quarta-feira, 31 de março de 2010

Indisciplina nas escolas (vista por Fernando Savater*)

Especialistas reunidos em Espanha


Aumento da violência nas escolas reflecte crise de autoridade familiar

Especialistas em educação reunidos na cidade espanhola de Valência defenderam hoje que o aumento da violência escolar deve-se, em parte, a uma crise de autoridade familiar, pelo facto de os pais renunciarem a impor disciplina aos filhos, remetendo essa responsabilidade para os professores.
Os participantes no encontro 'Família e Escola: um espaço de convivência', dedicado a analisar a importância da família como agente educativo, consideram que é necessário evitar que todo o peso da autoridade sobre os menores recaia nas escolas.

'As crianças não encontram em casa a figura de autoridade', que é um elemento fundamental para o seu crescimento, disse o filósofo Fernando Savater.

'As famílias não são o que eram antes e hoje o único meio com que muitas crianças contactam é a televisão, que está sempre em casa', sublinhou.

Para Savater, os pais continuam 'a não querer assumir qualquer autoridade', preferindo que o pouco tempo que passam com os filhos 'seja alegre' e sem conflitos e empurrando o papel de disciplinador quase exclusivamente para os professores.

No entanto, e quando os professores tentam exercer esse papel disciplinador, 'são os próprios pais e mães que não exerceram essa autoridade sobre os filhos que tentam exercê-la sobre os professores, confrontando-os', acusa..

'O abandono da sua responsabilidade retira aos pais a possibilidade de protestar e exigir depois. Quem não começa por tentar defender a harmonia no seu ambiente, não tem razão para depois se ir queixar', sublinha.

Há professores que são 'vítimas nas mãos dos alunos'.

Savater acusa igualmente as famílias de pensarem que 'ao pagar uma escola' deixa de ser necessário impor responsabilidade, alertando para a situação de muitos professores que estão 'psicologicamente esgotados' e que se transformam 'em autênticas vítimas nas mãos dos alunos'.

A liberdade, afirma, 'exige uma componente de disciplina' que obriga a que os docentes não estejam desamparados e sem apoio, nomeadamente das famílias e da sociedade.

'A boa educação é cara, mas a má educação é muito mais cara', afirma, recomendando aos pais que transmitam aos seus filhos a importância da escola e a importância que é receber uma educação, 'uma oportunidade e um privilégio'.

'Em algum momento das suas vidas, as crianças vão confrontar-se com a disciplina', frisa Fernando Savater.

Em conversa com jornalistas, o filósofo explicou que é essencial perceber que as crianças não são hoje mais violentas ou mais indisciplinadas do que antes; o problema é que 'têm menos respeito pela autoridade dos mais velhos'.

'Deixaram de ver os adultos como fontes de experiência e de ensinamento para os passarem a ver como uma fonte de incómodo. Isso leva-os à rebeldia', afirmou.

Daí que, mais do que reformas dos códigos legislativos ou das normas em vigor, é essencial envolver toda a sociedade, admitindo Savater que 'mais vale dar uma palmada, no momento certo' do que permitir as situações que depois se criam.

Como alternativa à palmada, o filósofo recomenda a supressão de privilégios e o alargamento dos deveres.

Gostou? Então divulgue...


*Fernando Savater, Pedagogo e Filósofo

segunda-feira, 29 de março de 2010

O Mar sempre o Mar!

A minha avó do Rodeio, nas tardes pachorrentas de verão, contava-me histórias e feitos, sentados ao balcão, à sombra da latada. A minha história preferida sempre foi a das gaivotas, que em determinados dias chegavam ao Picoto e, apontava com o seu dedo, elevando o braço quase até ao infinito, que eu seguia com os olhos, o cimo da montanha. Depois de me explicar de onde vinham as gaivotas, falava a palavra mágica, que sempre me deixou deslumbrado, MAR!

Não sei se alguma vez uma gaivota chegou ao Picoto, tão pouco me importa esse facto, que servia para acalmar as minhas traquinices. Ou se é possível, em dias claros, vislumbrar o mar do alto dessa montanha, como a minha avó também me contava, o que importa para mim é o que ficou até aos dias de hoje e me consome de saudade quando o vejo (agora) todos os dias. Vejo, é uma palavra vazia, devia ter dito, quando o contemplo, porque faz parte de mim, tal como a Serra do Picoto, o MAR!

quinta-feira, 18 de março de 2010

Declarações sobre a Justiça em Portugal!

Marinho Pinto, Bastonário da Ordem dos Advogados, é uma figura odiada por muitos, amada por poucos. Independente do nosso lugar "na bancada", devemos "dar-lhe ouvido" para que a nossa posição seja mais sustentada.

Vale a pena ouvi-lo num tom "desinflamado", que não lhe é muito habitual!