segunda-feira, 29 de março de 2010

O Mar sempre o Mar!

A minha avó do Rodeio, nas tardes pachorrentas de verão, contava-me histórias e feitos, sentados ao balcão, à sombra da latada. A minha história preferida sempre foi a das gaivotas, que em determinados dias chegavam ao Picoto e, apontava com o seu dedo, elevando o braço quase até ao infinito, que eu seguia com os olhos, o cimo da montanha. Depois de me explicar de onde vinham as gaivotas, falava a palavra mágica, que sempre me deixou deslumbrado, MAR!

Não sei se alguma vez uma gaivota chegou ao Picoto, tão pouco me importa esse facto, que servia para acalmar as minhas traquinices. Ou se é possível, em dias claros, vislumbrar o mar do alto dessa montanha, como a minha avó também me contava, o que importa para mim é o que ficou até aos dias de hoje e me consome de saudade quando o vejo (agora) todos os dias. Vejo, é uma palavra vazia, devia ter dito, quando o contemplo, porque faz parte de mim, tal como a Serra do Picoto, o MAR!

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