terça-feira, 17 de junho de 2008

"Sai a Tuba entram os Clarinetes e Trompetes! Segue a Banda!"



Foto, Francisco Genro (Xico)

Uma Banda Filarmónica é tão mais completa, quanto maior for o número e diversidade de instrumentos e músicos que a compõem.

Soubemos, através do programa RCB, Manta de Orelos, que faz falta à qualidade sonora da nossa Banda, uma Tuba (já está... a Junta conseguiu!), uns Clarinetes e umas Trompetes. Como é normal, se os fundos não fossem escassos já tinham sido adquiridos!

Vamos, todos, tentar reunir fundos para uns Clarinetes e umas Trompetes e para que a nossa Banda possa ter uma qualidade e uma sonoridade que nos delicie cada vez mais.

Temos já disponível, para todos os que queiram contribuir, o NIB da própria Banda Filarmónica de S. Jorge da Beira:
003521300000470663004

Agora é só poupar uns €uros, ou uns Dólare$ e depositar na referida conta. É uma forma de todos, os que estamos mais longe, nos sentirmos mais integrados e participativos naquilo que é a vida da nossa aldeia.

@s C@rlot@s e os C@rlotos de Cebol@!

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Cabeço do Pião!


Foto Blog, S. Jorge da Beira, autor Xico Genro

Sobre este assunto escreveu a Delfina em 11 de Março de 2007

Não sei se ajuda, mas aqui vai uma informação (2006) sobre o assunto que aqui tem sido referido Fundação Minas da Panasqueira planeia turismo Câmara do Fundão avança com contactos A Câmara do Fundão vai aderir à Fundação Minas da Panasqueira, um novo organismo dedicado a projectos na área turística para aquela região, adiantou à agência Lusa Paulo Fernandes, vereador com o pelouro da Cultura, no executivo. “Quando os recursos da mina se esgotarem, vai ser necessária uma entidade que possa gerir a recuperação turística e ambiental daquela área”, sublinha o autarca, recordando que a Câmara do Fundão tem em curso o projecto de recuperação do Cabeço do Pião, junto ao Rio Zêzere.

A autarquia pretende reconverter diversas infra-estruturas daquela antiga aldeia, como a lavaria de minério, em alojamentos e unidades de restauração, para fins turísticos.

Denominado de Projecto Rio, faz parte da candidatura PITER (Programa Integrado Turístico de Natureza Estruturante e Base Regional) entregue pela Câmara do Fundão à administração central.

A Fundação Minas da Panasqueira foi criada pela Junta de Freguesia de Silvares (Fundão), Associação de Desenvolvimento Pinus Verde e pela Beralt Tin, empresa que explora as Minas da Panasqueira, mas procura agora agregar as câmaras.

Além da Câmara do Fundão, estão a ser feitos contactos com os municípios da Covilhã e de Pampilhosa da Serra, para que integrem também a fundação.

Segundo Paulo Fernandes, “a cooperação entre as diferentes autarquias tem um papel importante, uma vez que as Minas da Panasqueira englobam territórios dos concelhos da Covilhã, Fundão e Pampilhosa da Serra”.
15-04-2006 Lusa

Vítor Baptista escreveu em 28 de Fevereiro de 2007

Caros,

Atentem na notícia anexa. Nos últimos tempos tenho tido acesso a outras sobre o mesmo tema.

A história do Couto Mineiro, que começa na Panasqueira e a esta localidade está, umbilicalmente, ligada, começa, lentamente, a transitar-se para o Cabeço do Pião!

A que se deve este fenómeno?

Ao interesse de uns e desinteresse de outros?!

O que é o Cabeço do Pião?

Enquanto o Couto Mineiro funcionou no seu todo, lembram-se qual era a designação daquela secção?... RIO, simplesmente... e muito poucos a ligavam a Silvares, muito menos ao Fundão!

Aliás, todos se lembram da qualidade da estrada que ligou, por muitos anos, a "Parada do Rio" a Silvares (...uma vez, fomos nós, de S. Jorge, que lá fomos plantar couves nos buracos!).

Todos recordam a miséria que foi, anos a fio, a "Curva do Rio". Nunca, ninguém, no concelho do Fundão, se interessou por aquele lugar recondito e encravado!

De repente tudo muda. O Rio é Cabeço do Pião, o interesse económico do couto mineiro, cada vez mais se transforma em interesse cultural. A Região Centro atribui significado à preservação do interesse histórico da memória e dos equipamentos existentes. Existem projectos, chegam fundos, surgem iniciativas e, ocorrem, progresso e expectativas novas para as populações
residentes!

Do outro lado do Zêzere, assistimos à degradação dos equipamentos e da memória da Panasqueira (salvem-se as fotos do Francisco no Blog da Delfina!). O verdadeiro berço do couto mineiro assiste ao nascimento de um novo protagonista que o relega para uma razão afastada da sua (nova) glória!

Como se ensacar minério, à luz do sol, se comparasse ao rebentar das frentes de fogo e aos "desmontes", que à força de braços, do sangue cuspido e de orfãos em barda, faziam "parir" das entranhas da nossa terra o "ouro negro" que alimentava os sacos que enchiam as camionetas no Rio.

Nada do que digo, visa minimizar o holofote que aponta para o Cabeço do Pião! Parabéns aos promotores e dinamizadores! Do fundo do coração...

Agora, não posso deixar de exprimir a minha mágoa pela falta de iniciativa das "nossas" forças vivas. Falo do Município da Covilhã e, como é óbvio, das Juntas de Freguesia de S. Jorge e Aldeia de S. Francisco. Falo também de todos nós e da falta de debate sobre este e outros temas, em todos as ocasiões em que nos reunimos ou através de todos os meios que nos unem.

Não estou disponível para defender ninguém, muito menos para atacar seja quem for! O que se pretende são ideias...

1. Quais são os programas disponíveis para este tipo de iniciativas? (Em Silvares e no Fundão sabem!...)

2. A Panasqueira tem equipamentos e memória que justifique a candidatura a um programa deste tipo?

3. Quem são as entidades competentes/responsáveis por tomar este tipo de iniciativas?


Um abraço franco!

Agora o artigo!!!!!.... finalmente!

Diário XXI Beira Interior

Espectáculo multimédia leva Cabeço do Pião a Castelo Branco
Quarta-Feira, 28 de Fevereiro de 2007


Produção da ESART para ver no Cine-Teatro Avenida

A música de câmara e as potencialidades do multimédia vão unir-se num
espectáculo que pede interacção ao público a localidade do Cabeço do Pião, zona mineira no concelho do Fundão, é o ponto de partida de um espectáculo multimédia, que é hoje apresentado no Cine-Teatro Avenida, em Castelo Branco. Na concepção da produção, que nasceu no seio da Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politécnico albicastrense, conjugam-se o grupo de música de câmara da instituição, bem como uma mostra de curtas-metragens.

“O objectivo desta iniciativa será fazer uma primeira abordagem ao espaço e à comunidade local do Cabeço do Pião, apresentando um projecto que foca a área da produção de eventos multimédia”, refere a organização, sobre o espectáculo que começa às 21h30.

Num outro nível, os temas recolhidos junto de uma aldeia que viveu da extracção do volfrâmio das Minas da Panasqueira, vão servir para a síntese das formas contemporâneas de produção artística, como é o caso da interactividade: “Por um lado a música como área de performance, por outro a multimédia e o audiovisual como áreas de partilha, distribuição e difusão de conteúdos”. O espectáculo, que se insere na edição deste ano do Fórum da Escola Superior, será também uma oportunidade para a escola promover as suas actividades, “projectando as mais valências da ESART”. Estão, por isso, envolvidas no projecto as disciplinas de Ateliê de Produção Multimédia e Audiovisual e Música de Câmara, onde decorreram aulas conjuntas.


Antiga zona de lavagem do minério o Cabeço do Pião localiza-se no concelho do Fundão e era o local onde, antigamente, se lavava o minério extraído nas Minas de Volfrâmio da Panasqueira. Actualmente, vivem no local cerca de 12 famílias de antigos mineiros. Nas imediações – a cerca de 15 quilómetros – o minério continua a ser extraído, pela Beralt Tin and Wolfram, a empresa concessionária. As Minas da Panasqueira são uma das maiores áreas de extracção de volfrâmio da Europa e tiveram o seu apogeu durante a II Guerra Mundial


Inês Pereira da Silva escreveu em 18 de Maio de 2003

Lugares
Projecto "Rio" - Reconversão do património mineiro da Panasqueira

Uma "mina" de ideias para o desenvolvimento

Longe vão os tempos em que as Minas eram a garantia de sobrevivência para as gentes da Panasqueira. A crise instalou-se e os resistentes limitam-se a esperar uma oportunidade. Conhecedora desta realidade, a Pinus Verde avançou com um Projecto de Requalificação do "Rio", como tentativa de inverter esta tendência negativa.

Em plena serra, quem segue a estrada que liga Silvares à Barroca e que acompanha o serpentear do Zêzere lá em baixo, num primeiro olhar não pode deixar de ficar surpreendido. Aqui e ali, por entre as manchas de pinheiro bravo, verdadeiras montanhas artificiais de areia e cascalho amarelo ocre irrompem do verde dos montes. Toneladas de areia, acumulam-se imponentes, criando pequenos cenários de uma paisagem quase lunar, tão bela quanto
estranha.

Cedo se percebe que o objecto do nosso espanto não é mais do que o primeiro sinal da presença próxima das Minas da Panasqueira. "As manchas de lua" são o resultado da ânsia com que antigos mineiros esventraram a serra em busca do precioso volfrâmio. As montanhas artificiais têm o seu correspondente em "negativo" nos milhares de quilómetros de galerias escavadas debaixo da terra.

Durante anos, as Minas da Panasqueira foram o sustento das populações da região. Diz quem sabe, que os mineiros viviam mal. Ganhavam pouco e trabalhavam muito. Mas as boas instalações do Clube Desportivo e Recreativo das Minas da Panasqueira, a tradição do hóquei em patins, os campos de ténis, o Hospital particular, o supermercado com preços mais baixos, os canteiros floridos na beira da estrada principal são recordados com saudade. Marcas dos tempos em que o rebuliço diário era sinal de prosperidade.

Crise profunda

Nesses tempos, estes pequenos prazeres permitiam uma existência "senão boa, pelo menos razoável". Só que a instabilidade do mercado de volfrâmio deitou tudo a perder. Hoje, as Minas da Panasqueira são a única mina de volfrâmio da Europa, num mercado dominado por russos e chineses, capazes de, a qualquer momento, colocarem no mercado produtos a preço de saldo.

A crise instalou-se. As pessoas foram obrigadas a partir, em busca de sustento, de melhores condições de vida, ou simplesmente para não serem esquecidas.

Para os que ficaram, o cenário é de desolação. Instalações abandonadas, estradas com "crateras", estruturas metálicas ferrugentas, ruínas e escombros... Gente esquecida, que se limita a esperar, porque mais não pode fazer.

Paulo Fernandes conhece bem estas histórias. Primeiro, quando dedicou a sua tese de licenciatura em Relações Internacionais ao papel da Panasqueira nas relações entre Portugal, Inglaterra e Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial. Mais tarde, já como director-executivo da Pinus Verde, quando se apercebeu do enorme potencial de desenvolvimento que as Minas encerram.

O Plano Global de Acção do Projecto "Rio", da Pinus Verde, tem cinco eixos fundamentais - Criação do Centro MinAventura, Couto Jovem, Centro de Documentação das Minas/Parque Arqueológico das Minas, Centro de Investigação na Área Florestal e Ambiental, e Lavaria de cara lavada.

Um projecto desta grandeza necessita da participação integrada de muitos parceiros, entre associações como a ADERES, a Junta de Freguesia de Silvares, ou a Câmara Municipal do Fundão, ao mesmo tempo que exige uma elevada articulação de programas de apoio. Aldeias Digitais, Contratos de Aldeia, Procentro, INTERREG e Acção Integrada do Pinhal Interior (CCRC), AGROS, AGRIS, RURIS, POEFDS, POE, LEADER + ou POA, entram nas contas dos promotores da iniciativa como eventuais fontes de iniciativa.

"Um projecto de uma vida."

A aldeia do Rio esconde-se por detrás de um monte, longe da vista de quem atravessa a estrada. Os caminhos são maus e traiçoeiros, mas uma vez ultrapassados permitem encontrar a pequena aldeia que se debruça sobre o rio. O Rio ou Cabeço do Pião, como também era conhecido, fazia parte de uma das três secções construídas de raiz para a exploração de minério e para a habitação dos mineiros. Salpicadas pelo monte encontramos a estrutura da Lavaria, o armazém de tratamento de minério, o Bairro Chinês, a Messe, os armazéns, a escola, algumas casas, um campo de hóquei em patins e outro de ténis, que deixam adivinhar a grandiosidade que o empreendimento teve noutros tempos.

Uma pequena aldeia com as suas idiossincrasias, que de acordo com Paulo Fernandes faz do Projecto "Rio" o "projecto de uma vida". O director executivo da Pinus Verde conhece o projecto como ninguém. Monte acima, monte abaixo, numa visita guiada às velhas instalações, lá vai mostrando com entusiasmo o velho armazém que dará lugar ao Centro MinAventura, cujo objectivo é ser um dos centros de actividades de ar livre de referência no espaço nacional. A descrição é tão viva que quase conseguimos ver as canoas reluzentes encostadas à parede, e mais ao lado as pranchas de sunboard e snowboard.

No outro armazém ficará a "Cantina do Mineiro", um pequeno restaurante que pode funcionar como mais um estímulo para a reabilitação turística da região. Mais acima fica o Bairro Chinês. Memória das condições miseráveis em que alguns mineiros viviam. O nome vem da reduzida dimensão das habitações. As 36 residências existentes vão dar lugar a cerca de uma dezena de T1, enquadrados numa perspectiva de Turismo de Aldeia.

Na antiga messe, onde antes ficavam os quadros superiores que se deslocavam de fora para trabalhar nas Minas, ficará a funcionar o Albergue para a Juventude, que disponibilizará 25 a 30 camas. A poucos metros de distância a escola, onde vão ficar o Centro de Documentação e Investigação, a Escola Digital e a sala de formação. Pretende-se criar um centro que aglutine e organize todo o legado histórico sobre o funcionamento das minas.

Os projectos não ficam por aqui. Entre uma e outra visita, Paulo Fernandes vai discorrendo sobre as actividades desenvolvidas em paralelo, como a marcação das rotas do Volfrâmio ou o Parque Arqueológico da Lavaria. Para já, o Couto do "Rio" continua como marco da memória orgulhosa de várias gerações de mineiros, mas com um futuro pouco radioso, que a Pinus Verde quer mudar. Para os que ficaram a hora é de espera. Esperar que a vida melhore, esperar por uma oportunidade, esperar no café quase deserto até que alguém anime a velha mesa de matraquilhos agora encostada a um canto.

Vítor Baptista escreveu em 18 de Maio de 2003

----- Original Message -----
From: "VitorCarmoBaptista"
To:
Sent: Sunday, May 18, 2003 6:03 PM
Subject: [cebola_s_jorge] Património da Panasqueira tem importância mundial


A 1ª página do JORNAL DO FUNDÃO desta semana tem como tema o assunto em epígrafe. Por dificuldades de acesso para aqueles que não são assinantes do JF, transcrevo, na íntegra, a totalidade da matéria do artigo com indicação de autor. Para os que são assinantes do JF, podem consultar directamente o artigo no endereço:
http://jornaldofundao.sapo.pt/index.asp.


Porque é que considero esta notícia importante?

Se lerem atentamente o artigo abaixo, repararão que a iniciativa deste debate, curiosamente, nasce no concelho do Fundão. Ora que eu saiba, no concelho do Fundão, de Couto Mineiro, só existe a secção de lavagem e armazenamento de volfrâmio, a Secção do Rio, na freguesia de Silvares.

No entanto, a noticia só tem impacto, porque fala da PANASQUEIRA, situada no concelho da Covilhã e na freguesia de S. Jorge da Beira. Não tenho intenção, com este alerta, de abrir uma frente de hostilidades contra nada, nem contra ninguém. Apenas pretendo alertar para este facto, porque considero a iniciativa importante e digna de todo o nosso apoio. Apenas pretendo alertar para a necessidade de nos certificarmos se as entidades competentes, têm conhecimento desta iniciativa e se nela participaram? Refiro-me à Câmara Municipal da Covilhã, à nossa Junta de Freguesia e outras Associações da terra?

Temos que apanhar este comboio, sem preconceitos, e sem falsas lutas contra tudo e contra todos. Temos que estar lá! E quem nos deve representar são os nossos eleitos, foi por isso que os escolhemos. Temos que saber que projecto é este, o que envolve, quem envolve e, sobretudo, qual o papel reservado ao primeiro núcleo mineiro da PANASQUEIRA, na freguesia de S. Jorge da Beira? Quanto ao núcleo da Barroca, na Aldeia de S. Francisco de Assis, levanta-se a mesma questão. Não devemos esquecer-nos que juntos temos mais força!

O que me preocupa ainda mais, é o facto de, nas últimas visitas que fiz a S. Jorge, ter constatado que transformámos a Panasqueira no depósito de lixo da freguesia! Com aquele espectáculo horrível de fumo e lixo, ao dobrar da curva para o "Barroco Fundo", de onde se avistam as primeiras casas dos "Trogais". Faço votos para que esta vergonha tenha terminado e para que tenham já procedido à recolha do lixo e limpeza daquele local. Este é um problema da Junta de Freguesia e, sobretudo, da Câmara Municipal da Covilhã.

Bom, espero que esta nota desperte as «nossas» consciências para a necessidade de iniciativas na nossa freguesia. Com a chegada das férias do verão devem dar-se passos significativos nesta direcção. Devem movimentar-se as Associações no sentido de, todos, se reunirem para o debate deste tema e para a apresentação de ideias e propostas concretas às nossas entidades, que têm o dever de nos acompanhar e ouvir.

O tempo que passa não está a nosso favor!
Cumprimentos,
Vitor do Carmo Baptista


Património da Panasqueira tem importância mundial

Os especialistas dizem que o "Projecto Rio" tem todas as condições para revalorizar um património que é emblemático no contexto nacional e internacional OS ELOGIOS ao projecto de preservação e valorização do couto mineiro e ao potencial do seu património marcaram a sessão de abertura das jornadas internacionais sobre património mineiro, que estão a decorrer, desde quarta-feira no concelho do Fundão, com a presença de prestigiados especialistas na matéria.

Todas as intervenções foram favoráveis à afirmação de um projecto, que é único no país e beneficia das condições necessárias à sua viabilização, mas que terá necessariamente que contar com uma cooperação alargada para salvar um património ligado às únicas minas de volfrâmio que ainda estão a laborar na Europa. O desafio tem a marca da Pinus Verde e conta com parceiros como a Beralt Tin & Wolfram, SA, e Câmara Municipal do Fundão.

Hugues de Varine, comissário das jornadas, falou da filosofia geral do projecto e da necessidade de mobilizar sinergias e competências, aproveitando a dimensão técnica, científica, cultural, social, económica e ambiental do território em torno de um projecto que se desenvolverá por várias etapas e acções.

Da história das Minas da Panasqueira e da relevância que chegaram a ter no panorama geológico-mineiro nacional e mundial, falou Ramachondra Naik, administrador da Beralt, que valorizou a relação de proximidade que as Minas continuam a ter com as populações da região, defendendo que "todo o esforço para dar continuidade à laboração da mina representará um contributo não só para preservar, mas também para engrandecer o nosso património mineiro".

José Manuel Brandão, do Museu do Instituto Geológico Mineiro chamou a atenção para a importância de preservar a nossa memória colectiva através da concretização de iniciativas como o projecto-rio, sublinhando o papel relevante que as minas tiveram na história contemporânea e defendendo a "preservação de um lugar emblemático no contexto nacional e internacional".

Para aquele responsável do Museu do Instituto Geológico Mineiro, "tudo o que aqui se fizer para a revalorização do património mineiro e geológico é extremamente importante". José Manuel Brandão afirmou que do ponto de vista dos minerais e das formas, "a Panasqueira tem exemplares absolutamente excepcionais, cobiçados por coleccionadores de todo o mundo", mas lamentou a falta de atenção que o nosso país dedica a áreas fundamentais da nossa memória colectiva, afirmando que "em Portugal ainda está por fazer o levantamento exaustivo do património mineiro" e denunciando o facto de "arquivos contando histórias de minas terem ido parar a fogueiras".»

Por: Lúcia Reis


in JORNAL DO FUNDÃO, Edição: 16-05-2003.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

As palavras, onde queremos que nos levem?


Exprimindo os seus pensamentos em palavras de que eles não são senhores, alojando-os em formas verbais cujas dimensões históricas lhes escapam, os homens que crêem que as suas falas lhes obedecem não sabem que se submetem às suas exigências.




Michel Faucault, As Palavras e as Coisas


Momentos há em que a discussão se torna num “chorillo” de disparates que se levantam à volta de um tema, que de central se passa, num ápice, a sub-secundário.

Desta vez soa-me a uma coisa parecida com isto: “- O meu pai é melhor que o teu!”. Soa a disputa infantil, há quem afirme que temos duas infâncias!

E, usamos palavras nestas disputas!

Tornando a condição do nascimento (não o nascimento) num estigma ou numa glória. Como se o filho do carrasco, tivesse que ser carrasco, porque seu pai o foi! Como se o filho do “herói” tivesse que ser o mesmo herói que seu pai foi! Como se o desconhecido (só) fosse o abismo!

Uma das principais características da linguagem está na sua perecibilidade. A inutilidade da sua apropriação reside exactamente no curto prazo de validade de todo o enunciado ou declaração. A razão da sua vitalidade, curiosamente, reside também na sua inutilidade. Alguns tempos atrás, assistia a uma peça de teatro de Witold Gombrowicz e ouvi da boca de uma das personagens a seguinte afirmação: “A palavra transforma-se numa declaração e como uma pedra afoga-se no silêncio”, quer isto dizer que é preciso descobri-la de novo e de novo declará-la, continuamente. Uma palavra suscita uma outra. Uma situação uma outra. A necessidade constante de dizer e organizar a realidade numa estrutura sensata acompanha a criação e o drama da sua volatilidade. (Esta citação guardei-a, como um tesouro, no meu bloco de notas, que me acompanha sempre e utilizo-a com alguma frequência!)

A frase que acabo de citar, afogada no meu silêncio, incomodou-me e, aprofundei algo mais acerca de Witold Gombrowicz, procurei durante um dos intervalos material disponível sobre o dramaturgo e da sua última entrevista destaco a seguinte comentário: “Hoje, as coisas são falsamente complicadas, há um intelectualismo, para mim, de má qualidade, que procura as coisas, os paradoxos, as novidades, tudo o que quiserem, e que esquece as coisas essenciais.” (in Gombrowicz, Caderno dirigido por Constantin Jelenski e Dominique de Roux, Editions de L´Herne, 1971)

Perguntei-me, por várias vezes, porque razão liguei este enunciado ao tema que aqui desenvolvemos – sobre José Júnior? Na verdade, constantemente vinha à minha memória. Não sei! Talvez porque entenda neste enunciado uma espécie de prenúncio sobre o que significa a linguagem para a maioria dos sujeitos: uma redução da linguagem à simples relação entre o homem e as coisas, considerada sob um aspecto puramente individual, como se cada um comungasse no seu coração apenas com a sua linguagem, completamente isolado dos seus semelhantes.

É estranha a sensação que sinto, por ter iniciado esta reflexão, prestes, que estou, de a concluir. Para que melhor possam entender o que me amargura, valho-me, mais uma vez, das palavras de Witold Gombrowicz, “E não tendes sequer a consolação de pensar que aquilo que escreveis ou fabricais tem valor aos vossos olhos: tudo isto repito-o, não passa de imitação, empréstimo, e reflecte apenas a ilusão de que possui um peso, um valor.” O vaticínio para uma atitude persistente de apropriação da linguagem e da verdade é demasiado dramático e, simultaneamente, real: “Encontrais-vos numa situação falsa que só pode dar frutos amargos. Em breve a hostilidade, o desprezo, a maldade vão desenvolver-se(…), cada um despreza o outro e se despreza, tornais-vos numa sociedade de auto desprezo e acabareis vós mesmos por vos desprezardes mortalmente.” (in Ferdydurke, Witold Gombrowicz, Éditions Gallimard - Folio, 2001).”

E, isto está a acontecer-nos!

Vítor Baptista

domingo, 8 de junho de 2008

Picasso - Guernica em 3D! Simplemente fabuloso...


Toda a gente conhece a Guernica, um painel pintado a óleo com 782 x 351 cm, que Pablo Picasso apresentou em 1937 na Exposição Internacional de Paris.

A tela, a preto e branco, representa o bombardeamento sofrido pela cidade espanhola de Guernica em 26 de Abril de 1937 por aviões alemães e actualmente está exposta no Centro Nacional de Arte Rainha Sofia, em Madrid.

O pintor, que morava em Paris na altura, soube do massacre pelos jornais e pintou as pessoas, animais e edifícios destruídos pela força aérea nazi tal como os viu na sua imaginação.

Agora uma artista nova-iorquina, Lena Gieseke, que domina as mais modernas técnicas de infografia digital, decidiu propor uma versão 3D da célebre obra e colocá-la na net sob a forma de um vídeo (ver relacionados no final do texto).

O resultado é fascinante e permite-nos visualizar detalhes que de outro modo nos passariam despercebidos.

Esta técnica inovadora revela-se um instrumento poderoso para compreender melhor a forma de trabalhar do pintor e até o modo como funcionava a sua imaginação.

Clique neste endereço:

http://www.lena-gieseke.com/guernica/movie.html

Desfrutem desta jóia!!!!

Nota: Uma gentileza do meu amigo Mário Vieira, de Vila Nova de Cerveira, que fez o favor de partilhar comigo este momento de "media".

sábado, 7 de junho de 2008

Viva PORTUGAL! Não há Constantino que nos (des)una!


Hoje, nos mais reconditos lugares, onde houver um português há uma emoção, uma bandeira, um coração a palpitar.

Ganhar, perder, é uma consequência do jogo!

Mas já não é uma consequência, o sentimento repartido (não falo pelo Constantino) que une (quase) todos os Portugueses.

É o primeiro embate, a primeira prova! Mas já ganhamos no sentimento que a todos nos une nas quatro partidas do mundo.

Viva PORTUGAL!
Força rapazes... O resultado não conta, primeiro vem a entrega!

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Uma Foto (de Domingo) do José Júnior!




De gorra enfiada pela cabeça,
Com farripas de cabelo, desalinhadas,
Sobressaindo,
De tanto salvar e de a tirar e de a por,
Bons dias... Bons dias...
Afável com toda a gente,
Pobre,
Rica,
Boa,
(...)
Rosto marcado por rugas largas e veias vermelhas,
Visíveis, ainda, as consequência vivas de um escanhoado de lâmina romba,
Olhos de pestana rala e contorno de um vermelho inchado,

Mãos tremulas, ainda com a falta da primeira gota,
No Espanhol ou na Amoreira...

Casaco e calças de padrão desencontrados,
Camisa branca, roçada e de gola encardida,
Rematada com gravata (sempre) preta.
Os sapatos pretos,
Só para os domingos!
Dois números acima,
Desatacados...
As calças pelos "caniços",
Com as meias já largas,
Descaídas,
Mostrando o branco, mais branco,
Da canela.

Tudo,
Dava-lhe um ar,
(recordo eu),
Castiço, único,
Subindo a ladeira em direcção aos paralelos,
Até à porta da Igreja.

Ali, segurando a gorra entre as duas mãos,
Assistia aos "acompanhamentos" de todos os que foram gente...
Talvez pensando...
"Quem assistirá aos meus?
Quando a morte me der paz!"

terça-feira, 3 de junho de 2008

José Júnior, um erro de "Casting"? O que muitos de nós já disseram acerca deste caso!

Como já vos tinha dito, retomei este tema, através de uma discussão, na “Barbearia do Abílio”, que mantive com os amigos presentes, alguns deles forças vivas da nossa aldeia.

É um levantamento exaustivo de textos, comentários, posições e intenções. Hoje, tudo continua na mesma! Se tiverem paciência para relerem o que, na altura escreveram, verão isso mesmo! Até o site, da CMC, que deu origem a isto tudo, continua com o mesmo texto! A mim não me incomoda, porque relata um facto verdadeiro... mas já outros não dirão (diziam) o mesmo.

Está claro, que neste ponto, vou socorrer-me de todos os emails, públicos, acerca deste assunto. Estas citações constam dos conteúdos dos emails que circularam e que todos os que têm acesso à “velhinha” Mailinglist podem verificar.

Todos têm o direito de (re)situar as suas opiniões , refutando qualquer sentido que se lhe possa atribuir fora do seu contexto original ou intenção, embora se tratem de citações. Sejamos claros!

Nota muito importante: Para que possamos ler este tópico com alguma ordem, optei por colocar as citações, autores e datas, do mais próximo para o mais distante, falando do tempo, é claro:

1. Sérgio Brás escreveu em 14 de Outubro de 2005

“Com algumas informações que me têm chegado tem-me assaltado a história que o José Saramago escreveu num dos seus livros a propósito da nossa aldeia. Talvez ele tenha visto coisas que nunca nenhum de nós quis ver.”

2. António Reis escreveu em 10 de Fevereiro de 2005

Numa missiva que enviou à CMC e onde introduziu a corajosa História de António Castanheira:
“Um texto que nos demonstra bem a importância da Panasqueira para a freguesia de São Jorge da Beira, e que, nomeadamente na última frase nos faz lembrar das usuais cenas das cidades "western" da América. Dos "sallons", dos cowboys, das minas. Uma freguesia onde viveu José Júnior, indivíduo de origem humilde, tal como relembrava Saramago, que ficou para a história como um homem bom, infeliz que sofreu porventura as incompreensões de uma certa sociedade portuguesa na época pouco evoluída.”

3. Matrix escreveu em 17 de Julho de 2003

“Ola a todos, isto esta a ficar interessante ! Já agora um grande obrigado ao A. Reis por ter enviado o dito texto do José Saramago, porque é muito interessante criticar mas sem ver o texto é difícil dar a sua própria opinião ! Quanto a min não encontrei nada de extraordinário, ele fala de uma época que eu não conheci, mas com os meus 22 anos passados em S. Jorge, tenho a certeza que não deve estar muito longe da realidade ! O meu pai também foi mineiro e como muitos também bebia uns copos a mais, e lembro-me muito bem que quando as 20 horas ainda não estava em casa, eu ia busca-lo algumas vezes ao café, e enquanto alguns bebiam a sua custa, outros mandam piadas e riam as gargalhadas ! Eu espero que a mentalidade tenha evoluído durante estes anos... O que o José Saramago relata a propósito do José Junior é uma historia que pelos vistos lhe ficou atravessada na garganta. Se o J. Saramago encontrou mesmo o J. Junior , ou se foi outra pessoa que lhe contou e ele fez o resto, isso eu não sei !”
A. Matias

4. Vítor Carmo Baptista escreveu em 16 de Julho de 2003

“Já vi que se o meu amigo fosse o "dono" da página da CMC, já a tinha "deitado abaixo". Faz muito bem em avançar com o abaixo-assinado! Mas a minha posição é a de que uma verdade ou um facto, não deixam de o ser por causa de mais ou menos uma assinatura. As histórias de boa memória, que por certo são a maioria, não invalidam as outras!... Força, são estas iniciativas que vão contribuir para o desenvolvimento da nossa terra e serão decisivas para que "aprendamos" com a nossa memória. Todos temos recordações boas e más, um povo também! Quando temos um membro ou um órgão do nosso corpo doente, cortamo-lo? Ou tratamo-lo? Para usar a terapia correcta é fundamental saber identificar o mal!”

5. Sérgio Brás escreveu em 16 de Julho de 2003

“Concordo plenamente, com histórias destas nao necessitamos de premios Nobel a escrever sobre a nossa terra. nao sei se ja alguem falou nisto mas podiamos começar uma espécie de baixo assinado electronico e enviar a quem de direito, para a CMC nao digo para colocarem uma hirtoria destas mas pelo menos que a tirem o que lá está pois faz transparecer uma imagem errada das nossas gentes. alguem que tenha geito para a escrita que redija o texto para o tal baixo assinado que eu serei o segundo a assinar.”

6. Vítor C Baptista escreveu em 15 de Julho de 2003

“Momento nobre este! Deixo o poeta falar: (...) «"E agora, José?" Grande, porém é o poder da poesia para que aconteça, como juro que acontece, que esta pergunta simples aja como um tónico, um golpe de espora, e não seja, como poderia ser tentação, o começo da interminável ladainha que é a piedade por nós próprios.» (...) «A vida vai voltar ao princípio. Será possível que a vida volte ao princípio? Será possível que os homens matem José Júnior? Será possível?»”

7. António Reis escreveu em 14 de Julho de 2003

“Caros Amigos. Peço desculpa só agora voltar a dar notícias. Tal como prometi aqui envio o texto que foi publicado em 1972 no Jornal do Fundão, da autoria de José Saramago e que recolhi da revista Especial Jornal do Fundão, com o título "Milhões de palavras - 55 anos", publicada em Janeiro de 2001. Nesta revista consta também o "Romance de António Castanheira", escrito por António Paulouro, em 1965, e que prometo divulgar brevemente. Este romance já tinha sido referenciado pelo Jorge Gregório. Não gosto que alguém na Câmara tenha colocado a história de José Junior na página da Câmara, só porque foi escrita por José Saramago. É necessário conhecer um povo profundamente para se escrever sobre ele. A vida em São Jorge sempre foi de dificuldades.”

8. António Reis escreveu em 14 de Julho de 2003


“Lamento.
Mas não tenho nenhum orgulho que José Saramago tenha estado em São Jorge, principalmente para descrever e dar a imagem que em São Jorge, naquele tempo, eram todos uns arruaceiros.”

9. Vítor C Baptista escreveu em 2 de Julho de 2003

“Ok Maria
Diz ao teu pai para te contar a história que ele conhece, a morte por atropelamento do filho do Júnior, provavelmente devia ter +/- a idade dele. Da esposa, não me lembro bem do que aconteceu, pede ao teu pai para dar mais pormenores. O filho, era de facto, o motivo da sua maior amargura e lembro-me de o ouvir falar muitas vezes dele, sempre com os olhos rasos de lágrimas e com uma foto, que transportava sempre consigo, na mão. (Já não me lembrava destes aspectos se o teu pai não falasse deles.) Agora me recordo das descrições do filho, "o meu Zézito", salvo erro, que morreu atropelado à Ponte, em frente às garagens, ou pela carreira e por um dos camiões dos madeireiros (João, precisa lá estes pormenores!) Vamos em frente, parece que a história se vai compor! E vamos chegar a conclusões interessantes.”

Fausto
Se alguém puder contactar com algum dos Pires (penso não estar errado no nome de família), que são os seus sobrinhos, e se souber do paradeiro de alguns dos seus pertences, fotos ou qualquer objecto especial, podia ser uma ajuda. Lembro-me que a minha avó lhe reuniu os parcos haveres e os entregou a alguém da família, agora a quem não me lembro...

Agora para a Maria:
Gostei muito do teu contacto e peço-te para dares um grande abraço ao teu pai de quem sou primo e amigo.”

10. Maria Baptista “Sweety” escreveu em 2 de Julho de 2003

“O meu pai, o Joao Batista (verjao) gostou muito de ler o que voce escreveu mas diz que falta muita coisa des da morte da mulher a morte do filho,tudo isso levou- o a a vida que tinha. O meu pai esta pronto a ajudar no projecto.
maria Joao
sweety2”

11. Fausto Baptista em resposta a Vítor Baptista em 2 de Julho de 2003

Victor
Vou tentar os elementos que poder do conterraneo José Júnior, estamos muito em cima da festa e apesar de neste momento a minha disponibilidade não ser muita tentarei junto de alguns conterraneos mais idosos recolher tudo o que for possivel. Sobre José Saramago ainda bem que tiveste a iniciativa de dizer o que até agora ninguem tinha dito, "respeitar quem merece ser respeitado e agradecer a quem nos respeita" porque José Saramago ao ír a S.Jorge só pela visita em sua iniciativa própria é por si só uma HONRA para qulquer Sanjorgense que se prese de o ser. Cada povo tem as suas historias e nós temos as nossas e cada um na sua arte escolhe a matéria prima para trabalhar que mais lhe convém. Também no meu entender temos antepassados que fizeram e deixaram história ou obra e outros como o José Júnior ficaram para sempre na memória do povo passando de geração em geração e é nosso dever manter estas coisas vivas nos que vêm a seguir anós. "QUEM TEM VERGONHA DOS SEUS ANTEPASSADOS TEM VERGONHA DE SI PRÓPRIO".

----- Original Message -----
From: "VitorCarmoBaptista"
To:
Sent: Wednesday, July 02, 2003 12:39 AM
Subject: Re: [M L de Cebola] José Júnior

OK Fausto, mãos ao trabalho!
Podemos organizar uma monografia acerca do José Júnior mas para isso necessitamos de recolher o máximo de elementos. Podemos já lançar o desafio. Estamos na altura da festa, há muita gente, e todos os relatos que possamos recolher, dados biográficos, fotos, uma certidão de nascimento, etc. podem ser úteis. Podem enviar os relatos e outros dados para a ML, eu comprometo-me a organizar e disponibilizando com a ajuda do Paulo A Rodrigues (se ele estiver de acordo?) no Grupo Cebola.
Aceitam o desafio?
Não é fácil, até porque somos um povo cheio de preconceitos. Mas um povo que não sabe resolver o seu passado, não é um povo feliz, nem saudável.
B&R
Vitor
________________________________
Aproveito, no entanto, para fazer um comentário acerca do que se disse de José Saramago, personagem por quem não tinha simpatia especial, mas por quem nutri sempre um profundo respeito. Com esta discussão, fiquei-lhe com muito mais respeito e ganhou a minha admiração. Provavelmente irei lê-lo com outros olhos...
Vejamos, foi aqui dito, que o jornalista José Saramago se deslocou pelo país procurando histórias, factos, etc. e que esteve 15 minutos em S. Jorge. Já calcularam o prestígio destes 15 minutos. A atenção e a sensibilidade que representam? A atenção e sensibilidade que é necessário ter para se deslocar a uma das mais de 3000 freguesias portuguesas? Que ainda por cima não lhe permitia continuar a viagem! Tinha que voltar para trás!
Entre tantas coisas que lhe contaram, por todo o país, havia logo de se interessar pela história de um "Zé Ninguém" de S. Jorge da Beira. Não acham que isto não é uma coincidência, antes uma tremenda sensibilidade que só um grande homem pode ter?
Vejam o alcance das suas palavras! Atingem-nos no mais profundo das nossas consciências. Afectam-nos. Não é essa a missão do "discurso" de um jornalista, de um escritor, de um poeta, de um pintor...? Se não, de que hão-de eles falar? Das pombas brancas, das verdes serras e das águas cristalinas do ribeiro...?
Saramago não é um crente, mas Deus "escreve torto por linhas direitas", usou um ateu para imortalizar o "Júnior"! Já repararam que o "Júnior" é o sanjorgence com maior destaque que nós conhecemos, está imortalizado numa das obras de um dos Grandes Mestres da Literatura Mundial – O Prémio Nobel José Saramago.
(Uma das características dos grandes mestres é a de imortalizar "marginais"(*), Cervantes imortalizou D. Quixote, um louco!)
(*)Entenda-se apenas aquele que está na margem, que é discriminado.
Cumprimentos,
Vitor do Carmo Baptista

-----Mensagem original-----
De: fausto [mailto:f.baptista@...]
Enviada: domingo, 29 de Junho de 2003 21:56
Para: cebola_s_jorge@...
Assunto: Re: [M L de Cebola] José Junior

Victor, podes contar comigo para o movimento de solidariedade da memória do José Júnior e segundo informação da junta de freguesia de que vão fazer um levantamento a todas as ruas para colocarem novos numeros nas portas poderia se aproveitar para dar nomes a algumas que não têm e este nome poderia vir a ser um dos escolhidos.
Cumprimentos

12. Adelaide Ramos Vilela escreveu em 27 de Junho 2003
(...)
”Com respeito ao José Junior, já agora também aproveito para agradecer ao Victor as explicações que nos deu, até fiquei arrepiada... Não deve ser a mesma pessoa da qual tenho algumas lembranças. Eu saí de S. Jorge com 11 anos de idade. Gostaria de saber quantos anos teria ele agora.
Fiquem bem
Adelaide”

13. Paulo A Rodrigues escreveu em 27 de Junho de 2003


“Viva!
Caro Vitor...
gostei sim senhor deste teu mail. Faz-me recordar que ainda há pessoas que acreditam em certos valores e não têm medo ou vergonha de os mostar. Felizmente temos alguém da lista que conheceu o ou os Zé(s) Júnior(s) em pessoa. Muito obrigado por este esclarecimento que certamente nos deixou a todos mais elucidados.
E não querendo por esses valores em causa, longe de mim tal ideia, continuo a achar que numa página que poderemos considerar "oficial" de uma localidade, se dê tanto destaque a esse assunto. Pois hoje em dia a situação alterou-se completamente, portanto não mostra, nem se identifica com as pessoas de hoje em dia de Cebola. Eu vejo o José Júnior como alguém da história da aldeia, com o qual ou pelo qual aprendemos algo de importante. E sublinho que de facto ele foi um pessoa e não foi tratada como tal. Temos que aprender com isso.
P A R

14. Jorge Manuel Pereira Gregório escreveu em 27 de Junho


“Olá Malta
Quero agradecer ao Victor os esclarecimentos sobre os factos ocorridos. Afinal sempre há na nossa ML alguém que conhece a história toda. Bastou só começar a desfiar o novelo.
Um abraço
Jorge Gregório”

15. Matrix escreveu em 27 de Junho de 2003


“Pode contar comigo !”

16. Vítor Carmo Baptista escreveu em 27 de Junho de 2003


Já postado neste blogue, neste link:
http://tornadouro.blogspot.com/2008/05/jos-jnior-um-erro-de-casting-cont.html

17. Adelaide Ramos Vilela escreveu em 26 de Junho


“Em relação há história do José Junior, eu lembro-me dele. Era um individo que andava por caminhos sinuosos em S. Jorge porque o estado normal dele era embriagado. Os meninos da aldeia atiravam-lhe pedras e faziam troça dele. Ele também provocava os garotos eu sou testemunha disso. Mas era tudo uma brincadeira nunca se constou que tivesse havido desgraça alguma com o Zé Júnior ou os nossos meninos. Ele até era um rapaz muito querido com toda a gente, excluindo os bêbedos, como ele, que o encharcavam de vinho. Eu tenho esse livro do Saramago em casa e, até hoje, não compreendo porque razão o nosso povo honesto e trabalhador teve que ser penalizado porque que um dia um Jozé Júnior fora a troça dos meninos da aldeia e uma marioneta nas mãos dos bêbedos como ele.
Quanto ao escritor Saramago pôr a inteligência dele ao serviço de uma história destas revela-nos que, para além de ter cometido o erro ao escutar gente errada, tem falta de conhecimento em relação àquelas gentes e à maneira como viviam isoladas naqueles tempos. Depois, histórias destas repetem-se ainda hoje por todo o país, borrachões é o que não falta por lá. Quanto à Câmara da Covilhã também revela falta de gosto nos textos que escolhe para exposição no siteweb. Podeis ter a certeza que um dia o Saramago vai ter que responder aos Sanjorgenses e explicar-se. Paz à alma de José Junior que, se for verdade, já a tirámos do lugar.”

18. Jorge Branco escreveu em 26 de Junho de 2003

“Eeu ja tive a oportunidade de ler esse livro
cumps.
Jorge Branco”

19. “Maria do Vale” escreveu em 25 de Junho

“Também fui espreitar o sítio da Câmara e também não gostei do que li e não gostei pela falta de rigor na informação.
Se puderem leiam o livro e logo verão a diferença.
A notícia do José Júnior nos jornais deveria ter aparecido já depois de 1960 (ano da mudança de nome da nossa terra), porque, no artigo que o Saramago escreveu acerca da notícia e publicada no Jornal do Fundão, diz: ..."Escrevo estas palavras a muitos quilómetros de distância, não sei quem é José Júnior, e teria dificuldade em encontrar no mapa São Jorge da Beira. Mas estes nomes apenas designam casos particulares de um fenómeno geral: o desprezo pelo próximo, quando não o ódio, tão constantes ali como aqui mesmo, em toda a parte, loucura epidémica que prefere as vítimas fáceis."... e numa época de dificuldades económicas quer nacional, quer regional.
Poderemos situar o caso nos anos de 61, 62, 63 ?
Por estes anos houve uma crise muito grande nas Minas da Panasqueira e muita gente a passar dificuldades, do meu imagário infantil fasem parte algumas imagens que não mais esquecerei a lista dos nomes dos despedidos publicados no Mineiro ( Jornal de Papel - Padre Leal), as camionetas de caixa aberta com as mobílias e garotos lá enfiados, era ver qual o que chorava mais.
Pela primeira vez (e única) ter visto os olhos húmidos do meu pai a olhar para mim.( Um Homem não chora e um mineiro muito menos-era esta a educação da altura). Foi uma época de facto muito difícil e não me espanta o que aconteceu.”
(...)
Delfina”

20. Jorge Manuel Pereira Gregório escreveu em 25 Junho de 2003

“Amigo Tó
Ainda bem que foste tu quem lançou o tema a debate, contigo sempre me entendi às mil maravilhas, além do mais, esta história merece ser bem esclarecida, e todos os contributos são poucos para tirarmos isto a limpo.
Não duvido que tenhas lido isso, nem de que essa seja a versão oficial, mas eu acho muito difícil que o Saramago tenha conhecido o José Júnior, mesmo no tempo em que ele era Jornalista, se isso tivesse acontecido teria dado azo a manchete de primeira página, apesar de os tempos serem outros, mas se falares com o Isidro, logo verás se ele não te confirma a história que eu te contei. Quando muito podia ter conhecimento da história antes de falar com o Isidro, coisa que ocorreu em princípios ou meados da década de 80, isso é que já não sei precisar. A história do José Júnior, infelizmente para a nossa memória, foi verdadeira, como muitas outras na nossa terra, acontece que um dia o José Júnior bebeu mais do que a conta (o que também parece que era usual) e pelo caminho encontrou uma malta de miúdos (três ou quatro) que o maltrataram tendo inclusive partido um braço e depois disso fugiram tendo-o deixado caído junto a uma valeta do caminho. A história tal como a ouvi foi esta e possivelmente ocorreu em meados ou nos finais dos anos 60, nessa altura quando se ia para o hospital ia-se para a Barroca Grande ou para a Covilhã, mas não para o hospital do Fundão, já que era Misericórdia era preciso pagar. Se calhar até conheces melhor a história do que eu, mas se não a conheces podes investigar até melhor que eu.
A propósito do Jornal do Fundão, cujo Director e fundador era o Dr. Paulouro. Este homem era um grande admirador de Cebola e das suas gentes, há um texto fantástico sobre a coragem dos homens de Cebola, passada na Mina. Conta ele que houve um dia em que houve um acidente numa chaminé onde morreu um mineiro e outro ficou ferido e só os homens de Cebola os foram lá tirar pois mais ninguém tinha coragem para isso. Subir uma chaminé e descê-la com um colega morto com risco da própria vida não é para qualquer um. Seria interessante encontrar esse texto e colocá-lo no mineirinho ou na nossa página de S. Jorge. Bem por hoje fico por aqui que este texto já vai demasiado longo. Um abraço especial ao amigo Tó Reis.
Cumprimentos
Jorge”

21. António Reis escreveu em 25 de Junho de 2003

“Vitor.
José Junior existiu mesmo.
Um abraço.”

22. Vítor Carmo Baptista escreveu em 24 de Julho de 2003

“Afinal quem é o José Júnior? Estamos a falar de um ser que existiu?
Cumprimentos,
Vitor do Carmo Baptista”

23. Jorge Manuel Pereira Gregório escreveu 24 de Junho

Transcrição do conteúdo do site da CMC, sofre a Freguesia de S. Jorge da Beira que , actualmente se mantém na integra, como poderão verificar:
http://www.cm-covilha.pt/

24. Adelaide Ramos Vilela escreveu em 23 de Junho de 2003

“Olá amigos!
Gostaria de participar-vos que falei no texto do Saramago numa das Rádios Nacionais em Portugal. Mas, não perde pela demora. Desta vez o desafio vai mais longe. O Sr. Saramago vai ter que se haver comigo pois quem ofende o meu povo ofende-me a mim também. Fiquem com atenção à minha próxima ida à televisão. Pretendo enviar-lhe uma mensagem para que esse Senhor se explique em relação à história que escreveu.
Um abraço
Adelaide Vilela”

25. Paulo A Rodrigues escreveu em 23 de Junho de 2003

“Ora viva!
(Obrigado Gregório por teres enviadoo texto , assim fiquei a saber qual é)
Apesar de já conhecer o texto do Seramago eu continuo sem conseguir entrar no site da camara! Mas que se lixe. Sites que escrevem o que lá está, também não merecem que me esforce para os visitar. Além de concordar com o Zé Parente, que um tipo está 15 minutos num sitio e escreve sobre esse sítio, ou é lírico (como me parece que é o caso) ou é jornalista sensasionalista, também quero dizer que PIOR de tudo é num site OFICIAL fazerem referência a uma passagem de meia página de um livro (com o destaque que tem), quando há pelo menos uma obra completa sobre a região! Será porque esse senhor recebeu um Premio Nobel e então fica bem refenciá-lo em tudo quanto é sitio, ou será porque quem fez a página não sabia mais?!
Assim que conseguir entrar na página já procuro lá um endereço de mail, para deixar bem vincado a minha opinião!
Abraços
P A R”

26. José Parente escreveu em 23 de Junho de 2003

"admira-me é como certas pessoas de uma conversa de 15min. escrevem umas páginas de um assunto que só conhecem do ouvir-e-dizer..........se o pessoal que la estava presente contasse que a maioria do ppl de cebola é "gay" ele acreditava e escrevia um livro sobre isso....
JJP"

27. Jorge Manuel Pereira Gregório escreveu 23 de Junho de 2003

“A história não foi bem essa.
O Sr. José Saramago nunca conheceu o nosso conterrâneo José Júnior. O José Saramago foi até à nossa terra, mas não passou da cruz da rua, onde se limitou a conversar um pouco com o Isidro e mais algum pessoal que se costuma encontrar ali na soleira da porta da loja que ele ali tinha. Conversou e ouviu umas histórias que lhe contaram sobre Cebola e resolveu dissertar sobre a discriminação que os fracos sofrem na nossa terra exemplificando com a história do José Júnior. Ao todo não esteve ali mais de um quarto de hora, que a pressa era muita. Tudo isto não ultrapassa a meia página das viagens a Portugal do Saramago a que se juntam duas fotografias.
Um abraço
Jorge Gregório”

28. António Reis escreveu em 23 de Junho de 2003

“Vitor, é esse mesmo.
Não sei se sabem mas o José Saramago, há alguns anos atrás, percorreu o País, tendo escrito um livro, onde aparece uma ou duas páginas dedicadas a São Jorge e à história de José Junior, que ele encontrou internado no Hospital do Fundão. O que escreveu na altura foi uma história que associou a todo um povo (S. Jorge), esquecendo-se de investigar que esta terra tem um passado de trabalho árduo e de solidariedade motivada pelo seu isolamento.
Um abraço.”

29. Vítor Carmo Baptista pede esclarecimento a António Reis em 15 de Junho

“RE: [cebola_s_jorge] Acerca do Final da Pág_site_CMC
Caro António
Referes-te no final, ao comentário acerca do José Júnior?
Cumprimentos,
Vitor do Carmo Baptista”

-----Mensagem original-----
De: António Reis [mailto:asier@...]
Enviada: quinta-feira, 12 de Junho de 2003 23:06
Para: S. Jorge Cebola
Assunto: [cebola_s_jorge] Identificação

“Olá. É bom estar com este grupo.
O meu nome é ANTÓNIO REIS, tenho 36 anos e vivo na Covilhã. São Jorge é o que profundamente nos une. É por isso que não gosto do final da informação relativa à Freguesia de São Jorge da Beira, que está contida na página da Câmara da Covilhã. Percam um pouco de tempo a consultar a mesma e digam da Vossa justiça. Basta irem ao Google e escrever Câmara da Covilhã e procurar Concelho e depois escolher a Freguesia.
Um abraço.”