que levará os participantes a entrar literalmente em cena, com direito a cortina em espectacular anfiteatro.
Marcante final de etapa, prelúdio do não menos promissor segundo dia, levando a caravana para Norte, rumo às Terras de Barroso. Mas antes, muito antes disso, o pequeno-almoço em S. Jorge da Beira, a primeira visita do Lés-a-Lés ao complexo mineiro da Panasqueira ou o prazer de condução na estrada entre Vide e Lagoa Comprida, ligação nova que é já conhecida pelos motociclistas locais como a Stelvio portuguesa, alusão às curvas bem desenhadas da famosa estrada italiana dos Alpes. Segue-se a entrada na granítica Beira Alta, magistralmente narrada nas Terras do Demo, de Aquilino Ribeiro, antes da chegada a Trás-os-Montes via Sabrosa, onde, além do merecido almoço, haverá lugar a momento de recriação histórica. Afinal não é todos os dias que Fernão de Magalhães, um dos mais ilustres filhos da terra, assinala a passagem marcando as tarjetas que atestam o cumprimento de todo o percurso.
S. Martinho de Anta, terra com outro filho famoso, Miguel Torga, e Vila Pouca de Aguiar são outros marcos na viagem até Boticas, concelho em que será possível visitar as bonitas e bem conservadas aldeias que não foram vistas no prólogo aqui efectuado há três anos. Já em Boticas, bem no centro, final em festa de elevado calibre e cuidada produção, com direito a ecrã gigante para ver o Portugal-Alemanha, jogo do Europeu de Futebol de 2012.
Apresentação do Portugal de Lés-a-Lés com forte adesãoAperitivos apresentados pela organização para um percurso ainda mais recheado de motivos de interesse, verdadeiro caleidoscópio de sensações ao longo de um milhar de quilómetros por algumas das mais belas estradas nacionais, municipais e regionais de Portugal, com menor percentagem de caminhos de terra batida, num evento cujo prémio é o melhor conhecimento de um país verdadeiramente ímpar e surpreendente a cada curva.
As inscrições, limitadas a 1000 participantes, estão abertas até 30 de Abril, devendo ser enviadas via CTT para a sede da Federação de Motociclismo de Portugal, mantendo-se o valor de inscrição (125 euros) inalterado há vários anos. Para o processo de inscrição é indispensável o Cartão de Motociclista da FMP cujo investimento de aquisição (20 euros para sócios de motoclubes, 25 euros para os restantes motociclistas) é amortizado pelos 10 euros em senhas de combustível fornecidas a cada participantes bem como de descontos de 6 cêntimos em litro de combustível nos postos aderentes da BP, seguro de acidentes pessoais cobrindo acidentes com veículos motorizados de duas rodas, desconto no aluguer de veículos, etc.


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