domingo, 2 de novembro de 2008

A FORNEIRA - Para todas as Avós de Cebola!

A FORNEIRA
Contributo à vida e à memória de todas as Avós de Cebola (Mulheres e Mães)

Recuo o máximo nas memórias em que consigo vislumbrar os ambientes, identificar os cheiros, distinguir os sons, sentir o chão que piso e em que consigo, ainda, despertar os sentidos, esses inseparáveis companheiros, que me acompanham desde que a consciência despertou em mim... e vejo, ouço, cheiro e sinto!

Os primeiros raios de claridade escapam pela nesga da porta entreaberta e iluminam fugazmente os rostos. Aqui e ali, por entre rolos de pó, alguns fios de luz escorrem dos orifícios das lajes de xisto do telhado, negras da fuligem do fumo. Uma ténue luminosidade interior denuncia um movimento de corpos cadenciado. O bater seco, abafado e sincopado das mãos na massa, à vez, entrecortado por estridentes palmadas, testando a consistência da mistura, confere ao ambiente um colorido sonoro que a luz ainda não despertou em tudo o que se move. Um punhado de farinha emboleira tudo em redor e faz aumentar a dança do pó que se escapa por entre os fios de luz. E, de novo, o bater seco, abafado e sincopado das mãos na massa. O cheiro azedo da massa fintada com o da farinha misturam-se no ar com as baforadas mornas que exalam da broa quente e ainda fumegante acabada de sair do forno. É coisa que desperta o fraco apetite matinal a qualquer “pisco”.

Naquela manhã, tinham saído de casa muito cedo, um rapazito franzino e a avó. Ele estugou-se a beber o leite, mais do que o habitual, esperando ouvir as palavras mágicas que os haviam de por a caminho: - Vamos filho!
Percorreram, nos passitos ligeiros dos seus tenros anos, a estrada da Ponte, em direcção à Amoreira. O rasgar do novo dia já se reflectia nas charcas de água, projectando, no largo em frente às garagens da carreira, um puzzle de céu e de nuvens ainda sem cores definidas. O ritmo dos passos abrandava à medida que a inclinação da ladeira de seixo se lhes opunha e o rapazito, franzino, ia ficando para trás. Ao ti’A’gusto Ferreiro já levava de atraso uma boa dúzia de metros. A avó parou para dar a salvação e o garoto lá recuperou uma meia dúzia de passitos, foram-lhe providenciais aqueles bons dias. Quando a avó se virou para trás, mal se lhe viam os olhos cor de turquesa. O lenço preto que escondia, permanentemente, os cabelos da avó e que marcava habitualmente o meio da testa, tinha escorregado e tapado as sobrancelhas, esmagado pelo peso da saca de farinha que transportava à cabeça e que lhe pendia horizontal aos ombros.

Aproximava-se o momento sempre mágico daquele percurso, a passagem pelo casarão. O seu pai chamava-lhe, por graça, de “Hotel Bragança”! E isto conferia-lhe, ainda mais, um clima de mistério, desejo, proibição e curiosidade que preenche o imaginário de qualquer miúdo de quatro, cinco, seis anos. O pequenote não sabia o que era um hotel, mas o pai disse-lhe que era muito grande quando, curioso, lhe perguntou o que significava aquela palavra, que não correspondia a nenhuma coisa vista por aquelas bandas! Uma pensão ele conhecia porque era por lá que vivia a maior parte do tempo. No meio de um rodopio de gente, de estórias, de vivências sempre renovadas de quem chega e não tem nada a perder, fazendo tudo para impressionar quem por lá está. De gente que, numa fugaz presença, arrisca tudo por um momento de glória! O pequenito adorava ouvir as estórias dos forasteiros e aventureiros que por ali pernoitavam e misturava-se com eles, mesmo contra a vontade da sua mãe. Imaginava, enquanto caminhava e admirava o casarão, como seriam essas estórias numa casa daquelas, com aquele tamanho todo, e com muito, mas muito, mais gente! Os seus olhitos por ali ficavam presos enquanto o seu corpo franzino se afastava. A sua imaginação voava para o seu interior, interdito, que lhe aguçava sempre mais e mais a sua curiosidade, empurrando-o contra o chão, esmagado pelo mistério que se escondia para lá daquele monstro de xisto e daquela enorme porta, tão frágil, feitas de ripas mal amanhadas.

- Onde vais?... Bons dias Maria! - Bons dias Piedade, vou ao forno... - Levas o menino?... Atão vais à pica? Dirigindo-se ao garoto. - Ninguém lh’a tira! Anda daí, olha mas é p´ra frente qu’inda cais...

O som da água da mangueira que jorrava sob pressão para dentro das pipas à porta da garagem dos Almeidas, foi o seu segundo despertar daquele dia, junto com os salpicos de água fresca que a brisa transportava contra os rostos e se transformavam em picadas de alfinete à medida que chocavam velozes e gelados contra a sua pele sensível e ainda quente de um sono próximo e confortável. As pipas, depois de lavadas, gargarejavam de água cristalina que cantava saltitante numa dança veloz pela calçada em direcção à rampa do casarão para depois, mansa, se lançar de novo, levada abaixo, estonteante, até à ribeira da Ponte. As pipas, eram movimentadas em correrias estridentes, a rolar sobre os seus aros metálicos, até serem meticulosamente empilhadas no interior do armazém. O dia amanhecia de vida, irrequieto, tanta era a energia que brotava dos corpos e das faces rosadas daqueles rapazes que nunca tinham frio:
- Bons dias ti’á Maria? - Bons dias. Retorquiu a avó. - Atão vais ô forno? Traz-me uma pica... gritou-lhe um dos rapazes de face rosada e de mangas de camisa arregaçadas que, num virote, já estava outra vez dentro do armazém num interminável vai-e-vem, a levar e trazer para lavar... a trazer e a levar para arrumar... pipas!

O projecto de rapaz não era de grandes falas, chegou-se para junto da sua avó, agarrou-se-lhe na saia, escondeu o rosto e continuou escondido de vergonha. Ainda houve tempo para um adeus:
- Até logo Piedade, vou p’ia riba... qu ‘inda vou cozer. - Inde com Deus! Retorquiu de seguida. Até logo!
No largo ainda correu para a porta da loja, mas deparou-se com a porta vermelha de ferrolho corrido, ainda não eram horas de abrir. A ti’á Gonçalvitas dava umas vassouradas à soleira da porta, curvada pela falta do cabo na vassoura de giestas. Deu os bons dias à avó e brincou com o garoto enquanto apertava o nó da vassoura para acertar as pontas e para não deixar escapar os ramos. Com a ti’á Gonçalvitas ele tinha mais confiança, porque era companhia frequente, da sua mãe, na loja ali ao lado, era-lhe familiar e sorriu-lhe.

À medida que entravam pelo povo, o dia ficava mais claro. A última etapa do caminho já se avistava na curva da Cruz da Rua. Era tempo de uma pausa e a avó atirou, num movimento controlado e rápido, a saca da farinha para o balcão do coberto da Amoreira, soltando, com o impulso, (h)um gemido seco. Ajeitou o lenço levando-o, de novo, até meio da testa, sentou-se no degrau fundeiro da escaleira e convidou o neto a fazer o mesmo. Os olhitos castanhos vivos já se tinham soltado e exploravam o que havia para lá daquele coberto, nunca se tinha atrevido a passar das escaleiras da ti’á Piedade do Ti’Moisés. A presença da avó inspirara-lhe a confiança suficiente para uma incursão mais afoita e avançou. Uns metros à frente, depois de contornar pela esquerda, perdeu a avó do seu campo visual e a penumbra provocada pelas casas que, parecia, se tocavam nos topos, faziam o beco ainda mais estreito e mal iluminado, escurecendo à medida que ia avançando e que a respiração se lhe sustinha. Sentiu um nó na garganta e num ápice, voltou-se, correu e atirou-se para o colo da avó com coração aos saltos e a imaginação numa controvérsia. Só quando sentiu o calor das mãos da avó a acariciar-lhe os novelos de cabelo, voltou a sentir-se tranquilo e seguro e respirou. Passaram alguns anos até que se atrevesse, sozinho, a fazer aquele caminho que levava à casa do ti’Man’el Maria e da ti’á Rosa Minhota! Hoje ainda se ri, quando lá passa e se lembra!

Upa!... e sacudiu os ombros, deslocando ligeiramente a saca na cabeça para compor o carrego. O lenço voltou, de novo, a cobri-lhe os olhos acima das sobrancelhas. – Anda daí! Exclamou para o garoto. E lá continuaram. Ainda não tinham chegado à curva da Cruz da Rua e já o bater da água no fundo de chapa dos regadores se ouvia cada vez mais próximo. Conseguia contar quantos regadores iam enchendo, só pelo cantar diferente da água quando ficavam cheios! Tudo servia para mais uma brincadeira enquanto caminhava, ladeira acima, de pernitas já trémulas! Algumas raparigas conversavam encostadas à fonte, aguardando a vez, com cântaros, jarros e regadores perfilados. Era hora de abastecer a cantareira de água, de repor a água nos lavatórios e de providenciar o precioso liquido para as lavagens e para a criação. Mais uma salva de salvação. O ti’Vitor Pouc’chinho já os avistara e mal lhe passaram em frente à porta do talho, deu-lhes os bons dias perguntando logo de seguida:
- Maria, é preciso alguma “coisinha”?... naquele timbre de voz único. – Só sábado... respondeu a avó.

E, p’ia riba... agora todo o fôlego era pouco até à Eira. Aproveitando as escaleiras de fronte ao ti’Barata, a caminhada encurtava uns bons e folgados metros. Um pouco mais e estavam à porta do forno.

A avó, assim que passou a soleira da porta entreaberta, num ápice, aliviou do peso da saca e deu a salvação a todas as mulheres, que reponderam quase em uníssono. Sobressaiu a voz da ti’á Faustina dando as indicações próprias de quem gere um forno procurando compatibilizar todos os interesses com a equidade e com a simplicidade de quem sabe o que faz e porque o faz. Ainda procurava, junto à porta, habituar os meus olhos àquela penumbra do espaço interior quando a voz da ti’á Faustina se ouviu de novo:
- Entra filho, a tua pica já está no forno, é muito ásadinha, há-des de ver, entra. E, enquanto, terminava a frase, agarrou-o no braço e puxou-o para o interior.
Um coro de vozes rodeou a sua presença e tornou-o no centro de todas as atenções.
– Maria, aí de grande qu’ele está!... – De grave!... – No trouxes-te a tua mãe? – Gostas de pica?... A ti’Faustina, sentido o embaraço do garoto perante aquele vulcão de atenção, que ele só pressentia, pois os seus olhos ainda não se tinham acostumado à penumbra do espaço interior do forno, pegou-lhe na mão e conduziu-o, com o carinho que sempre lhe dispensou, até à bancada da amassadeira onde a avó já preparava a farinha. Da saia da ti’Faustina agarrou-se, com quantos dedos tinha, à saia da avó, que sentindo o que se passava o sossegou da melhor forma possível. - Já vais comer a tua pica! A única coisa que justificava, para ele, aquela longa caminhada e uma exposição tão grande à multidão de vultos negros que circulavam pelo espaço do forno e que ainda não conseguia definir, turvado pela penumbra e pelo pó de farinha que invadia até às entranhas todos os orifícios.

Rapidamente o silêncio das vozes deu lugar ao bater seco, abafado e sincopado das mãos na massa, à vez, entrecortado por estridentes palmadas, testando a consistência da mistura. Os olhitos foram-se adaptando e o retomar da azafama já lhe permitia uma incursão mais detalhada, aqui e ali, pelas diferentes tarefas que eram meticulosamente efectuadas e organizadas. Não havia lugar para falhas, todos os detalhes contam e eram verificados, nem o sinal da cruz na massa pronta para fintar, por alguma vez que fosse, prescindia da ladainha que acompanhava o gesto que marcava a cruz. Só depois, a massa, era cuidadosamente acondicionada e acomodada, até poder ir para o forno. Todos os movimentos, todas as sequências, todas as orações e o silêncio eram condições para o sucesso da fornada. Por momentos, entre sinais da cruz, ladainhas, benzedelas, o respeito pelo ritual do pão faz lembrar outros rituais que, se não estiverem longe da vida, lhe estão ligados. E de repente:

- Toma filho!... Virou a cabecita num ápice com os olhos a brilhar, fixando aquela broa pequena, pousada na alvura de um pano de linho que preenchia e tapava, por completo, as mãos da ti’Faustina. Com a delicadeza de quem trata de um filho acabado de nascer, deu meia volta ao pano que lhe pendia das mãos, depois outra meia volta, do outro lado, deixando as mãos a descoberto e estendendo-as em direcção ao garoto, disse:
- Ainda está quente, não te escaldes... toma é a tua. Ainda deu um jeito ao pano, que já estava nas mãos do garoto, com mais uma dobra, para que a ponta da pica ficasse mais visível, não a atabafando por completo. A pica ainda fumegava e tinha mais um pormenor, foi feita para ele pela ti’Faustina, logo numa das primeiras fornadas. Eram as únicas picas de que ele gostava realmente! Porquê? Nunca o soube! Mas cada vez que passava pela Eira, durante muitos anos, quando a ti’Faustina estava sentada no balcão, à soleira da porta, beijava-a e segredava-lhe ao ouvido qualquer coisa a que ela respondia, sempre, sorrindo:
- Ainda não te esqueces-te filho?!!!...

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Eduardo Prado Coelho - Incontornável - Quer se goste... ou não!


É FAVOR MEDITAR SOBRE ISTO...



Vergonha: Eduardo Prado Coelho

RELEMBRANDO

Eduardo Prado Coelho, antes de falecer (25/08/2007), teve a lucidez de nos deixar esta reflexão, sobre nós todos, por isso façam uma leitura atenta.
Precisa-se de matéria prima para construir um País

Eduardo Prado Coelho - in Público

A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres.
Agora dizemos que Sócrates não serve.
E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada.
Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates.
O problema está em nós. Nós como povo.
Nós como matéria prima de um país.
Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro.
Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais
apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais.
Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.
Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa, como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos ....e para eles mesmos.
Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque
conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.
Pertenço a um país:
- Onde a falta de pontualidade é um hábito;
- Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano.
- Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e, depois, reclamam do governo por não limpar os esgotos.
- Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros.
- Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é 'muito chato ter que ler') e não há consciência nem memória política, histórica nem económica.
- Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar alguns.
Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame.
- Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não lhe dar o lugar.
- Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão.
- Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.
Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado.
Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas.
Não. Não. Não. Já basta.
Como 'matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa.
Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA' congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até se converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte...
Fico triste.
Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje, o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos.
E não poderá fazer nada...
Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.
Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, nem serve Sócrates e nem servirá o que vier.
Qual é a alternativa?
Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror?
Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados....igualmente abusados!
É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda...
Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um messias.
Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer.
Está muito claro... Somos nós que temos que mudar.
Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos:
Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e, francamente, somos tolerantes com o fracasso.
É a indústria da desculpa e da estupidez.
Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o
responsável, não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir)
que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido.
Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI
QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.
E você, o que pensa?.... MEDITE!

EDUARDO PRADO COELHO

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

nO diA eM quE alguéM tE amA faZ uM tempO muitO bonitO

Nos labirintos da existência a única certeza é a dúvida que nos persegue até ao último momento... e, nem esse somos capazes de prever!



As certezas não passam de uma fonte de alimentação do ego que enfraquecem o espírito.


Mas, em matéria de alimentação cada um se serve....

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Danny Kaye & Louis Armstrong - Uma "jóia!"



Fabuloso! Para ouvir neste verão, à noite, na varanda.

Simplesmente maravilhoso...

A segunda metade é de uma exuberância espantosa!!!

Danny Kaye ganhou milhões e morreu em Los Angeles a 3 de Março de 1987 praticamente sem um tostão.
O que recebia dava aos mais necessitados e ajudou muitos colegas que ficaram na miséria e distribuía o resto por instituições.
Para além de actor e cantor foi um excelente interprete de jazz e clarinetista tocando quase somente para os amigos...

No ano 2000 a UNESCO considerou-o Cidadão do Mundo.



Agradeço ao meu amigo Mário Vieira o envio desta jóia.

sábado, 30 de agosto de 2008

MELODIA DA BROADWAY

ELEANOR POWELL E FRED ASTAIRE, NO FILME MELODIA DA BROADWAY, EM SAPATEANDO 'BEGIN THE BEGUINE', DE COLE PORTER.
Simplesmente brilhante, uma 8ª Maravilha?



A ideia de "monumento" ligada a materiais, mais ou menos, inertes, limita-nos o sentido estético deste conceito. Há "mo(nu)mentos" vivos que nos desafiam a ultrapassar (pré)conceitos. Este, particularmente, sem dúvida!

Vale a pena rever...

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Mértola do Azul, do Verde, do Ocre e do Branco Caiado

Uma paleta viva é o que é!


A fusão da paisagem humanizada, onde o branco das fachadas e do "ocre velho" dos telhados se misturam com o bordejar, verde de verde, do rio Guadiana e se atiram "céu dentro" num azul infinito, carregado de azul, garantem uma experiência única aos sentidos de qualquer mortal.



Por várias ocasiões passei, rapidamente, por Mértola! Nunca me tinha fixado por mais que o tempo de um repasto generoso e degustado. As "vistas" gastronómicas, por vezes, toldam-nos outros sentires, confesso que foi o caso! Pois, de outro modo, não posso justificar porque me terei privado de tamanho desfrute durante tantos anos, naquele cómodo adiamento de quem vem para o ano!




Não esperem tanto, que o "nosso" tempo passa!

Mértola Agosto 2008

domingo, 20 de julho de 2008

O FILME RODOU!


A velha máquina de (projectar) sonhos!


O palco das quimeras!


A última fila!


Já não há "Scope"! Nem lente...


O esfumar dos dias gloriosos da velha máquina!... será?


Continua imponente! Como a rocha de que é feito! Resistes amigo... (?)


O pano branco... sempre disponível, parece chamar-nos para a próxima cena.



The End!
...o beijo final, a felicidade eterna, o sonho adiado, o próximo domingo!

Na última fila, no primeiro balcão... a 7ª arte sempre deslumbrou gerações! Foi motor de sonhos, foi desígnio de "devir", foi "fábrica" de aplausos e de lágrimas, foi uma "fisga" de sentimentos, foi um "cústil" de espíritos. Cada um a vive (u) à sua maneira.

Na Panasqueira, naquela Sala de Cinema, não houve excepções!

O Filme rodou...

... e agora?

sábado, 19 de julho de 2008

ALMOÇO CEBOLA.net













Couves com Feijões, foram os Reis da Festa! Para cima de 31... os participantes.
Em grande, também a animação! Que contou com a presença da nossa amiga Albertina, nas boas-vindas! O seu sorriso é poesia...

A organização a cargo do Sérgio, da Lúcia e da Nela (... mais alguém, que me vai desculpar por não referir!) foi de Luxo, não faltou nada.

O passeio proposto pela Delfina, foi muito interessante, "Boca da Mina", "Cinema", "Bairro", a "Serra", os "Frondosos Castanheiros" que escaparam ao flagelo dos fogos...

Fiquei com ganas de voltar para o ano! Marcamos já?

Há mais (do Xico) por agora fiquem com estas, para aguçar o apetite!!!

sábado, 12 de julho de 2008

QUAL É A QUESTÃO?


«"Diz-nos a resposta..."
"Com certeza" disse Deep Thought. "A resposta à Grande Questão..."
"Sim...!"
"Da Vida, do Universo e de Tudo..." disse Deep Thought.

"Sim...!"

"É..."
"Sim...!!!...?"
"Quarenta e dois", disse Deep Thought com infinita majestade e calma.
Decorreu um longo período até que alguém falou.
[...]
"Quarenta e dois" gritou Loonquawl.
"É isso que nos tens a dizer depois de sete biliões e meio de anos de trabalho?"

"Verifiquei tudo muito cuidadosamente" disse o computador "e essa é efectivamente a resposta. Penso que o problema, para ser totalmente honesto consigo, é que você nunca soube qual era efectivamente a questão."
"Mas era a Grande Questão! A última questão da Vida, do Universo e de Tudo!" vociferou Loonquawl.
"Sim", disse Deep Thought com um tom de quem se diverte com a patetice alheia, "mas qual é?" Um silêncio estupefacto espalhou-se pelos homens que olhavam ora para o computador ora um para o outro.
"Bem, sabe, é sobre Tudo..." disse Phouchg com pouca segurança.
"Exactamente!" disse Deep Thought. "Quando souber qual a questão então perceberá o sentido da resposta."»

Douglas Adams, The Hitch Hiker’s Guide to the Galaxy, Londres, Pan, 1992 (1986),pp.128-129)

terça-feira, 17 de junho de 2008

"Sai a Tuba entram os Clarinetes e Trompetes! Segue a Banda!"



Foto, Francisco Genro (Xico)

Uma Banda Filarmónica é tão mais completa, quanto maior for o número e diversidade de instrumentos e músicos que a compõem.

Soubemos, através do programa RCB, Manta de Orelos, que faz falta à qualidade sonora da nossa Banda, uma Tuba (já está... a Junta conseguiu!), uns Clarinetes e umas Trompetes. Como é normal, se os fundos não fossem escassos já tinham sido adquiridos!

Vamos, todos, tentar reunir fundos para uns Clarinetes e umas Trompetes e para que a nossa Banda possa ter uma qualidade e uma sonoridade que nos delicie cada vez mais.

Temos já disponível, para todos os que queiram contribuir, o NIB da própria Banda Filarmónica de S. Jorge da Beira:
003521300000470663004

Agora é só poupar uns €uros, ou uns Dólare$ e depositar na referida conta. É uma forma de todos, os que estamos mais longe, nos sentirmos mais integrados e participativos naquilo que é a vida da nossa aldeia.

@s C@rlot@s e os C@rlotos de Cebol@!

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Cabeço do Pião!


Foto Blog, S. Jorge da Beira, autor Xico Genro

Sobre este assunto escreveu a Delfina em 11 de Março de 2007

Não sei se ajuda, mas aqui vai uma informação (2006) sobre o assunto que aqui tem sido referido Fundação Minas da Panasqueira planeia turismo Câmara do Fundão avança com contactos A Câmara do Fundão vai aderir à Fundação Minas da Panasqueira, um novo organismo dedicado a projectos na área turística para aquela região, adiantou à agência Lusa Paulo Fernandes, vereador com o pelouro da Cultura, no executivo. “Quando os recursos da mina se esgotarem, vai ser necessária uma entidade que possa gerir a recuperação turística e ambiental daquela área”, sublinha o autarca, recordando que a Câmara do Fundão tem em curso o projecto de recuperação do Cabeço do Pião, junto ao Rio Zêzere.

A autarquia pretende reconverter diversas infra-estruturas daquela antiga aldeia, como a lavaria de minério, em alojamentos e unidades de restauração, para fins turísticos.

Denominado de Projecto Rio, faz parte da candidatura PITER (Programa Integrado Turístico de Natureza Estruturante e Base Regional) entregue pela Câmara do Fundão à administração central.

A Fundação Minas da Panasqueira foi criada pela Junta de Freguesia de Silvares (Fundão), Associação de Desenvolvimento Pinus Verde e pela Beralt Tin, empresa que explora as Minas da Panasqueira, mas procura agora agregar as câmaras.

Além da Câmara do Fundão, estão a ser feitos contactos com os municípios da Covilhã e de Pampilhosa da Serra, para que integrem também a fundação.

Segundo Paulo Fernandes, “a cooperação entre as diferentes autarquias tem um papel importante, uma vez que as Minas da Panasqueira englobam territórios dos concelhos da Covilhã, Fundão e Pampilhosa da Serra”.
15-04-2006 Lusa

Vítor Baptista escreveu em 28 de Fevereiro de 2007

Caros,

Atentem na notícia anexa. Nos últimos tempos tenho tido acesso a outras sobre o mesmo tema.

A história do Couto Mineiro, que começa na Panasqueira e a esta localidade está, umbilicalmente, ligada, começa, lentamente, a transitar-se para o Cabeço do Pião!

A que se deve este fenómeno?

Ao interesse de uns e desinteresse de outros?!

O que é o Cabeço do Pião?

Enquanto o Couto Mineiro funcionou no seu todo, lembram-se qual era a designação daquela secção?... RIO, simplesmente... e muito poucos a ligavam a Silvares, muito menos ao Fundão!

Aliás, todos se lembram da qualidade da estrada que ligou, por muitos anos, a "Parada do Rio" a Silvares (...uma vez, fomos nós, de S. Jorge, que lá fomos plantar couves nos buracos!).

Todos recordam a miséria que foi, anos a fio, a "Curva do Rio". Nunca, ninguém, no concelho do Fundão, se interessou por aquele lugar recondito e encravado!

De repente tudo muda. O Rio é Cabeço do Pião, o interesse económico do couto mineiro, cada vez mais se transforma em interesse cultural. A Região Centro atribui significado à preservação do interesse histórico da memória e dos equipamentos existentes. Existem projectos, chegam fundos, surgem iniciativas e, ocorrem, progresso e expectativas novas para as populações
residentes!

Do outro lado do Zêzere, assistimos à degradação dos equipamentos e da memória da Panasqueira (salvem-se as fotos do Francisco no Blog da Delfina!). O verdadeiro berço do couto mineiro assiste ao nascimento de um novo protagonista que o relega para uma razão afastada da sua (nova) glória!

Como se ensacar minério, à luz do sol, se comparasse ao rebentar das frentes de fogo e aos "desmontes", que à força de braços, do sangue cuspido e de orfãos em barda, faziam "parir" das entranhas da nossa terra o "ouro negro" que alimentava os sacos que enchiam as camionetas no Rio.

Nada do que digo, visa minimizar o holofote que aponta para o Cabeço do Pião! Parabéns aos promotores e dinamizadores! Do fundo do coração...

Agora, não posso deixar de exprimir a minha mágoa pela falta de iniciativa das "nossas" forças vivas. Falo do Município da Covilhã e, como é óbvio, das Juntas de Freguesia de S. Jorge e Aldeia de S. Francisco. Falo também de todos nós e da falta de debate sobre este e outros temas, em todos as ocasiões em que nos reunimos ou através de todos os meios que nos unem.

Não estou disponível para defender ninguém, muito menos para atacar seja quem for! O que se pretende são ideias...

1. Quais são os programas disponíveis para este tipo de iniciativas? (Em Silvares e no Fundão sabem!...)

2. A Panasqueira tem equipamentos e memória que justifique a candidatura a um programa deste tipo?

3. Quem são as entidades competentes/responsáveis por tomar este tipo de iniciativas?


Um abraço franco!

Agora o artigo!!!!!.... finalmente!

Diário XXI Beira Interior

Espectáculo multimédia leva Cabeço do Pião a Castelo Branco
Quarta-Feira, 28 de Fevereiro de 2007


Produção da ESART para ver no Cine-Teatro Avenida

A música de câmara e as potencialidades do multimédia vão unir-se num
espectáculo que pede interacção ao público a localidade do Cabeço do Pião, zona mineira no concelho do Fundão, é o ponto de partida de um espectáculo multimédia, que é hoje apresentado no Cine-Teatro Avenida, em Castelo Branco. Na concepção da produção, que nasceu no seio da Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politécnico albicastrense, conjugam-se o grupo de música de câmara da instituição, bem como uma mostra de curtas-metragens.

“O objectivo desta iniciativa será fazer uma primeira abordagem ao espaço e à comunidade local do Cabeço do Pião, apresentando um projecto que foca a área da produção de eventos multimédia”, refere a organização, sobre o espectáculo que começa às 21h30.

Num outro nível, os temas recolhidos junto de uma aldeia que viveu da extracção do volfrâmio das Minas da Panasqueira, vão servir para a síntese das formas contemporâneas de produção artística, como é o caso da interactividade: “Por um lado a música como área de performance, por outro a multimédia e o audiovisual como áreas de partilha, distribuição e difusão de conteúdos”. O espectáculo, que se insere na edição deste ano do Fórum da Escola Superior, será também uma oportunidade para a escola promover as suas actividades, “projectando as mais valências da ESART”. Estão, por isso, envolvidas no projecto as disciplinas de Ateliê de Produção Multimédia e Audiovisual e Música de Câmara, onde decorreram aulas conjuntas.


Antiga zona de lavagem do minério o Cabeço do Pião localiza-se no concelho do Fundão e era o local onde, antigamente, se lavava o minério extraído nas Minas de Volfrâmio da Panasqueira. Actualmente, vivem no local cerca de 12 famílias de antigos mineiros. Nas imediações – a cerca de 15 quilómetros – o minério continua a ser extraído, pela Beralt Tin and Wolfram, a empresa concessionária. As Minas da Panasqueira são uma das maiores áreas de extracção de volfrâmio da Europa e tiveram o seu apogeu durante a II Guerra Mundial


Inês Pereira da Silva escreveu em 18 de Maio de 2003

Lugares
Projecto "Rio" - Reconversão do património mineiro da Panasqueira

Uma "mina" de ideias para o desenvolvimento

Longe vão os tempos em que as Minas eram a garantia de sobrevivência para as gentes da Panasqueira. A crise instalou-se e os resistentes limitam-se a esperar uma oportunidade. Conhecedora desta realidade, a Pinus Verde avançou com um Projecto de Requalificação do "Rio", como tentativa de inverter esta tendência negativa.

Em plena serra, quem segue a estrada que liga Silvares à Barroca e que acompanha o serpentear do Zêzere lá em baixo, num primeiro olhar não pode deixar de ficar surpreendido. Aqui e ali, por entre as manchas de pinheiro bravo, verdadeiras montanhas artificiais de areia e cascalho amarelo ocre irrompem do verde dos montes. Toneladas de areia, acumulam-se imponentes, criando pequenos cenários de uma paisagem quase lunar, tão bela quanto
estranha.

Cedo se percebe que o objecto do nosso espanto não é mais do que o primeiro sinal da presença próxima das Minas da Panasqueira. "As manchas de lua" são o resultado da ânsia com que antigos mineiros esventraram a serra em busca do precioso volfrâmio. As montanhas artificiais têm o seu correspondente em "negativo" nos milhares de quilómetros de galerias escavadas debaixo da terra.

Durante anos, as Minas da Panasqueira foram o sustento das populações da região. Diz quem sabe, que os mineiros viviam mal. Ganhavam pouco e trabalhavam muito. Mas as boas instalações do Clube Desportivo e Recreativo das Minas da Panasqueira, a tradição do hóquei em patins, os campos de ténis, o Hospital particular, o supermercado com preços mais baixos, os canteiros floridos na beira da estrada principal são recordados com saudade. Marcas dos tempos em que o rebuliço diário era sinal de prosperidade.

Crise profunda

Nesses tempos, estes pequenos prazeres permitiam uma existência "senão boa, pelo menos razoável". Só que a instabilidade do mercado de volfrâmio deitou tudo a perder. Hoje, as Minas da Panasqueira são a única mina de volfrâmio da Europa, num mercado dominado por russos e chineses, capazes de, a qualquer momento, colocarem no mercado produtos a preço de saldo.

A crise instalou-se. As pessoas foram obrigadas a partir, em busca de sustento, de melhores condições de vida, ou simplesmente para não serem esquecidas.

Para os que ficaram, o cenário é de desolação. Instalações abandonadas, estradas com "crateras", estruturas metálicas ferrugentas, ruínas e escombros... Gente esquecida, que se limita a esperar, porque mais não pode fazer.

Paulo Fernandes conhece bem estas histórias. Primeiro, quando dedicou a sua tese de licenciatura em Relações Internacionais ao papel da Panasqueira nas relações entre Portugal, Inglaterra e Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial. Mais tarde, já como director-executivo da Pinus Verde, quando se apercebeu do enorme potencial de desenvolvimento que as Minas encerram.

O Plano Global de Acção do Projecto "Rio", da Pinus Verde, tem cinco eixos fundamentais - Criação do Centro MinAventura, Couto Jovem, Centro de Documentação das Minas/Parque Arqueológico das Minas, Centro de Investigação na Área Florestal e Ambiental, e Lavaria de cara lavada.

Um projecto desta grandeza necessita da participação integrada de muitos parceiros, entre associações como a ADERES, a Junta de Freguesia de Silvares, ou a Câmara Municipal do Fundão, ao mesmo tempo que exige uma elevada articulação de programas de apoio. Aldeias Digitais, Contratos de Aldeia, Procentro, INTERREG e Acção Integrada do Pinhal Interior (CCRC), AGROS, AGRIS, RURIS, POEFDS, POE, LEADER + ou POA, entram nas contas dos promotores da iniciativa como eventuais fontes de iniciativa.

"Um projecto de uma vida."

A aldeia do Rio esconde-se por detrás de um monte, longe da vista de quem atravessa a estrada. Os caminhos são maus e traiçoeiros, mas uma vez ultrapassados permitem encontrar a pequena aldeia que se debruça sobre o rio. O Rio ou Cabeço do Pião, como também era conhecido, fazia parte de uma das três secções construídas de raiz para a exploração de minério e para a habitação dos mineiros. Salpicadas pelo monte encontramos a estrutura da Lavaria, o armazém de tratamento de minério, o Bairro Chinês, a Messe, os armazéns, a escola, algumas casas, um campo de hóquei em patins e outro de ténis, que deixam adivinhar a grandiosidade que o empreendimento teve noutros tempos.

Uma pequena aldeia com as suas idiossincrasias, que de acordo com Paulo Fernandes faz do Projecto "Rio" o "projecto de uma vida". O director executivo da Pinus Verde conhece o projecto como ninguém. Monte acima, monte abaixo, numa visita guiada às velhas instalações, lá vai mostrando com entusiasmo o velho armazém que dará lugar ao Centro MinAventura, cujo objectivo é ser um dos centros de actividades de ar livre de referência no espaço nacional. A descrição é tão viva que quase conseguimos ver as canoas reluzentes encostadas à parede, e mais ao lado as pranchas de sunboard e snowboard.

No outro armazém ficará a "Cantina do Mineiro", um pequeno restaurante que pode funcionar como mais um estímulo para a reabilitação turística da região. Mais acima fica o Bairro Chinês. Memória das condições miseráveis em que alguns mineiros viviam. O nome vem da reduzida dimensão das habitações. As 36 residências existentes vão dar lugar a cerca de uma dezena de T1, enquadrados numa perspectiva de Turismo de Aldeia.

Na antiga messe, onde antes ficavam os quadros superiores que se deslocavam de fora para trabalhar nas Minas, ficará a funcionar o Albergue para a Juventude, que disponibilizará 25 a 30 camas. A poucos metros de distância a escola, onde vão ficar o Centro de Documentação e Investigação, a Escola Digital e a sala de formação. Pretende-se criar um centro que aglutine e organize todo o legado histórico sobre o funcionamento das minas.

Os projectos não ficam por aqui. Entre uma e outra visita, Paulo Fernandes vai discorrendo sobre as actividades desenvolvidas em paralelo, como a marcação das rotas do Volfrâmio ou o Parque Arqueológico da Lavaria. Para já, o Couto do "Rio" continua como marco da memória orgulhosa de várias gerações de mineiros, mas com um futuro pouco radioso, que a Pinus Verde quer mudar. Para os que ficaram a hora é de espera. Esperar que a vida melhore, esperar por uma oportunidade, esperar no café quase deserto até que alguém anime a velha mesa de matraquilhos agora encostada a um canto.

Vítor Baptista escreveu em 18 de Maio de 2003

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From: "VitorCarmoBaptista"
To:
Sent: Sunday, May 18, 2003 6:03 PM
Subject: [cebola_s_jorge] Património da Panasqueira tem importância mundial


A 1ª página do JORNAL DO FUNDÃO desta semana tem como tema o assunto em epígrafe. Por dificuldades de acesso para aqueles que não são assinantes do JF, transcrevo, na íntegra, a totalidade da matéria do artigo com indicação de autor. Para os que são assinantes do JF, podem consultar directamente o artigo no endereço:
http://jornaldofundao.sapo.pt/index.asp.


Porque é que considero esta notícia importante?

Se lerem atentamente o artigo abaixo, repararão que a iniciativa deste debate, curiosamente, nasce no concelho do Fundão. Ora que eu saiba, no concelho do Fundão, de Couto Mineiro, só existe a secção de lavagem e armazenamento de volfrâmio, a Secção do Rio, na freguesia de Silvares.

No entanto, a noticia só tem impacto, porque fala da PANASQUEIRA, situada no concelho da Covilhã e na freguesia de S. Jorge da Beira. Não tenho intenção, com este alerta, de abrir uma frente de hostilidades contra nada, nem contra ninguém. Apenas pretendo alertar para este facto, porque considero a iniciativa importante e digna de todo o nosso apoio. Apenas pretendo alertar para a necessidade de nos certificarmos se as entidades competentes, têm conhecimento desta iniciativa e se nela participaram? Refiro-me à Câmara Municipal da Covilhã, à nossa Junta de Freguesia e outras Associações da terra?

Temos que apanhar este comboio, sem preconceitos, e sem falsas lutas contra tudo e contra todos. Temos que estar lá! E quem nos deve representar são os nossos eleitos, foi por isso que os escolhemos. Temos que saber que projecto é este, o que envolve, quem envolve e, sobretudo, qual o papel reservado ao primeiro núcleo mineiro da PANASQUEIRA, na freguesia de S. Jorge da Beira? Quanto ao núcleo da Barroca, na Aldeia de S. Francisco de Assis, levanta-se a mesma questão. Não devemos esquecer-nos que juntos temos mais força!

O que me preocupa ainda mais, é o facto de, nas últimas visitas que fiz a S. Jorge, ter constatado que transformámos a Panasqueira no depósito de lixo da freguesia! Com aquele espectáculo horrível de fumo e lixo, ao dobrar da curva para o "Barroco Fundo", de onde se avistam as primeiras casas dos "Trogais". Faço votos para que esta vergonha tenha terminado e para que tenham já procedido à recolha do lixo e limpeza daquele local. Este é um problema da Junta de Freguesia e, sobretudo, da Câmara Municipal da Covilhã.

Bom, espero que esta nota desperte as «nossas» consciências para a necessidade de iniciativas na nossa freguesia. Com a chegada das férias do verão devem dar-se passos significativos nesta direcção. Devem movimentar-se as Associações no sentido de, todos, se reunirem para o debate deste tema e para a apresentação de ideias e propostas concretas às nossas entidades, que têm o dever de nos acompanhar e ouvir.

O tempo que passa não está a nosso favor!
Cumprimentos,
Vitor do Carmo Baptista


Património da Panasqueira tem importância mundial

Os especialistas dizem que o "Projecto Rio" tem todas as condições para revalorizar um património que é emblemático no contexto nacional e internacional OS ELOGIOS ao projecto de preservação e valorização do couto mineiro e ao potencial do seu património marcaram a sessão de abertura das jornadas internacionais sobre património mineiro, que estão a decorrer, desde quarta-feira no concelho do Fundão, com a presença de prestigiados especialistas na matéria.

Todas as intervenções foram favoráveis à afirmação de um projecto, que é único no país e beneficia das condições necessárias à sua viabilização, mas que terá necessariamente que contar com uma cooperação alargada para salvar um património ligado às únicas minas de volfrâmio que ainda estão a laborar na Europa. O desafio tem a marca da Pinus Verde e conta com parceiros como a Beralt Tin & Wolfram, SA, e Câmara Municipal do Fundão.

Hugues de Varine, comissário das jornadas, falou da filosofia geral do projecto e da necessidade de mobilizar sinergias e competências, aproveitando a dimensão técnica, científica, cultural, social, económica e ambiental do território em torno de um projecto que se desenvolverá por várias etapas e acções.

Da história das Minas da Panasqueira e da relevância que chegaram a ter no panorama geológico-mineiro nacional e mundial, falou Ramachondra Naik, administrador da Beralt, que valorizou a relação de proximidade que as Minas continuam a ter com as populações da região, defendendo que "todo o esforço para dar continuidade à laboração da mina representará um contributo não só para preservar, mas também para engrandecer o nosso património mineiro".

José Manuel Brandão, do Museu do Instituto Geológico Mineiro chamou a atenção para a importância de preservar a nossa memória colectiva através da concretização de iniciativas como o projecto-rio, sublinhando o papel relevante que as minas tiveram na história contemporânea e defendendo a "preservação de um lugar emblemático no contexto nacional e internacional".

Para aquele responsável do Museu do Instituto Geológico Mineiro, "tudo o que aqui se fizer para a revalorização do património mineiro e geológico é extremamente importante". José Manuel Brandão afirmou que do ponto de vista dos minerais e das formas, "a Panasqueira tem exemplares absolutamente excepcionais, cobiçados por coleccionadores de todo o mundo", mas lamentou a falta de atenção que o nosso país dedica a áreas fundamentais da nossa memória colectiva, afirmando que "em Portugal ainda está por fazer o levantamento exaustivo do património mineiro" e denunciando o facto de "arquivos contando histórias de minas terem ido parar a fogueiras".»

Por: Lúcia Reis


in JORNAL DO FUNDÃO, Edição: 16-05-2003.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

As palavras, onde queremos que nos levem?


Exprimindo os seus pensamentos em palavras de que eles não são senhores, alojando-os em formas verbais cujas dimensões históricas lhes escapam, os homens que crêem que as suas falas lhes obedecem não sabem que se submetem às suas exigências.




Michel Faucault, As Palavras e as Coisas


Momentos há em que a discussão se torna num “chorillo” de disparates que se levantam à volta de um tema, que de central se passa, num ápice, a sub-secundário.

Desta vez soa-me a uma coisa parecida com isto: “- O meu pai é melhor que o teu!”. Soa a disputa infantil, há quem afirme que temos duas infâncias!

E, usamos palavras nestas disputas!

Tornando a condição do nascimento (não o nascimento) num estigma ou numa glória. Como se o filho do carrasco, tivesse que ser carrasco, porque seu pai o foi! Como se o filho do “herói” tivesse que ser o mesmo herói que seu pai foi! Como se o desconhecido (só) fosse o abismo!

Uma das principais características da linguagem está na sua perecibilidade. A inutilidade da sua apropriação reside exactamente no curto prazo de validade de todo o enunciado ou declaração. A razão da sua vitalidade, curiosamente, reside também na sua inutilidade. Alguns tempos atrás, assistia a uma peça de teatro de Witold Gombrowicz e ouvi da boca de uma das personagens a seguinte afirmação: “A palavra transforma-se numa declaração e como uma pedra afoga-se no silêncio”, quer isto dizer que é preciso descobri-la de novo e de novo declará-la, continuamente. Uma palavra suscita uma outra. Uma situação uma outra. A necessidade constante de dizer e organizar a realidade numa estrutura sensata acompanha a criação e o drama da sua volatilidade. (Esta citação guardei-a, como um tesouro, no meu bloco de notas, que me acompanha sempre e utilizo-a com alguma frequência!)

A frase que acabo de citar, afogada no meu silêncio, incomodou-me e, aprofundei algo mais acerca de Witold Gombrowicz, procurei durante um dos intervalos material disponível sobre o dramaturgo e da sua última entrevista destaco a seguinte comentário: “Hoje, as coisas são falsamente complicadas, há um intelectualismo, para mim, de má qualidade, que procura as coisas, os paradoxos, as novidades, tudo o que quiserem, e que esquece as coisas essenciais.” (in Gombrowicz, Caderno dirigido por Constantin Jelenski e Dominique de Roux, Editions de L´Herne, 1971)

Perguntei-me, por várias vezes, porque razão liguei este enunciado ao tema que aqui desenvolvemos – sobre José Júnior? Na verdade, constantemente vinha à minha memória. Não sei! Talvez porque entenda neste enunciado uma espécie de prenúncio sobre o que significa a linguagem para a maioria dos sujeitos: uma redução da linguagem à simples relação entre o homem e as coisas, considerada sob um aspecto puramente individual, como se cada um comungasse no seu coração apenas com a sua linguagem, completamente isolado dos seus semelhantes.

É estranha a sensação que sinto, por ter iniciado esta reflexão, prestes, que estou, de a concluir. Para que melhor possam entender o que me amargura, valho-me, mais uma vez, das palavras de Witold Gombrowicz, “E não tendes sequer a consolação de pensar que aquilo que escreveis ou fabricais tem valor aos vossos olhos: tudo isto repito-o, não passa de imitação, empréstimo, e reflecte apenas a ilusão de que possui um peso, um valor.” O vaticínio para uma atitude persistente de apropriação da linguagem e da verdade é demasiado dramático e, simultaneamente, real: “Encontrais-vos numa situação falsa que só pode dar frutos amargos. Em breve a hostilidade, o desprezo, a maldade vão desenvolver-se(…), cada um despreza o outro e se despreza, tornais-vos numa sociedade de auto desprezo e acabareis vós mesmos por vos desprezardes mortalmente.” (in Ferdydurke, Witold Gombrowicz, Éditions Gallimard - Folio, 2001).”

E, isto está a acontecer-nos!

Vítor Baptista

domingo, 8 de junho de 2008

Picasso - Guernica em 3D! Simplemente fabuloso...


Toda a gente conhece a Guernica, um painel pintado a óleo com 782 x 351 cm, que Pablo Picasso apresentou em 1937 na Exposição Internacional de Paris.

A tela, a preto e branco, representa o bombardeamento sofrido pela cidade espanhola de Guernica em 26 de Abril de 1937 por aviões alemães e actualmente está exposta no Centro Nacional de Arte Rainha Sofia, em Madrid.

O pintor, que morava em Paris na altura, soube do massacre pelos jornais e pintou as pessoas, animais e edifícios destruídos pela força aérea nazi tal como os viu na sua imaginação.

Agora uma artista nova-iorquina, Lena Gieseke, que domina as mais modernas técnicas de infografia digital, decidiu propor uma versão 3D da célebre obra e colocá-la na net sob a forma de um vídeo (ver relacionados no final do texto).

O resultado é fascinante e permite-nos visualizar detalhes que de outro modo nos passariam despercebidos.

Esta técnica inovadora revela-se um instrumento poderoso para compreender melhor a forma de trabalhar do pintor e até o modo como funcionava a sua imaginação.

Clique neste endereço:

http://www.lena-gieseke.com/guernica/movie.html

Desfrutem desta jóia!!!!

Nota: Uma gentileza do meu amigo Mário Vieira, de Vila Nova de Cerveira, que fez o favor de partilhar comigo este momento de "media".

sábado, 7 de junho de 2008

Viva PORTUGAL! Não há Constantino que nos (des)una!


Hoje, nos mais reconditos lugares, onde houver um português há uma emoção, uma bandeira, um coração a palpitar.

Ganhar, perder, é uma consequência do jogo!

Mas já não é uma consequência, o sentimento repartido (não falo pelo Constantino) que une (quase) todos os Portugueses.

É o primeiro embate, a primeira prova! Mas já ganhamos no sentimento que a todos nos une nas quatro partidas do mundo.

Viva PORTUGAL!
Força rapazes... O resultado não conta, primeiro vem a entrega!

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Uma Foto (de Domingo) do José Júnior!




De gorra enfiada pela cabeça,
Com farripas de cabelo, desalinhadas,
Sobressaindo,
De tanto salvar e de a tirar e de a por,
Bons dias... Bons dias...
Afável com toda a gente,
Pobre,
Rica,
Boa,
(...)
Rosto marcado por rugas largas e veias vermelhas,
Visíveis, ainda, as consequência vivas de um escanhoado de lâmina romba,
Olhos de pestana rala e contorno de um vermelho inchado,

Mãos tremulas, ainda com a falta da primeira gota,
No Espanhol ou na Amoreira...

Casaco e calças de padrão desencontrados,
Camisa branca, roçada e de gola encardida,
Rematada com gravata (sempre) preta.
Os sapatos pretos,
Só para os domingos!
Dois números acima,
Desatacados...
As calças pelos "caniços",
Com as meias já largas,
Descaídas,
Mostrando o branco, mais branco,
Da canela.

Tudo,
Dava-lhe um ar,
(recordo eu),
Castiço, único,
Subindo a ladeira em direcção aos paralelos,
Até à porta da Igreja.

Ali, segurando a gorra entre as duas mãos,
Assistia aos "acompanhamentos" de todos os que foram gente...
Talvez pensando...
"Quem assistirá aos meus?
Quando a morte me der paz!"

terça-feira, 3 de junho de 2008

José Júnior, um erro de "Casting"? O que muitos de nós já disseram acerca deste caso!

Como já vos tinha dito, retomei este tema, através de uma discussão, na “Barbearia do Abílio”, que mantive com os amigos presentes, alguns deles forças vivas da nossa aldeia.

É um levantamento exaustivo de textos, comentários, posições e intenções. Hoje, tudo continua na mesma! Se tiverem paciência para relerem o que, na altura escreveram, verão isso mesmo! Até o site, da CMC, que deu origem a isto tudo, continua com o mesmo texto! A mim não me incomoda, porque relata um facto verdadeiro... mas já outros não dirão (diziam) o mesmo.

Está claro, que neste ponto, vou socorrer-me de todos os emails, públicos, acerca deste assunto. Estas citações constam dos conteúdos dos emails que circularam e que todos os que têm acesso à “velhinha” Mailinglist podem verificar.

Todos têm o direito de (re)situar as suas opiniões , refutando qualquer sentido que se lhe possa atribuir fora do seu contexto original ou intenção, embora se tratem de citações. Sejamos claros!

Nota muito importante: Para que possamos ler este tópico com alguma ordem, optei por colocar as citações, autores e datas, do mais próximo para o mais distante, falando do tempo, é claro:

1. Sérgio Brás escreveu em 14 de Outubro de 2005

“Com algumas informações que me têm chegado tem-me assaltado a história que o José Saramago escreveu num dos seus livros a propósito da nossa aldeia. Talvez ele tenha visto coisas que nunca nenhum de nós quis ver.”

2. António Reis escreveu em 10 de Fevereiro de 2005

Numa missiva que enviou à CMC e onde introduziu a corajosa História de António Castanheira:
“Um texto que nos demonstra bem a importância da Panasqueira para a freguesia de São Jorge da Beira, e que, nomeadamente na última frase nos faz lembrar das usuais cenas das cidades "western" da América. Dos "sallons", dos cowboys, das minas. Uma freguesia onde viveu José Júnior, indivíduo de origem humilde, tal como relembrava Saramago, que ficou para a história como um homem bom, infeliz que sofreu porventura as incompreensões de uma certa sociedade portuguesa na época pouco evoluída.”

3. Matrix escreveu em 17 de Julho de 2003

“Ola a todos, isto esta a ficar interessante ! Já agora um grande obrigado ao A. Reis por ter enviado o dito texto do José Saramago, porque é muito interessante criticar mas sem ver o texto é difícil dar a sua própria opinião ! Quanto a min não encontrei nada de extraordinário, ele fala de uma época que eu não conheci, mas com os meus 22 anos passados em S. Jorge, tenho a certeza que não deve estar muito longe da realidade ! O meu pai também foi mineiro e como muitos também bebia uns copos a mais, e lembro-me muito bem que quando as 20 horas ainda não estava em casa, eu ia busca-lo algumas vezes ao café, e enquanto alguns bebiam a sua custa, outros mandam piadas e riam as gargalhadas ! Eu espero que a mentalidade tenha evoluído durante estes anos... O que o José Saramago relata a propósito do José Junior é uma historia que pelos vistos lhe ficou atravessada na garganta. Se o J. Saramago encontrou mesmo o J. Junior , ou se foi outra pessoa que lhe contou e ele fez o resto, isso eu não sei !”
A. Matias

4. Vítor Carmo Baptista escreveu em 16 de Julho de 2003

“Já vi que se o meu amigo fosse o "dono" da página da CMC, já a tinha "deitado abaixo". Faz muito bem em avançar com o abaixo-assinado! Mas a minha posição é a de que uma verdade ou um facto, não deixam de o ser por causa de mais ou menos uma assinatura. As histórias de boa memória, que por certo são a maioria, não invalidam as outras!... Força, são estas iniciativas que vão contribuir para o desenvolvimento da nossa terra e serão decisivas para que "aprendamos" com a nossa memória. Todos temos recordações boas e más, um povo também! Quando temos um membro ou um órgão do nosso corpo doente, cortamo-lo? Ou tratamo-lo? Para usar a terapia correcta é fundamental saber identificar o mal!”

5. Sérgio Brás escreveu em 16 de Julho de 2003

“Concordo plenamente, com histórias destas nao necessitamos de premios Nobel a escrever sobre a nossa terra. nao sei se ja alguem falou nisto mas podiamos começar uma espécie de baixo assinado electronico e enviar a quem de direito, para a CMC nao digo para colocarem uma hirtoria destas mas pelo menos que a tirem o que lá está pois faz transparecer uma imagem errada das nossas gentes. alguem que tenha geito para a escrita que redija o texto para o tal baixo assinado que eu serei o segundo a assinar.”

6. Vítor C Baptista escreveu em 15 de Julho de 2003

“Momento nobre este! Deixo o poeta falar: (...) «"E agora, José?" Grande, porém é o poder da poesia para que aconteça, como juro que acontece, que esta pergunta simples aja como um tónico, um golpe de espora, e não seja, como poderia ser tentação, o começo da interminável ladainha que é a piedade por nós próprios.» (...) «A vida vai voltar ao princípio. Será possível que a vida volte ao princípio? Será possível que os homens matem José Júnior? Será possível?»”

7. António Reis escreveu em 14 de Julho de 2003

“Caros Amigos. Peço desculpa só agora voltar a dar notícias. Tal como prometi aqui envio o texto que foi publicado em 1972 no Jornal do Fundão, da autoria de José Saramago e que recolhi da revista Especial Jornal do Fundão, com o título "Milhões de palavras - 55 anos", publicada em Janeiro de 2001. Nesta revista consta também o "Romance de António Castanheira", escrito por António Paulouro, em 1965, e que prometo divulgar brevemente. Este romance já tinha sido referenciado pelo Jorge Gregório. Não gosto que alguém na Câmara tenha colocado a história de José Junior na página da Câmara, só porque foi escrita por José Saramago. É necessário conhecer um povo profundamente para se escrever sobre ele. A vida em São Jorge sempre foi de dificuldades.”

8. António Reis escreveu em 14 de Julho de 2003


“Lamento.
Mas não tenho nenhum orgulho que José Saramago tenha estado em São Jorge, principalmente para descrever e dar a imagem que em São Jorge, naquele tempo, eram todos uns arruaceiros.”

9. Vítor C Baptista escreveu em 2 de Julho de 2003

“Ok Maria
Diz ao teu pai para te contar a história que ele conhece, a morte por atropelamento do filho do Júnior, provavelmente devia ter +/- a idade dele. Da esposa, não me lembro bem do que aconteceu, pede ao teu pai para dar mais pormenores. O filho, era de facto, o motivo da sua maior amargura e lembro-me de o ouvir falar muitas vezes dele, sempre com os olhos rasos de lágrimas e com uma foto, que transportava sempre consigo, na mão. (Já não me lembrava destes aspectos se o teu pai não falasse deles.) Agora me recordo das descrições do filho, "o meu Zézito", salvo erro, que morreu atropelado à Ponte, em frente às garagens, ou pela carreira e por um dos camiões dos madeireiros (João, precisa lá estes pormenores!) Vamos em frente, parece que a história se vai compor! E vamos chegar a conclusões interessantes.”

Fausto
Se alguém puder contactar com algum dos Pires (penso não estar errado no nome de família), que são os seus sobrinhos, e se souber do paradeiro de alguns dos seus pertences, fotos ou qualquer objecto especial, podia ser uma ajuda. Lembro-me que a minha avó lhe reuniu os parcos haveres e os entregou a alguém da família, agora a quem não me lembro...

Agora para a Maria:
Gostei muito do teu contacto e peço-te para dares um grande abraço ao teu pai de quem sou primo e amigo.”

10. Maria Baptista “Sweety” escreveu em 2 de Julho de 2003

“O meu pai, o Joao Batista (verjao) gostou muito de ler o que voce escreveu mas diz que falta muita coisa des da morte da mulher a morte do filho,tudo isso levou- o a a vida que tinha. O meu pai esta pronto a ajudar no projecto.
maria Joao
sweety2”

11. Fausto Baptista em resposta a Vítor Baptista em 2 de Julho de 2003

Victor
Vou tentar os elementos que poder do conterraneo José Júnior, estamos muito em cima da festa e apesar de neste momento a minha disponibilidade não ser muita tentarei junto de alguns conterraneos mais idosos recolher tudo o que for possivel. Sobre José Saramago ainda bem que tiveste a iniciativa de dizer o que até agora ninguem tinha dito, "respeitar quem merece ser respeitado e agradecer a quem nos respeita" porque José Saramago ao ír a S.Jorge só pela visita em sua iniciativa própria é por si só uma HONRA para qulquer Sanjorgense que se prese de o ser. Cada povo tem as suas historias e nós temos as nossas e cada um na sua arte escolhe a matéria prima para trabalhar que mais lhe convém. Também no meu entender temos antepassados que fizeram e deixaram história ou obra e outros como o José Júnior ficaram para sempre na memória do povo passando de geração em geração e é nosso dever manter estas coisas vivas nos que vêm a seguir anós. "QUEM TEM VERGONHA DOS SEUS ANTEPASSADOS TEM VERGONHA DE SI PRÓPRIO".

----- Original Message -----
From: "VitorCarmoBaptista"
To:
Sent: Wednesday, July 02, 2003 12:39 AM
Subject: Re: [M L de Cebola] José Júnior

OK Fausto, mãos ao trabalho!
Podemos organizar uma monografia acerca do José Júnior mas para isso necessitamos de recolher o máximo de elementos. Podemos já lançar o desafio. Estamos na altura da festa, há muita gente, e todos os relatos que possamos recolher, dados biográficos, fotos, uma certidão de nascimento, etc. podem ser úteis. Podem enviar os relatos e outros dados para a ML, eu comprometo-me a organizar e disponibilizando com a ajuda do Paulo A Rodrigues (se ele estiver de acordo?) no Grupo Cebola.
Aceitam o desafio?
Não é fácil, até porque somos um povo cheio de preconceitos. Mas um povo que não sabe resolver o seu passado, não é um povo feliz, nem saudável.
B&R
Vitor
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Aproveito, no entanto, para fazer um comentário acerca do que se disse de José Saramago, personagem por quem não tinha simpatia especial, mas por quem nutri sempre um profundo respeito. Com esta discussão, fiquei-lhe com muito mais respeito e ganhou a minha admiração. Provavelmente irei lê-lo com outros olhos...
Vejamos, foi aqui dito, que o jornalista José Saramago se deslocou pelo país procurando histórias, factos, etc. e que esteve 15 minutos em S. Jorge. Já calcularam o prestígio destes 15 minutos. A atenção e a sensibilidade que representam? A atenção e sensibilidade que é necessário ter para se deslocar a uma das mais de 3000 freguesias portuguesas? Que ainda por cima não lhe permitia continuar a viagem! Tinha que voltar para trás!
Entre tantas coisas que lhe contaram, por todo o país, havia logo de se interessar pela história de um "Zé Ninguém" de S. Jorge da Beira. Não acham que isto não é uma coincidência, antes uma tremenda sensibilidade que só um grande homem pode ter?
Vejam o alcance das suas palavras! Atingem-nos no mais profundo das nossas consciências. Afectam-nos. Não é essa a missão do "discurso" de um jornalista, de um escritor, de um poeta, de um pintor...? Se não, de que hão-de eles falar? Das pombas brancas, das verdes serras e das águas cristalinas do ribeiro...?
Saramago não é um crente, mas Deus "escreve torto por linhas direitas", usou um ateu para imortalizar o "Júnior"! Já repararam que o "Júnior" é o sanjorgence com maior destaque que nós conhecemos, está imortalizado numa das obras de um dos Grandes Mestres da Literatura Mundial – O Prémio Nobel José Saramago.
(Uma das características dos grandes mestres é a de imortalizar "marginais"(*), Cervantes imortalizou D. Quixote, um louco!)
(*)Entenda-se apenas aquele que está na margem, que é discriminado.
Cumprimentos,
Vitor do Carmo Baptista

-----Mensagem original-----
De: fausto [mailto:f.baptista@...]
Enviada: domingo, 29 de Junho de 2003 21:56
Para: cebola_s_jorge@...
Assunto: Re: [M L de Cebola] José Junior

Victor, podes contar comigo para o movimento de solidariedade da memória do José Júnior e segundo informação da junta de freguesia de que vão fazer um levantamento a todas as ruas para colocarem novos numeros nas portas poderia se aproveitar para dar nomes a algumas que não têm e este nome poderia vir a ser um dos escolhidos.
Cumprimentos

12. Adelaide Ramos Vilela escreveu em 27 de Junho 2003
(...)
”Com respeito ao José Junior, já agora também aproveito para agradecer ao Victor as explicações que nos deu, até fiquei arrepiada... Não deve ser a mesma pessoa da qual tenho algumas lembranças. Eu saí de S. Jorge com 11 anos de idade. Gostaria de saber quantos anos teria ele agora.
Fiquem bem
Adelaide”

13. Paulo A Rodrigues escreveu em 27 de Junho de 2003


“Viva!
Caro Vitor...
gostei sim senhor deste teu mail. Faz-me recordar que ainda há pessoas que acreditam em certos valores e não têm medo ou vergonha de os mostar. Felizmente temos alguém da lista que conheceu o ou os Zé(s) Júnior(s) em pessoa. Muito obrigado por este esclarecimento que certamente nos deixou a todos mais elucidados.
E não querendo por esses valores em causa, longe de mim tal ideia, continuo a achar que numa página que poderemos considerar "oficial" de uma localidade, se dê tanto destaque a esse assunto. Pois hoje em dia a situação alterou-se completamente, portanto não mostra, nem se identifica com as pessoas de hoje em dia de Cebola. Eu vejo o José Júnior como alguém da história da aldeia, com o qual ou pelo qual aprendemos algo de importante. E sublinho que de facto ele foi um pessoa e não foi tratada como tal. Temos que aprender com isso.
P A R

14. Jorge Manuel Pereira Gregório escreveu em 27 de Junho


“Olá Malta
Quero agradecer ao Victor os esclarecimentos sobre os factos ocorridos. Afinal sempre há na nossa ML alguém que conhece a história toda. Bastou só começar a desfiar o novelo.
Um abraço
Jorge Gregório”

15. Matrix escreveu em 27 de Junho de 2003


“Pode contar comigo !”

16. Vítor Carmo Baptista escreveu em 27 de Junho de 2003


Já postado neste blogue, neste link:
http://tornadouro.blogspot.com/2008/05/jos-jnior-um-erro-de-casting-cont.html

17. Adelaide Ramos Vilela escreveu em 26 de Junho


“Em relação há história do José Junior, eu lembro-me dele. Era um individo que andava por caminhos sinuosos em S. Jorge porque o estado normal dele era embriagado. Os meninos da aldeia atiravam-lhe pedras e faziam troça dele. Ele também provocava os garotos eu sou testemunha disso. Mas era tudo uma brincadeira nunca se constou que tivesse havido desgraça alguma com o Zé Júnior ou os nossos meninos. Ele até era um rapaz muito querido com toda a gente, excluindo os bêbedos, como ele, que o encharcavam de vinho. Eu tenho esse livro do Saramago em casa e, até hoje, não compreendo porque razão o nosso povo honesto e trabalhador teve que ser penalizado porque que um dia um Jozé Júnior fora a troça dos meninos da aldeia e uma marioneta nas mãos dos bêbedos como ele.
Quanto ao escritor Saramago pôr a inteligência dele ao serviço de uma história destas revela-nos que, para além de ter cometido o erro ao escutar gente errada, tem falta de conhecimento em relação àquelas gentes e à maneira como viviam isoladas naqueles tempos. Depois, histórias destas repetem-se ainda hoje por todo o país, borrachões é o que não falta por lá. Quanto à Câmara da Covilhã também revela falta de gosto nos textos que escolhe para exposição no siteweb. Podeis ter a certeza que um dia o Saramago vai ter que responder aos Sanjorgenses e explicar-se. Paz à alma de José Junior que, se for verdade, já a tirámos do lugar.”

18. Jorge Branco escreveu em 26 de Junho de 2003

“Eeu ja tive a oportunidade de ler esse livro
cumps.
Jorge Branco”

19. “Maria do Vale” escreveu em 25 de Junho

“Também fui espreitar o sítio da Câmara e também não gostei do que li e não gostei pela falta de rigor na informação.
Se puderem leiam o livro e logo verão a diferença.
A notícia do José Júnior nos jornais deveria ter aparecido já depois de 1960 (ano da mudança de nome da nossa terra), porque, no artigo que o Saramago escreveu acerca da notícia e publicada no Jornal do Fundão, diz: ..."Escrevo estas palavras a muitos quilómetros de distância, não sei quem é José Júnior, e teria dificuldade em encontrar no mapa São Jorge da Beira. Mas estes nomes apenas designam casos particulares de um fenómeno geral: o desprezo pelo próximo, quando não o ódio, tão constantes ali como aqui mesmo, em toda a parte, loucura epidémica que prefere as vítimas fáceis."... e numa época de dificuldades económicas quer nacional, quer regional.
Poderemos situar o caso nos anos de 61, 62, 63 ?
Por estes anos houve uma crise muito grande nas Minas da Panasqueira e muita gente a passar dificuldades, do meu imagário infantil fasem parte algumas imagens que não mais esquecerei a lista dos nomes dos despedidos publicados no Mineiro ( Jornal de Papel - Padre Leal), as camionetas de caixa aberta com as mobílias e garotos lá enfiados, era ver qual o que chorava mais.
Pela primeira vez (e única) ter visto os olhos húmidos do meu pai a olhar para mim.( Um Homem não chora e um mineiro muito menos-era esta a educação da altura). Foi uma época de facto muito difícil e não me espanta o que aconteceu.”
(...)
Delfina”

20. Jorge Manuel Pereira Gregório escreveu em 25 Junho de 2003

“Amigo Tó
Ainda bem que foste tu quem lançou o tema a debate, contigo sempre me entendi às mil maravilhas, além do mais, esta história merece ser bem esclarecida, e todos os contributos são poucos para tirarmos isto a limpo.
Não duvido que tenhas lido isso, nem de que essa seja a versão oficial, mas eu acho muito difícil que o Saramago tenha conhecido o José Júnior, mesmo no tempo em que ele era Jornalista, se isso tivesse acontecido teria dado azo a manchete de primeira página, apesar de os tempos serem outros, mas se falares com o Isidro, logo verás se ele não te confirma a história que eu te contei. Quando muito podia ter conhecimento da história antes de falar com o Isidro, coisa que ocorreu em princípios ou meados da década de 80, isso é que já não sei precisar. A história do José Júnior, infelizmente para a nossa memória, foi verdadeira, como muitas outras na nossa terra, acontece que um dia o José Júnior bebeu mais do que a conta (o que também parece que era usual) e pelo caminho encontrou uma malta de miúdos (três ou quatro) que o maltrataram tendo inclusive partido um braço e depois disso fugiram tendo-o deixado caído junto a uma valeta do caminho. A história tal como a ouvi foi esta e possivelmente ocorreu em meados ou nos finais dos anos 60, nessa altura quando se ia para o hospital ia-se para a Barroca Grande ou para a Covilhã, mas não para o hospital do Fundão, já que era Misericórdia era preciso pagar. Se calhar até conheces melhor a história do que eu, mas se não a conheces podes investigar até melhor que eu.
A propósito do Jornal do Fundão, cujo Director e fundador era o Dr. Paulouro. Este homem era um grande admirador de Cebola e das suas gentes, há um texto fantástico sobre a coragem dos homens de Cebola, passada na Mina. Conta ele que houve um dia em que houve um acidente numa chaminé onde morreu um mineiro e outro ficou ferido e só os homens de Cebola os foram lá tirar pois mais ninguém tinha coragem para isso. Subir uma chaminé e descê-la com um colega morto com risco da própria vida não é para qualquer um. Seria interessante encontrar esse texto e colocá-lo no mineirinho ou na nossa página de S. Jorge. Bem por hoje fico por aqui que este texto já vai demasiado longo. Um abraço especial ao amigo Tó Reis.
Cumprimentos
Jorge”

21. António Reis escreveu em 25 de Junho de 2003

“Vitor.
José Junior existiu mesmo.
Um abraço.”

22. Vítor Carmo Baptista escreveu em 24 de Julho de 2003

“Afinal quem é o José Júnior? Estamos a falar de um ser que existiu?
Cumprimentos,
Vitor do Carmo Baptista”

23. Jorge Manuel Pereira Gregório escreveu 24 de Junho

Transcrição do conteúdo do site da CMC, sofre a Freguesia de S. Jorge da Beira que , actualmente se mantém na integra, como poderão verificar:
http://www.cm-covilha.pt/

24. Adelaide Ramos Vilela escreveu em 23 de Junho de 2003

“Olá amigos!
Gostaria de participar-vos que falei no texto do Saramago numa das Rádios Nacionais em Portugal. Mas, não perde pela demora. Desta vez o desafio vai mais longe. O Sr. Saramago vai ter que se haver comigo pois quem ofende o meu povo ofende-me a mim também. Fiquem com atenção à minha próxima ida à televisão. Pretendo enviar-lhe uma mensagem para que esse Senhor se explique em relação à história que escreveu.
Um abraço
Adelaide Vilela”

25. Paulo A Rodrigues escreveu em 23 de Junho de 2003

“Ora viva!
(Obrigado Gregório por teres enviadoo texto , assim fiquei a saber qual é)
Apesar de já conhecer o texto do Seramago eu continuo sem conseguir entrar no site da camara! Mas que se lixe. Sites que escrevem o que lá está, também não merecem que me esforce para os visitar. Além de concordar com o Zé Parente, que um tipo está 15 minutos num sitio e escreve sobre esse sítio, ou é lírico (como me parece que é o caso) ou é jornalista sensasionalista, também quero dizer que PIOR de tudo é num site OFICIAL fazerem referência a uma passagem de meia página de um livro (com o destaque que tem), quando há pelo menos uma obra completa sobre a região! Será porque esse senhor recebeu um Premio Nobel e então fica bem refenciá-lo em tudo quanto é sitio, ou será porque quem fez a página não sabia mais?!
Assim que conseguir entrar na página já procuro lá um endereço de mail, para deixar bem vincado a minha opinião!
Abraços
P A R”

26. José Parente escreveu em 23 de Junho de 2003

"admira-me é como certas pessoas de uma conversa de 15min. escrevem umas páginas de um assunto que só conhecem do ouvir-e-dizer..........se o pessoal que la estava presente contasse que a maioria do ppl de cebola é "gay" ele acreditava e escrevia um livro sobre isso....
JJP"

27. Jorge Manuel Pereira Gregório escreveu 23 de Junho de 2003

“A história não foi bem essa.
O Sr. José Saramago nunca conheceu o nosso conterrâneo José Júnior. O José Saramago foi até à nossa terra, mas não passou da cruz da rua, onde se limitou a conversar um pouco com o Isidro e mais algum pessoal que se costuma encontrar ali na soleira da porta da loja que ele ali tinha. Conversou e ouviu umas histórias que lhe contaram sobre Cebola e resolveu dissertar sobre a discriminação que os fracos sofrem na nossa terra exemplificando com a história do José Júnior. Ao todo não esteve ali mais de um quarto de hora, que a pressa era muita. Tudo isto não ultrapassa a meia página das viagens a Portugal do Saramago a que se juntam duas fotografias.
Um abraço
Jorge Gregório”

28. António Reis escreveu em 23 de Junho de 2003

“Vitor, é esse mesmo.
Não sei se sabem mas o José Saramago, há alguns anos atrás, percorreu o País, tendo escrito um livro, onde aparece uma ou duas páginas dedicadas a São Jorge e à história de José Junior, que ele encontrou internado no Hospital do Fundão. O que escreveu na altura foi uma história que associou a todo um povo (S. Jorge), esquecendo-se de investigar que esta terra tem um passado de trabalho árduo e de solidariedade motivada pelo seu isolamento.
Um abraço.”

29. Vítor Carmo Baptista pede esclarecimento a António Reis em 15 de Junho

“RE: [cebola_s_jorge] Acerca do Final da Pág_site_CMC
Caro António
Referes-te no final, ao comentário acerca do José Júnior?
Cumprimentos,
Vitor do Carmo Baptista”

-----Mensagem original-----
De: António Reis [mailto:asier@...]
Enviada: quinta-feira, 12 de Junho de 2003 23:06
Para: S. Jorge Cebola
Assunto: [cebola_s_jorge] Identificação

“Olá. É bom estar com este grupo.
O meu nome é ANTÓNIO REIS, tenho 36 anos e vivo na Covilhã. São Jorge é o que profundamente nos une. É por isso que não gosto do final da informação relativa à Freguesia de São Jorge da Beira, que está contida na página da Câmara da Covilhã. Percam um pouco de tempo a consultar a mesma e digam da Vossa justiça. Basta irem ao Google e escrever Câmara da Covilhã e procurar Concelho e depois escolher a Freguesia.
Um abraço.”