quinta-feira, 26 de abril de 2012

Dia Internacional do Trabalhador - Uma Ilusão?

Desde que me lembro das comemorações oficiais do Dia do Trabalhador, em Portugal, já lá vão 38 anos (não pertenci à resistência, mas admiro todos os que lutaram pela liberdade), este ano, a data reveste-se de um significado especial. Cada um, à sua maneira, deve deixar impresso, neste dia, a sua marca!

Nunca o 1º de Maio, neste 38 anos, decorreu no meio de tanto desemprego, precariedade, incerteza, ameaças à dignidade do trabalho e dos trabalhadores, no meio de tanta sonegação de direitos do trabalho, em nome de uma necessidade de recuperação que apenas olha por aqueles que mais contribuíram para situação em que a Europa e Portugal, em particular,  se encontram.

Em nome deste caos instalado, em que as medidas se contradizem e os responsáveis se desmentem a cada minuto, desnorteados pela ineficácia das suas medidas, cegos pela poeira que se levanta e lhes turva a vista a cada passo que dão no pantano seco, varrido por ventos de especulação, surgem novas bandeiras, como a da incerteza constante do emprego, o fim do emprego para a vida e outras bacoquices, que uns quantos pseudo-alinhados vão veiculando em nome da precariedade e da mobilidade  que enriquecem o currículo.

Personalizemos o pensamento por uns momentos, aliviemos o nosso pensamento de ruidos e pensemos nas ideias peregrinas do parágrafo anterior... É isto que desejas? Foi desta forma que se formaram grandes empresas, foi desta forma que se atingiu a estabilidade social, é desta forma que os países com desenvolvimento sustentado prosseguem os seus objectivos? Então o que se pretende com esta nova pseudo-mentalidade?.... que afinal não leva a nada, apenas alivia aparentemente, como a manta que não é suficiente para cobrir o corpo e que num movimento contínuo apenas o deixa mais exposto e desesperado.

Manifestação de Chicago 1 Maio de 1866
Nunca como hoje, é necessária a nossa intervenção, cada um como sabe ou pode, contribuido para por a nú a ineficácia do atoleiro onde nos meteram em nome de uma coesão europeia de que cada vez somos mais periféricos, porque cada vez mais endividados como país e cada vez mais desesperados como pessoas, acusadas de irresponsabilidade e entaipadas pelo espectro do desemprego, que nos é acenado a cada dia com mais vigor por gestores de conduta ética duvidosa, movidos por objectivos pouco claros e que procuram fundamentalmente benefícios pessoais a todo o custo e sem olhar a meios. Foi esta geração de gestores, que forjou resultados, que recebeu chorudos bonús e que empobreceu as organizações. Agora, com as empresas totalmente descapitalizadas, procuram o assalto final através de uma maior exploração do trabalho, da redução dos salários e dos direitos, colocando no lugar dos accionistas, que nos bons tempos dividiram os lucros, os trabalhadores, para cobrirem os prejuízos. É isto que nos espera se nada fizermos, se nos limitarmos a ser espectadores passivos de um teatro real, onde todos, activamente ou passivamente são actores.

Nunca como hoje, o 1º de Maio é a realidade que nos une e que fará de todos mais pessoas, resistindo ao papel de marioneta a que nos querem reduzir.

1º de Maio... Sim, não é uma ilusão!

É o primeiro dia, para muitos, de cerrar os punhos e de os levantar na cara dos oportunistas da crise, governantes e gestores vampiros, que esperaram pela "calada da noite, para sugar o sangue da manada".

terça-feira, 17 de abril de 2012

A camionete do Luís Cerejo

A camionete do Luís Cerejo










Faz algum tempo, a "camionete da carreira" animou-nos os serões e fez-nos recuar muitos anos. Hoje apresento-vos um livro de contos, escrito por um beirão, onde todos estes sentimentos se misturam.

Aqui fica, também, a nossa carreira para recordarem:
http://sjorgedabeira.blogspot.pt/2006/08/camioneta-da-carreira-iii.html